o estad(i)o social revisitado

A sério que gostava de saber o que pensam o João Morgado Fernandes, e o Vital Moreira, até o Dr. Soares, deste editorial do Daily Telegraph... Mas, pensando bem, por que hão-de eles deixar que a Verdade estrague uma boa história?

Alguns excertos....


If you want the state of Europe in a nutshell, skip the German election coverage and consider this news item from the south of France: a fellow in Marseilles is being charged with fraud because he lived with the dead body of his mother for five years in order to continue receiving her pension of 700 euros a month.

She was 94 when she croaked, so she'd presumably been enjoying the old government cheque for a good three decades or so, but her son figured he might as well keep the money rolling in until her second century and, with her corpse tucked away under a pile of rubbish in the living room, the female telephone voice he put on for the benefit of the social services office was apparently convincing enough. As the Reuters headline put it: "Frenchman lived with dead mother to keep pension."

That's the perfect summation of Europe: welfare addiction over demographic reality. Think of Germany as that flat in Marseilles, and Mr Schröder's government as the stiff, and the country's many state benefits as that French bloke's dead mum's benefits. Germany is dying, demographically and economically. Pick any of the usual indicators of a healthy advanced industrial democracy: Unemployment? The highest for 70 years. House prices? Down. New car registration? Nearly 15 per cent lower than in 1999. General nuttiness? A third of Germans under 30 think the United States government was responsible for the terrorist attacks of September 11. (...)

Which brings us back to that nonagenarian corpse in the Marseilles flat: what does it take to persuade the citizens of "enlightened" social democracies that sometimes you've got to give up the benefits cheque? Guardian and Independent types have had great sport with America over the last couple of weeks, gleefully citing the wreckage of New Orleans as a savage indictment of the "selfishness" of capitalism.

The argument they make is usually a moral one - that there's something better and more compassionate about us all sharing the burden as a community. But the election results in Germany and elsewhere suggest that, in fact, nothing makes a citizen more selfish than lavish welfare and that once he's enjoying the fruits thereof he couldn't give a hoot about the broader societal interest. "Social democracy" turns out to be explicitly anti-social. (...)

On Sunday, Germany's voters decided that, like that Frenchman, they can live with the stench of death as long as the government benefits keep coming.

Mark Steyn

Publicado por Manuel 17:11:00  

13 Comments:

  1. josé said...
    Ouvi directamente da boca de um responsável, no outro dia, dizer que as fraudes à szegurança social, no que se refere ao RSI e outras rondariam os 40 milhões de euros.

    Disse-lhe que mesmo assim, prefiro este estado social perante a miséria de país que somos.

    Só reverteria a minha posição se me pudessem demonstrar que a eliminação das fraudes é possível e em caso negativo, a alternativa de eliminar os próprios benefícios será a breve trecho um bem geral.

    Será possível esta demonstração?!
    Anónimo said...
    O texto é essencialmente uma idiotice pegada.
    Pega num doido francês, extrapola para os 300 e tal milhões de europeus (incluindo o autor do post...), e goza à grande através da suposta superioridade (até intelectual!) americana.

    Isto estava onde, na página dos cartoons?
    Anónimo said...
    E, já agora, quanto ao tema de fundo, excluindo a falácia americana (suportada por biliões de subsídios às mais variadas corporações...):

    Sou essencialmente a favor de um Estado que privilegie a criação de riqueza, que só pode ser conseguida através de empresas fortes e trabalhadores flexíveis e competentes.

    E de um Estado que aplique os seus poderes reguladores e redistributivos por forma a garantir condições de dignidade para todos e (tanto quanto economicamente razoável) igualdade de oportunidades.

    Mais do que isto como Estado Social?
    Não me parece possível, em face da Globalização em curso.

    Como melhoraríamos de repente o orçamento europeu? Resolvendo os "pecados originais" socializantes, como a subsidiação dos ricos agricultores franceses.
    O problema é que Chirac não quer afrontar os interesses e corporações que por cá se revoltam...
    Anónimo said...
    Fala-se imprudentemente e sem conhecimento de causa das fraudes no uso do fundo de desemprego e do rendimento mínimo garantido.

    Não é tanto como se diz, longe disso. Mas isso levaria algum tempo a explicar e agora não estou para isso. Se quem fala disso estivesse nessa situação ou vivesse perto de quem a vive, não diria tanto disparate como diz.
    Anónimo said...
    O articulista do Daily Telegraph, que é um jornal inglês e não americano, devia era procurar saber se essa pessoa que recebia a pensão é ou não uma pessoa carente e necessitada.

    Esse é que é o problema dos europeus e pobres ou desempregados em geral. Esse é que é o problema da Europa, e não o da mentira do mendigo.
    Mas como quem escreve nos jornais não é pobre nem desempregado...
    Anónimo said...
    Não disse que o Telegraph era americano, o que disse é que este argumento anti-estado-social europeu só tem como antítese o modelo americano, supostamente baseado na superioridade do mercado e, mais recentemente, na tese da falência do "modelo" social europeu.

    Um dia alguém há-de explicar-lhes o que acontece à economia americana quando a China abrir o dique dos dólares em que está sentada...
    Anónimo said...
    Continuo a não perceber esses raciocínios em relação á moeda...
    Anónimo said...
    Continuo a não perceber esses raciocínios em relação á moeda...
    formiga bargante said...
    Grande Mestre

    Já agora, o que pensariam Cavaco Silva e António Borges ?

    Sempre ficariamos mais exclarecidos.

    Mas a "Múmia" só fala em Londres!

    Já agora, qual a razão pela qual os nossos queridos jornalistas não informam do local onde foi feita a "comunicação ao país"?
    E das cercas das 100 pessoas, não arranjaram melhor que o Major?
    E os outros 99, quem eram ?
    E a "Múmia", convidada pelo BANIF?
    Qual a razão "oficial" do convite?
    Enfim, tantas e curiosas perguntas que os nossos queridos jornalistas não estão interessados em reportar.
    E nós, meu caro Manuel ?
    Rui Martins said...
    O que os governos europeus ainda não perceberam é que têm que tornar a demografia uma prioridade absoluta dos seus mandatos. Só assim conseguem reequilibrar as pirâmides etárias desproporcionadas, combater a emigração selvagem, favorecer o consumo e a Retoma e atrasar ou mesmo inverter o crash da Segurança Social.
    Durante o baby boom das décadas de 50 e 60 o sistema do Welfare State funcionava bem graças às altas natalidades, porque não será possível recolocá-los nos eixos?
    Rui Martins said...
    O que os governos europeus ainda não perceberam é que têm que tornar a demografia uma prioridade absoluta dos seus mandatos. Só assim conseguem reequilibrar as pirâmides etárias desproporcionadas, combater a emigração selvagem, favorecer o consumo e a Retoma e atrasar ou mesmo inverter o crash da Segurança Social.
    Durante o baby boom das décadas de 50 e 60 o sistema do Welfare State funcionava bem graças às altas natalidades, porque não será possível recolocá-los nos eixos?
    Anónimo said...
    As maiores fraudes são no subsídio de doença que raramente é fiscalizado.
    Um amigo meu estava doente e foi passear ao al-garb
    Anónimo said...
    o daily tel, esse grande exemplo de um jornalismo de referência...

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