O Cofre

A presidência do Conselho de Ministros, hoje, distribuiu à comunicação social uma nota a dizer que...

O Primeiro-Ministro não beneficia dos Serviços Sociais da Presidência do Conselho de Ministros. Na verdade, o acesso aos benefícios dos referidos Serviços Sociais depende de inscrição, sendo que o Primeiro-Ministro não está, nem nunca esteve, inscrito naqueles Serviços, pelo que não é deles beneficiário.
Pois está bem. Não quer beneficiar, é lá com o nosso primeiro. Será rico, talvez. Mas podia aproveitar... e é aí que reside a questão. E quanto vale o orçamento para os SSPCM? É assim tão pobrezinho, como dizem?!

Por falar em rico, observem bem estas contas que sairam destas reflexões em verbo jurídico

Permitam-me os cidadãos livres e independentes pensadores, que lhes chame a atenção para o valor orçamentado para os Serviços de Apoio, Estudos e Coordenação da Presidência do Conselho de Ministros: €2.694.539.529,00. Confesso que, quando vi este número, pensei que fosse um erro ou uma enorme brincadeira de mau gosto. No entanto, não deixa de ser significativo de que a soma de todas as parcelas prevista nos Encargos Gerais do Estado acabem por dar este valor por certo.

Agora, e sem analisar os restantes itens, perguntamos:
  • 1. Mas [o que] fazem estes serviços de apoio ao Conselho de Ministros para terem orçamentado para um ano, quase o valor da construção do aeroporto da OTA?
  • 2. Qual a riqueza que este organismo do Estado cria anualmente para justificar a atribuição de tal faraónica verba?
  • 3. Como é possível que um gabinete de apoio ao Conselho de Ministros possa ter um orçamento equivalente à soma do orçamento previsto para a JUSTIÇA e DEFESA NACIONAL?
  • 3. Então, nós pagamos impostos para sustentar […] tecnocratas que fazem estudos e dão apoio ao Conselho de Ministros ou pagamos impostos para ter Saúde, Justiça, Segurança, etc.?
  • 4. Será que não haveria uma empresa privada que realizasse os mesmos serviços por um décimo do valor? E que serviços serão estes?
  • 5. Que país (rico) é este em que o valor orçamentado para a Ciência, Tecnologia e Ensino Superior é, no seu conjunto (€1.531.793.381,00), escandalosamente inferior ao previsto para os Serviços de Apoio, Estudos e Coordenaçào da Presidência do Conselho de Ministros? Isto já para nem comparar com a verba prevista para a CULTURA, uns “míseros” €189.705.371,00) …

Deixo um desafio, a todos aqueles que nos honram ao ler estas linhas, para analisarem esse mapa com atenção… comparem umas despesas com outras, pois certamente chegarão a brilhantes “pérolas”. Quanto a nós, para além destas nossas “descobertas” existe algo que nos preocupa profundamente e que não vem no OE de 2006. Referimo-nos, pois claro, ao Silêncio.

Em primeiro lugar, silêncio da Oposição, que deveria pedir contas ao Governo dos motivos para que estas verbas estão atribuídas e que só se preocupa em arranjar argumentos que, na nossa opinião e perante estes números, são areia para os olhos dos portugueses. Nenhum partido político, nenhuma bancada parlamente, nenhum deputado, teve o bom-senso de olhar para estes números e perguntar porque os Serviços de Apoio do Conselho de Ministros tem direito a dois MIL milhões e seiscentos milhões de euros para gastar num ano. Daqui se retira que... Ou não viram, Ou não quiseram ver, Ou viram e acharam normal.

Publicado por josé 00:34:00  

4 Comments:

  1. josé said...
    Então se querem mesmo ler, façam o favor!

    CONFIRAM!

    E vejam como é que se prevê esturricar num ano, a importância singela de 2 694 539 529 euros!!! ...em " serviços de apoio estudos e coordenação"!

    E pensar que esta gente comprou voluntriamente uma guerra com centenas de milhar de pessoas para poupar 150 milhões!
    E pensar que a gente que os rodeia gastou 100 milhões só na última campanha eleitoral! É natural que nem sequer discutam estes números. Pudera!
    josé said...
    Ora bem, caro cuco:

    título de encargos do Estado, a presidência da República tem direito a esturricar 14 124 500 euros.
    A AR tem direito a 80 000 000 euros.
    O Supremo Tribunal de Justiça tem direito a 9 865 449 euros.
    O Tribunal Constitucional tem direito a 5 891 952 euros.

    Como se faz a conta então?!
    Parece fácil e o outro número então só pode ser gralha, não?! E se não for, como é que vai passa a concluir os comentários?
    "Muito bem senhor, primeiro ministro..."?
    Será, senhor Abrantes?!
    Bmonteiro said...
    “Ota airport / luso TGV”

    1) «Crime», disse Sousa Tavares (Público).
    «A iminência do desastre técnico e económico», disse José Krus Abecassis, general da FA, conferência na Sociedade de Geografia (Dez03).
    «Abyssus Abyssum Invocat», conclui Kol de Carvalho, general engenheiro da FA, após análise Ota e juntando referência ao TGV lusitano (boletim da AFAP, set04). «O abismo chama o abismo»
    Noticiado na SIC: 50 milhões de euros para estudos s/TGV em 2006. Estudos, estudos, estudos...
    2) Ota – volume de terras a escavar e transportar: equivalente a um muro de 10 metros altura x 10 metros base x 500 Km comprimento (!).
    Inconvenientes na margem sul:
    a) O «Campo de Tito de Alcochete», campo de tiro da FA (facilmente substituído por Santa Margarida – Campo Militar do Exército)
    (b) Motivos evocados pela equipa do PM Guterres, da maior irrelevância: ambiente, aves e aparentados!
    3) Abandono do projecto Rio Frio (dos anos sessenta): assim se deixa de parte uma hipótese a 10/20/30 Km da saída sul da ponte Vasco da Gama (num terreno totalmente plano). Do tempo em que os animais falavam. E havia planeamento (razoável) em Portugal – planos de fomento da fase final do anterior regime.
    TGV: mas que diabo anda este país a fazer há anos com a linha do Norte em modernização? Governado por perigosos atrasados mentais? Salva-se o ar ‘inteligente’ do ministro da tutela.
    Será que algum destes governamentais Otários conhece de perto (e do ar), as zonas da Ota e do Rio Frio? Entregues à Bicharada, «é a vida».

    BMonteiro
    dragão said...
    Essa cifra astronómica é certamente um lapso.

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