SOBRE O ESTUDO DE MARVÃO PEREIRA E ANDRAZ
[920] -- A propósito do artigo de Manuel Pinho -- que cita um trabalho de Alfredo Marvão Pereira e Jorge Miguel Andraz -- Luís Aguiar-Conraria escreveu algumas notas que me pareceram um bom contributo para reflexão (rever aqui e aqui).
Pareceu-me igualmente interessante ouvir Marvão Pereira sobre a utilização que Manuel Pinho fez do seu trabalho, bem como sobre as críticas de Aguiar-Conraria. Numa comunicação por email, Marvão Pereira esclarece que:
«O argumento é válido mas incompleto, isto é, os resultados dos meus estudos de facto nada dizem directamente sobre os caso da OTA ou do TGV. Por outro lado [os resultados dos meus estudos] são uma evidência empírica importante que mostra que uma estratégia geral de investimento público em infra-estruturas de transporte tem potencial para ter efeitos muito importantes. O ponto é que os meus resultados podem ser usados para justificar uma estratégia de desnvolvimento mas não para justificar projectos específicos» (sublinhado de Marvão Pereira).
in Bloguítica
Num país normal depois de ler isto só restaria a Manuel Pinho, pelo que assinou no Expresso, demitir-se, pedindo antes desculpas ao país. Estamos em Portugal. Num país normal a comunicação tradicional teria ido, ela própria, a correr, ouvir os autores de tão celebrado estudo. Não foi, foi o modesto autor de um blog. Sinais. Resta dar os parabéns ao Paulo Gorjão.
Publicado por Manuel 19:26:00
5 Comments:
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Os jornalistas devem ter desaparecido com os incendios de o ano anterior pois agora já não se vêm a perguntar " e o governo já lhe disse alguma coisa ""e que me diz sobreo os bombeiros?" e" que é feito da coordenação" etc, etc, . Isto era o ano passado; este ano até parece que nem houve fogos!.
Cumprimentos
O autor do estudo desvalorizou-se com esta crítica.
Pois é, assim já não deve fazer mal.
ou será que este pequeno detalhe é decidido apenas pelo povo do governo?
A propósito, conviria que os fiéis lessem - mesmo - o Programa do Governo. Em especial o cap. IV - Consolidar as Finanças Públicas, atentando, por ex., no objectivo 7, solenemente assumido a pp. 32: "Ivestimento público - implantar um novo modelo de avaliação, tendo em vista maior selectividade e eficácia. Prioridade aos sectores sociais, inovação, competitividade e ambiente".
Mais do que promessas - se é que as houve - sobre certas decisões casuísticas de investimento, importa reter - e cumprir - a linha política definida, como regra geral, para a qualificação de todo o investimento público.
Chama-se a isso governar com seriedade. Tão só.
Já agora - e dentro da mesma linha - vai tardando a colocação on line dos estudos que permitem fazer a prometida "avaliação"...