O que seria do Centro e do Interior caso Lisboa se tornasse independente?

Se fosse Portugal um estado tão centralista e dissonante como alenta Vital Moreira, por que razão uma cidade da província infrutuosa e dependente como Coimbra, adarga de uns tíbios 120 mil habitantes, possui três pontes, onde poderiam madracear serenamente todos os cães* da nação e arrabaldes, tal é desusual o trânsito automóvel, enquanto a laboriosa e úbere Grande Lisboa, albergando mais de três milhões de pessoas, se resigna ao congestionamento diário de duas singelas pontes?

* Mabecos como nós, como diria o poeta (maldito).

Publicado por Nino 20:28:00  

6 Comments:

  1. Anónimo said...
    Uma correcção. Lisboa e arredores próximos tem pouco mais de um milhão de habitantes, talvês milhão e meio.
    Anónimo said...
    1. Lisboa vive da administração de serviços não transaccionáveis ao resto de Portugal. Em caso de independencia iria à falência.

    2. VM tem razão na crítica a Lisboa. Porém não percebe que Coimbra continua periférica mesmo com a OTA. Mais vale não ser feita.

    3. Aviso aos Cavaquistas: «Portugal não tem dimensão para ter um desenvolvimento multipolar. Por isso vamos apostar numa única região: Lisboa. » Cavaco Silva, 1989.
    Anónimo said...
    Lisboa é auto-suficiente?
    Áhahahahahah!
    Querem um exemplo? As fábricas de celulose estão nos arredores da Figueira da Foz, mas as sedes das empresas estão em Lisboa e é aí que é contabilizado o IRC.
    Exemplos como estes há às centenas.
    Deixem-se estar por aí, que a malta cá de cima não vos inveja.
    Passem bem!
    (E não se esqueçam, se tiverem um problema de coração, de virem fazer o transplante cá acima, como o fizeram o Spínola e o Artur Agostinho, entre outros. É que o hospital de Coimbra faz tantas operações ao coração como os outros hospitais do país todos juntos. Porque será?...)
    Anónimo said...
    Gostava de saber, se um dia o governo e serviços públicos em geral (e são muitos) saíssem de Lisboa, como é que ficaria a saúde económica da capital. Lisboa ganhou esta influência esmagadora no país à custa de um centralismo secular que só é comparável ao que existe nalguns países da América do Sul e na Grécia.
    Quando muito Coimbra, na região centro, é uma Lisboa em ponto pequeno. A diferença é que é a Lusa Atenas é uma cidade sem teatros nacionais, sem Centros Culturais estatais; a companhia nacional de bailado raramente passa por cá, a circular externa foi feita com dinheiros municipais, os transportes públicos são mantidos com dinheiros do município; não há metro, não há meia-dúzia de universidades públicas, não há uma cinemateca estatal, não há empresas municipais tão ricas que se possam dar ao luxo de dar dinheiro aos clubes locais a título de lucros futuros em empreendimentos urbanísticos que ainda não estão feitos, etc...
    Se calhar a diferença gritante de rendimento per capita de Lisboa (bem acima da média europeia) em relação ao resto do país explica-se porque em Lisboa se trabalha muito mais e há muito mais iniciativa privada do que na "província". A questão é que há tanto Estado em Lisboa; há tanto emprego público e há tanto dinheiro público gasto em equipamentos em Lisboa, que nunca saberemos o que seria da bela capital sem essa forte dependência da Administração Pública.
    Por alguma razão há tão pouca gente em Lisboa a admitir uma reforma administrativa já feita em todos os países civilizados, a saber, a criação de um grau administrativo intermédio entre o município e a administração central, que retire poderes ao estado central e os devolva às comunidades locais, numa escala regional. Todas as propostas que impliquem a perda de poderes administrativos merecem a hostilidade daquela que é a única zona rica do país. Não custa perceber porquê.
    Anónimo said...
    Ganda nóia!
    Anónimo said...
    Lisboa tem pouco mais de meio milhão de habitantes. A chamada área Metropolitana de Lisboa é que atinge os 2 600 000 habitantes, mas este número inclui concelhos tão longínquos como Mafra, Sintra e Setúbal que, para já, não são Lisboa. Talvez um dia o sejam. Como Bragança! Com o centralismo lisboeta sempre crescente até o país poderá mudar de nome e então “Lesboa” terá 10 ou 11 milhões de habitantes... no papel, porque em Bragança nós já seremos espanhóis.

    Bragantino

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