O Cofre
segunda-feira, outubro 31, 2005
A presidência do Conselho de Ministros, hoje, distribuiu à comunicação social uma nota a dizer que...
O Primeiro-Ministro não beneficia dos Serviços Sociais da Presidência do Conselho de Ministros. Na verdade, o acesso aos benefícios dos referidos Serviços Sociais depende de inscrição, sendo que o Primeiro-Ministro não está, nem nunca esteve, inscrito naqueles Serviços, pelo que não é deles beneficiário.Pois está bem. Não quer beneficiar, é lá com o nosso primeiro. Será rico, talvez. Mas podia aproveitar... e é aí que reside a questão. E quanto vale o orçamento para os SSPCM? É assim tão pobrezinho, como dizem?!
Por falar em rico, observem bem estas contas que sairam destas reflexões em verbo jurídico
Permitam-me os cidadãos livres e independentes pensadores, que lhes chame a atenção para o valor orçamentado para os Serviços de Apoio, Estudos e Coordenação da Presidência do Conselho de Ministros: €2.694.539.529,00. Confesso que, quando vi este número, pensei que fosse um erro ou uma enorme brincadeira de mau gosto. No entanto, não deixa de ser significativo de que a soma de todas as parcelas prevista nos Encargos Gerais do Estado acabem por dar este valor por certo.
Agora, e sem analisar os restantes itens, perguntamos:
- 1. Mas [o que] fazem estes serviços de apoio ao Conselho de Ministros para terem orçamentado para um ano, quase o valor da construção do aeroporto da OTA?
- 2. Qual a riqueza que este organismo do Estado cria anualmente para justificar a atribuição de tal faraónica verba?
- 3. Como é possível que um gabinete de apoio ao Conselho de Ministros possa ter um orçamento equivalente à soma do orçamento previsto para a JUSTIÇA e DEFESA NACIONAL?
- 3. Então, nós pagamos impostos para sustentar […] tecnocratas que fazem estudos e dão apoio ao Conselho de Ministros ou pagamos impostos para ter Saúde, Justiça, Segurança, etc.?
- 4. Será que não haveria uma empresa privada que realizasse os mesmos serviços por um décimo do valor? E que serviços serão estes?
- 5. Que país (rico) é este em que o valor orçamentado para a Ciência, Tecnologia e Ensino Superior é, no seu conjunto (€1.531.793.381,00), escandalosamente inferior ao previsto para os Serviços de Apoio, Estudos e Coordenaçào da Presidência do Conselho de Ministros? Isto já para nem comparar com a verba prevista para a CULTURA, uns “míseros” €189.705.371,00) …
Deixo um desafio, a todos aqueles que nos honram ao ler estas linhas, para analisarem esse mapa com atenção… comparem umas despesas com outras, pois certamente chegarão a brilhantes “pérolas”. Quanto a nós, para além destas nossas “descobertas” existe algo que nos preocupa profundamente e que não vem no OE de 2006. Referimo-nos, pois claro, ao Silêncio.
Em primeiro lugar, silêncio da Oposição, que deveria pedir contas ao Governo dos motivos para que estas verbas estão atribuídas e que só se preocupa em arranjar argumentos que, na nossa opinião e perante estes números, são areia para os olhos dos portugueses. Nenhum partido político, nenhuma bancada parlamente, nenhum deputado, teve o bom-senso de olhar para estes números e perguntar porque os Serviços de Apoio do Conselho de Ministros tem direito a dois MIL milhões e seiscentos milhões de euros para gastar num ano. Daqui se retira que... Ou não viram, Ou não quiseram ver, Ou viram e acharam normal.
Publicado por josé 00:34:00
4 Comments:
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CONFIRAM!
E vejam como é que se prevê esturricar num ano, a importância singela de 2 694 539 529 euros!!! ...em " serviços de apoio estudos e coordenação"!
E pensar que esta gente comprou voluntriamente uma guerra com centenas de milhar de pessoas para poupar 150 milhões!
E pensar que a gente que os rodeia gastou 100 milhões só na última campanha eleitoral! É natural que nem sequer discutam estes números. Pudera!
título de encargos do Estado, a presidência da República tem direito a esturricar 14 124 500 euros.
A AR tem direito a 80 000 000 euros.
O Supremo Tribunal de Justiça tem direito a 9 865 449 euros.
O Tribunal Constitucional tem direito a 5 891 952 euros.
Como se faz a conta então?!
Parece fácil e o outro número então só pode ser gralha, não?! E se não for, como é que vai passa a concluir os comentários?
"Muito bem senhor, primeiro ministro..."?
Será, senhor Abrantes?!
1) «Crime», disse Sousa Tavares (Público).
«A iminência do desastre técnico e económico», disse José Krus Abecassis, general da FA, conferência na Sociedade de Geografia (Dez03).
«Abyssus Abyssum Invocat», conclui Kol de Carvalho, general engenheiro da FA, após análise Ota e juntando referência ao TGV lusitano (boletim da AFAP, set04). «O abismo chama o abismo»
Noticiado na SIC: 50 milhões de euros para estudos s/TGV em 2006. Estudos, estudos, estudos...
2) Ota – volume de terras a escavar e transportar: equivalente a um muro de 10 metros altura x 10 metros base x 500 Km comprimento (!).
Inconvenientes na margem sul:
a) O «Campo de Tito de Alcochete», campo de tiro da FA (facilmente substituído por Santa Margarida – Campo Militar do Exército)
(b) Motivos evocados pela equipa do PM Guterres, da maior irrelevância: ambiente, aves e aparentados!
3) Abandono do projecto Rio Frio (dos anos sessenta): assim se deixa de parte uma hipótese a 10/20/30 Km da saída sul da ponte Vasco da Gama (num terreno totalmente plano). Do tempo em que os animais falavam. E havia planeamento (razoável) em Portugal – planos de fomento da fase final do anterior regime.
TGV: mas que diabo anda este país a fazer há anos com a linha do Norte em modernização? Governado por perigosos atrasados mentais? Salva-se o ar ‘inteligente’ do ministro da tutela.
Será que algum destes governamentais Otários conhece de perto (e do ar), as zonas da Ota e do Rio Frio? Entregues à Bicharada, «é a vida».
BMonteiro