O líder do PSD Marques Mendes insurgiu-se ontem no Fundão contra a suposta quebra de 30% nas despesas com o investimento no orçamento de 2006. Saberá muito bem Marques Mendes que chamar às verbas inscritas em PIDDAC despesa de investimento é o princípio da aldrabice que todos os anos caracteriza o Capítulo 50 do Orçamento de Estado. Nele, como muito bem se sabe, é dissimulada muita despesa corrente do Estado e mesmo quando não tem a natureza de despesa primária, é, na melhor das hipóteses, despesa de capital, o que não a torna necessariamente de investimento. Conviria pois a Marques Mendes verificar primeiro a qualidade da despesa em função dos projectos em curso e a lançar e não a quantidade, se assim o fizer, provavelmente, chegará à conclusão que 30 % de corte até poderá ser pouco. Prestaria igualmente um grande serviço ao País se assumisse a quota-parte de responsabilidade do seu partido enquanto membro do eixo do poder em Portugal, dizendo que investimento digno desse nome e políticas públicas dirigidas à sua sustentabilidade foi coisa que praticamente não houve ao longo destes 30 anos de democracia.

Publicado por contra-baixo 14:47:00  

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