descubra as diferenças
terça-feira, setembro 20, 2005
Eu não me resigno a assistir a um país que se afasta do nível de desenvolvimento dos outros países da Europa
Publicado por Manuel 11:57:00
12 Comments:
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Caem-lhe os dentes se fizer isso, só porque já foi? Será assim tão arrogante para não se candidatar de novo a primiero ministro? Ou tem má consciência do MONSTRO estatal que deixou?
Soares já se candidatou duas vezes a primeiro ministro, e nem por isso perdeu prestígio. E candidata-se de novo a PR, apesar de nada já ganhar pessoalmente com isso.
Assim se vê quem pensa no seu ego e quem pensa nos interesses do país.
Sá Carneiro, na altura a preparar a AD, criticou fortemente esse aumento. A AD ganhou a seguir as eleições e foi para o governo, com Cavaco Silva em ministro das Finanças. Não tardou muito e fez novo aumento dessas pensões, o que fez com que num só ano essas pensões tivessem aumentado cerca de 45%. Começou aqui o descalabro despesista do Estado.
Mas, como o preço do petróleo entretanto tinha subido muito, de 12$/barril, para perto de 40$/barril, e como Sá Carneiro faleceu no acidente de Camarate, e era depois Pinto Balsemão o primeiro ministro, Cavaco Silva, prevendo mau tempo no canal para a economia mundial e portuguesa abandonou o barco da AD e recusou ser ministro do governo de Balsemão. Este ficou amuado e com o tempo se veria que nunca lhe perdoou este abandono do barco em pleno naufrágio.
A AD, esfrangalhada por lutas intestinas e pela crise económica que levou o país à beira da bancarrota, acaba por perder as eleições em 1983 e dá lugar a um governo de salvação nacional presidido por Mário Soares, com Mota Pinto em vice-primeio ministro. Foi o governo do bloco central.
Mário Soares teve de recorrer ao FMI para resolver a situação, com a ajuda do seu ministro das Finanças, Hernani Lopes. Em 1985 as contas públicas estavam recuperadas e o caso deu brado nos meios financeiros internacionais. Portugal passou a ser um exemplo de bom aluno do FMI.
Mas esta recuperação das finanças públicas custou popularidade a Mário Soares e ao PS, que na altura fez outra grande reforma, a do arrendamento, matéria tabú para os governos anteriores. E o PSD, com Cavaco Silva, sobe ao poder.
Iniciava-se na altura a recuperação da economia mundial depois do choque do petróleo de 1980/81, com a descida forte do preço do petróleo. Cavaco Silva, bem infomado sobre os ciclos económicos, viu que teria um período de vacas gordas para fazer figuraço, até porque Portugal se preparava para entrar na CEE e iria receber chorudos fundos comunitários.
Cavaco Silva passou então a governar com três Orçamentos, o geral do Estado, o dos fundos comunitários e o das privatizações da banca, seguros, etc.
Foi um fartar vilanagem, dinheiro a rodos para distribuir pela clientela, incluindo centenas de milhares de funcionários públicos. O despesismo estatal no seu melhor! Fez obras, sim senhor, incluindo o CCB, que era para custar 6 milhões de contos e custou 40 milhões, segundo se disse na época. O rigor cavaquista no seu melhor!
Anos depois vem a guerra do Golfo, com implicações económicas fortes a nível internacional, e Cavaco Silva, prevendo período de vacas magras e já com ele em andamento, resolveu abandonar o barco e parar de governar e entregou o testemunho ao seu ex-ministro Nogueira. Este perdeu as eleições para Guterres e em 1996 iniciava-se a recuperação da economia mundial. Foi um bom período para Guterres, que continuou o despesismo de Cavaco Silva, já que este último tinha deixado o campo minado por sistemas automáticos de aumento da despesa pública, o MONSTRO cavaquista de que viria a falar Miguel Cadilhe, além de milhares de contratados a recibos verdes no aparelho do Estado, que Guterres teve de integrar nos quadros do Estado para não ter de mandar para a rua gente que há anos não fazia outra coisa senão trabalhar para e dentro do aparelho de Estado.
Foi este o percurso do despesista Cavaco Silva, o que como ministro das finanças da AD aumentou num ano, pela segunda vez, milhares de pensionistas, e o que, como primeiro ministro, aumentou a despesa pública de tal ordem que os défices públicos da sua governação, se limpos das receitas extraordinárias, subiram tanto (chegou a 9% do PIB) que o actual défice das contas públicas é apenas mais um no oceano despesista inventado por Cavaco Silva nos longínquos tempos da AD e continuado nos tempos em que foi primeiro ministro, depois da recuperação heroica dos tempos de Mário Soares e Hernani Lopes, nos anos 1983-85.
É neste despesista disfarçado de rigor que devemos votar para PR? Desculpem, se quiserem propor Hernani Lopes para PR, podem contar com o meu voto. Mas como ele não aparece a candidatar-se a PR, vou votar em quem o ajudou a salvar Portugal da bancarrota provocada pela AD de Cavaco Silva. E esse alguém é Mário Soares.
Estes os factos. E eu voto em factos, não em mitos e miragens. Mário Soares tem um brilhante CV em controlo da despesa pública (governos de 1977/78 e 1983-85). Cavaco Silva tem um brilhante CV no descalabro das contas públicas.
Qualquer economista, se intelectualmente honesto e conhecer um pouco da nossa História recente, rejeita liminarmente este embuste chamado Cavaco Silva. Se ele for presidente da República, como pode ele pregar moralidade económico-financeira quando ele foi e é ainda o pai do MONSTRO? Monstro que agora Sócrates se esforça por abater com as reformas profundas que está a fazer.
Para os mais novos aqui fica a radiografia do embuste chamado Cavaco Silva.
b) já quanto ao copy & paste da 1.56, já cansa. Aí o departamento de propaganda ainda não forneceu textos novos ?! Queremos mentiras novas. Assim, sempre a mesma cassete, nem piada tem.
a) Muito maior experiência de Mario Soares, em especial na cena internacional. Se for preciso abrir uma porta em qualquer lado em favor de Portugal, o peso de Soares é muito maior do que o de Cavaco Silva. Mesmo na direita europeia, pesa mais Soares do que Cavaco.
b) Soares tem experiência interna em matéria de crises e de como as ultrapassar. Foi em dois govermos presididos por ele, em 1977/78 e em 1983/85, que o FMI ajudou Portugal a ultrapassar duas graves crises financeiras do país. Cavaco, ao contrário, foi o perdulário nos anos dos seus governos que conduziu o país para o buraco em que estamos. Soares equilibrou as finanças públicas (com a ajuda de Vítor Constâncio, primeiro, e Hernani Lopes, depois), Cavaco desequilibrou-as, por não conseguir conter o apetite dos seus companheiros de partido. Os défices reais (sem receitas extraordinárias) dos anos da governação de Cavaco Silva são pavorosos e foram tão grandes ou superiores aos de hoje, da governação de Durão Barroso e de Santana Lopes.
c) Muitos apoiantes de Cavaco Silva julgam que se ele for eleito poderá encetar reformas do nosso sistema político e administrativo. Nada mais ilusório, pois quem tem poderes para tal, nos termos Constitucionais, é a Assembleia da República e o Governo e partido(s) que o apoia. Ora, o governo actual é do PS, que tem apoio maioritário na AR. Portanto, se o governo quiser encetar reformas profundas, terá em Mário Soares um interlocutor mais compreensivo do que em Cavaco Silva, pois este pertence a uma família política diferente da do executivo e que nunca esteve para aí virada.
d) O actual governo está a levar a cabo um conjunto de reformas de fundo importantes. Se Cavaco Silva for eleito, por pressão de lobies ligados aos partidos que o apoiam, poderá tender a ceder a essas pressões, acabando por boicotar a acção do governo e da maioria da Assemblea da República. Cavaco Silva, em vez de ser a solução, seria parte do problema. E não se diga que Cavaco Silva não é pessoa para se deixar pressionar porque o seu passado deixa antever isso mesmo. Não se deixará pressionar pela oposição nem por comentaristas agressivos, mas é-o pelos seus apaniguados mais espertos, como demonstra o lixo todo de corrupção que se desenvolveu ao longo dos seus mandatos como primeiro ministro, precisamente envolvendo altas figuras do seu partido. Alguém se esquece do que foi o Fundo Social Europeu, entregue a figuras gradas do PSD estrategicamente colocadas em certas empresas e organismos do Estado? Fez na altura Cavaco Silva alguma coisa para evitar essa corrupção? Soares sim, deu provas de combater a corrupção, tendo criado um Alto Comissariado para o efeito quando foi primeiro ministro pela primeira vez, chefiado por Costa Brás, o qual teve uma acção importante no combate à corrupção.
e) Cavaco Silva é um candidato que divide os portugueses, ao contrário do que querem fazer crer alguns dos seus apoiantes. Cavaco nunca terá boa imagem dentro do mundo do trabalho. Carvalho da Silva e Proença, os dois líderes mais representaivos das duas confederações sindicais estiveram presentes na apresentação da candidatura de Soares. Isto diz muito da simpatia que Soares goza no mundo do trabalho. E Cavaco Silva? Ora, estando o governo a proceder a reformas profundas, algumas manifestamente impopulares para certos sectores da população, na presidência da república quere-se alguém que tenha uma base social de apoio forte no mundo do trabalho. Neste contexto, é evidente que Soares e Sócrates congregam em ambos essa maior base social de apoio, o que tornará muito mais fácil fazer as refomas de que o país precisa.
Por estas razões principais, as classes médias e uma certa tecnocracia do país, se forem inteligentes, votam em Mário Soares. Não que Cavaco Silva não seja de per si um homem inteligente e íntegro, mas está rodeado de sanguessugas corporativas que se degladiam entre elas para ver quem apanha o melhor bocado.
Soares pode ter atrás de si poetas, pintores, artistas, escritores, gente de letras e de ciência que mal conhece a tabuada das finanças e da economia. Embora também tenha com ele ilustres economistas e gestores. Cavaco Silva tem à sua volta duas classes de gente: os revanchistas de antigamente e as sanguessugas insaciáveis. Na sua corte, pouco sobra para gente de bem. O resto, ou são eleitores indiferenciados ou gente que sonha com outro país que nunca existiu nem jamais existirá.
Soares é o realismo político. Já deu provas disso como presidente da república e como combatente contra o descalabro das finanças públicas. Cavaco é um mito, que falhou mais rotundamente exactamente onde alguns julgam que ele é mais fiável - nas finanças públicas. E não sou eu que o digo, foi o ex-ministro de Cavaco Silva, Miguel Cadilhe.
Arre!..., que já cansa e perde a piada!
"Em Portugal usa-se e abusa-se da infantilização do eleitorado, como parece ser o segredo da estratégia do 'tabu' de Cavaco Silva. [...] Ainda acabaremos por ver anunciada a sua candidatura a 24 horas do início da campanha para que o efeito da aparição se torne ainda mais miraculoso."
[Vicente Jorge Silva, dixit.]
Razões de Estado?
UM MINISTRO angolano acusou Mário Soares e João Soares de estarem entre os «principais beneficiários do tráfico ilícito de diamantes e de marfim levado a cabo por Jonas Savimbi». Convém não nos distanciarmos da acusação precisa que está no centro de toda a polémica para podermos avaliar melhor a gravidade do que foi dito, assim como o monumental exercício de hipocrisia em que se tornou toda a conversa sobre o assunto dali em diante. Desde as reacções moles e dúbias de António Guterres e do Ministério dos Negócios Estrangeiros ao comentário tardio - e verdadeiramente assassino para João Soares - em que se traduziu o comunicado do Grupo Parlamentar do PS; desde o complacente silêncio do PCP à muito notada inquietação do PP - e de Basílio Horta em particular - com a imagem da «referência democrática» que é Mário Soares; desde a reacção indignada da federação do PS da Suíça (!) - a primeira a dizer alguma coisa, já que a direcção socialista propriamente dita, embora desafiada a fazê-lo há uma semana, só nesta quinta-feira teve tempo para se pronunciar - até à insuspeitada preocupação de Alberto João Jardim com a família Soares, talvez explicável por razões que terão mais a ver com esses amigos comuns, simpatizantes da UNITA, apoiantes do PS e grandes investidores na Madeira que são Horácio e Fátima Roque.
A dignidade supostamente ofendida do Estado português tem sido invocada para evidenciar a maior das incomodidades dos sinceros amigos de Soares, o maior dos cinismos de alguns supostos amigos políticos e os mal disfarçados ajustes de contas de certos adversários, dentro e fora do PS. Que a dignidade do Estado sirva de pretexto e cobertura para tudo isto ao mesmo tempo, eis o que dá que pensar.
Se o Estado português foi ofendido, é dos seus representantes - Parlamento, Governo, Presidente - que tem de se exigir uma resposta clara e à altura dessa ofensa. Ora, o que tivemos até agora foi um protesto público de Jorge Sampaio, com uma carta ao seu homólogo angolano que é a medida justa daquilo que se pode esperar do Presidente da República, não sendo ele o responsável pela condução da política externa. Tivemos uma conversa de surdos no Parlamento, com a oposição de direita indignada e a fingir que defendia Soares, enquanto o PS se remetia a um estranhíssimo mutismo, só quebrado dias depois com o já citado e não menos estranho comunicado. E tivemos críticas vagas do Governo, também com uma carta do primeiro-ministro para Angola, de conteúdo desconhecido, e a ausência de qualquer gesto diplomático que desse um vago sinal de protesto. Quer num primeiro momento, em que a intervenção do ministro angolano ainda podia parecer desgarrada, quer perante a escalada de insinuações e críticas que se seguiu e tornou clara a intenção do regime de Luanda de pôr Soares em xeque por todos os meios.
Se as cautelas do Governo na primeira hora ainda podiam justificar-se com alguma dúvida sobre o enquadramento e o verdadeiro alcance da intervenção isolada de um ministro, o silêncio desta semana já precisa de outra explicação. Mário e João Soares não representam o Estado, é certo. Mas são ambos membros do Conselho de Estado, entre outras coisas, e um deles era Presidente ainda há menos de quatro anos. Compreende-se mal que, perante as insinuações e ameaças de que são alvo, a diplomacia portuguesa não tenha mais nada a fazer do que exprimir «surpresa e desagrado». Assim como custa a perceber que, no meio de tanta indignação, a ninguém pareça interessar a verdade, dispensando-se todos de exigir ao regime de Luanda que faça prova das suas acusações para poderem ser conferidas.
Tudo visto e ponderado, fica claro que, ao contrário do Presidente da República, o Governo e o PS consideram que a tão falada dignidade do Estado não foi suficientemente ofendida. E que as suas tímidas reacções apenas alimentam a dúvida, dando força às insinuações do regime de Luanda. Toda a gente percebe que assim é. O que falta saber é se essas reacções timoratas terão sido ditadas apenas por razões de Estado que aconselhem prudência no tratamento do caso, ou se também há, em tudo isto, muito de cálculo partidário. Os dois Soares são figuras incómodas para o guterrismo - Mário porque ainda faz sombra, João porque já não esconde a ambição. E isso pode ajudar a explicar muita coisa. Com amigos destes no PS, nem Mário nem João precisam de inimigos.
Expresso
Todavia, não estou totalmente de acordo com o que se pretende no post.
Hoje em dia é recorrente o exemplo dado por alguns dos nossos mais ilustres economistas e comentadores de política económica do milagre da Irlanda.
Para os mais esquecidos convém lembrar o seguinte,
- Os 6 países que assinaram o Tratado de Paris instituindo a CECA(1951), assinaram mais tarde o Tratado de Roma(1957)criando a CEE;
- Em 1973 deu-se o 1º alargamento com a adesão do R.U.,Dinamarca e Irlanda;
- A Grécia entrou em 1981 e,finalmente,Portugal e Espanha em 1986;
- Daqui resulta que a Irlanda já levava 13 anos de avanço de "boas práticas";
- Que sucedeu entre 1985/1995 ?
Guterres foi culpado de muito dislate e de ter ajudado a engordar o "monstro", não o nego, mas será que foi o culpado de tudo ?
Onde estava a tal não resignação...?