Energia
A luz ao fundo do túnel não passa de um comboio (II)
segunda-feira, outubro 03, 2005
Ao final de 10 meses, avista-se uma luz ao fundo do túnel na questão energética. Depois de tanto pensar, de tanto atrasar, o governo em funções, está a trabalhar numa solução perfeitamente inovadora. A questão resolve-se assim...
A empresa ENI - Investments SPA
- Liberta 33,34 % da Galp Energia, adquiridos por 963 Milhões de Euros.
- Recebe 50 % da GDP-Gás de Portugal avaliados em 800 Milhões de Euros acrescidos de 650 Milhões de Euros, resultantes da colocação da sua tranche de 33,34% no mercado.
- Mais-Valia realizada : 400 Milhões de Euros.
A empresa Galp Energia
- Posiciona os seus 33,34 % no mercado. 22,34 % destinam-se a investidores escolhidos pelo Estado - Petrobras ou Sonangol, ou mesmo consórcio entre eles - e os remanescentes 11 %, seram adquiridos pelo consórcio nacional e pela Iberdrola, que se compromete a sair do capital da EDP.
Ora, perante este enquadramento, convém recordar que a operação que Tavares e Barroso montaram era igual. Previa a integração dos activos do gás na ENI. Fica, apenas por explicar, que no modelo Pinho, onde as empresas EDP e Galp vão concorrer nos mesmos mercados, qual será o papel da espanhola Iberdrola...
Publicado por António Duarte 15:57:00
7 Comments:
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Ninguém garante que a fusão de três ou mais companhias portuguesas não acabe amanhã nas mãos de alemães, de japoneses ou de americanos.
O que importa, isso sim, é garantir concorrência entre operadores, estetejam eles nas mãos de quem estiverem.
Nos Estados Unidos os habitantes do Oregon, do Maine ou do Tenesse não querem saber para nada se a electricidade que consomem está nas mãos da Enron, da General Electric ou da ATT. E também não querem saber para nada se o gás que consomem está nas mãos da Exxon, da Chevron ou da Canadian Oil&Gas.
O que interessa é garantir boas práticas de concorrência. Por isso o plano de Manuel Pinho é saudado pelos economistas e pelos empresários como o melhor até agora concebido. Só a propaganda partidária cega do António Duarte é que não.
UMA VISITA MUITO OPORTUNA
Sócrates visitou a Líbia, acompanhado de alguns ministros económicos.
Sabendo nós que somos importadores de petróleo e que os contratos de petróleo são feitos com antecedência e com incidência de médio ou longo prazo, fez muito bem o nosso primeiro ministro falar directamente com Kadaphi.
Se Bush, Blair, Chirac e vários países ocidentais já normalizaram as suas relações diplomáticas com a Líbia, não é de estranhar que Portugal também o faça.
Kadaphi, com os aumentos do preço do petróleo, está a abarrotar de dólares e de euros.
A nossa actual política externa, que sempre se opôs à invasão do Iraque, tem todas as oportunidades para sermos bem recebidos no mundo árabe.
Brevemente outra delegação portuguesa, com empresários, visitará de novo a Líbia. Não temos dúvidas de que os portugueses serão bem recebidos naquele país, como já o são em Marrocos, na Argélia, na Tunísia e noutros países árabes.
Agora só temos de rezar para que Cavaco Silva não seja eleito presidente, não vá ele, se for eleito, por omissão e por um silêncio muito ruidoso durante a invasão do Iraque, estragar a excelente imagem que Portugal granjeou junto do mundo muçulmano através das posições políticas muito claras assumidas por Mário Soares, Freitas do Amaral e Sócrates durante a preparação da guerra no Iraque pelos amigos de Bush, isto é, por Durão Barroso e seu padrinho Cavaco Silva.
Muito bem sr. PM Sócrates!