Os apitos de ouro
quinta-feira, agosto 25, 2005
Há entre nós um hábito - já com algumas decénias- de execrar bufos e quejandos. As razões são compreensíveis e justificadas para quem sofreu na pele os efeitos da bufaria. Antes de 25 de Abril de 1974, o regime de Salazar e depois o de Caetano, aprimorou as técnicas que também no bloco leste soviético se usavam com grande proveito: apanhar opositores políticos, ainda que meramente putativos. Bastava uma leve suspeita e aqueles que por incumbência escreviam ofícios "a bem da Nação", informavam os poderes constituidos, concentrados na rua António Maria Cardoso em Lisboa, e também no Terreiro do Paço, que determinada pessoa não estava ao serviço do "bem da Nação". Isso constituía um anátema fatal para as aspirações profissionais de quem quer que fosse rotulado pelas informações venenosas. Salazar não tinha pejo em afirmar em discurso que " quem não é por nós é contra nós" e segundo reza a lenda, tinha uma noção precisa de que "em política o que parece, é".
Talvez por força dessas memórias trágicas da repressão derivada do autoritarismo salazarista, levemente suavizado por um Caetano aggiornado aos fenómenos de finais dos anos sessenta, ficou na mente colectiva dos perseguidos pelo regime, o horror ao pide e ao bufo que arruinavam carreiras e pessoas.
Em regime democrático, os antigos reflexos condicionados, continuam a impor uma ética e uma moral que se vai tornando avessa ao próprio costume.
Hoje em dia, na sociedade portuguesa, ainda há quem veja os responsáveis que denunciam desmandos e os apaniguados que resolvem tocar no trombone da denúncia de malfeitorias públicas, como herdeiros bastardos de bufos, pides e até os configuram como fantasmas dos antigos inquisidores, zeladores da ortodoxia.
Em países mais civilizados, porém, não é bem assim que as coisas se passam, pois os fantasmas do passado, não conseguiram penetrar mais do que um nível: o do olvido rápido.
Os americanos, nação com um pouco mais de duzentos anos e herdeiros directos da matriz anglo-saxónica, na religião e costumes, têm uma figura institucionalizada para enquadrar aquelas pessoas que trabalhando no interior de uma organização relvante para o interesse público, se apercebem dos desvios graves que detectam nas estruturas dirigentes. Chamam-lhes WHISTLEBLOWERS! Apitadores! A imagem é apropriada, pois reflecte a noção de que há pessoas que sinalizam publicamente, através de avisos nos media, as faltas graves, no interior das organizações a que pertencem. Públicas ou privadas com relevância pública.
E não ficam pelo informalismo do fenómeno. Enquadraram-no e deram-lhe um estatuto, relevante aliás para a democracia que defendem. Até uma ética lhes arranjaram, que se sintetiza nestes princípios:
- -that the act of whistleblowing stem from appropriate moral motive of preventing unnecessary harm to others;
- that the whistleblower use all available internal procedures for rectifying the problematic behavior before public disclosure, although special circumstances may preclude this;
- that the whistleblower have ‘evidence that would persuade a reasonable person’;
- that the whistleblower perceive serious danger that can result from the violation;
- that the whistleblower act in accordance with his or her responsibilities for ‘avoiding and/or exposing moral violations’;
- that the whistleblower’s action have some reasonable chance for success.
Quem quiser saber mais, pode consultar este sítio e verificar que a revista Time, publicou há relativamente pouco tempo, um número especial de fim de ano, em que nomeou Pessoa do Ano, precisamente uma dessas pessoas - Sherron Watkins que denunciou más práticas comerciais e corrupção numa grande empresa americana, a Enron! Sabe-se agora que tinha toda a razão.
Uma pessoa ao ler estas coisas das democracias estrangeiras, sonha o que seria se por cá existisse alguém que se dignasse apitar forte e feito no seio da Galp. Ou da PT. Ou até da Refer. Para não falar em certas sociedades de advogados. Sonhos... porque se alguém o fizesse, não demoraria um dia até que aparecesse alguém a dizer que o denunciador mais não era que um abjecto caluniador. Um desavergonhado de um traidor, pulha fassista e bufo da pior espécie.
Vem isto a propósito da entrevista de Paulo Morais, à Visão de hoje, já comentada neste e noutros blogs.
A atitude de Paulo Morais, bem como a de outras pessoas que ao longo dos anos tem aparecido com o mesmo tipo de denúncias, é desvalorizada através dos habituais mecanismos, atávicos na sociedade portuguesa, de neutralização de esforços cívicos.
Como não há a noção do autêntico serviço público que essas denúncias podem revestir, mesmo naquilo que todos reconhecem como óbvio e claro, eventualmente por causa daquele atavismo dos tempos do autoritarismo salazarista, a generalidade dos comentadores, entram por uma de duas vias: ou pela do cinismo mais perturbador, como aconteceu neste caso com Fernando Ruas e um tal Agostinho Branquinho; ou então por outra mais sofisticada e que é a daqueles que retiram valor e legitimidade à apitadela, por causa de o autor ter o apito guardado e escondido e só agora fazer uso dele. Extraordinário!
Então, o facto de alguém se cansar e resolver apitar, com base e razão, não deveria chagar para lhe darem atenção?!
É certo que neste caso, terão dado. A PGR (leia-se o DCIAP), parece que irá fazer algo. Esperemos que sim. Mas o cepticismo é grande, tendo em conta experiências anteriores. Como dizia um antigo director da PJ, o saudoso Adelino Salvado, "não vale a pena: isso não vai dar nada!..."
Veremos. No entanto, o que gostaríamos de ver, seria o aparecimento de mais apitadores. Já tivemos os exemplos de Garcia dos Santos e de Pedro Ferraz da Costa e temos uma profissional em campo: Maria José Morgado que felicitou - e bem, no meu entender,- o novel apitador.
Venham as apitadelas de ouro! E quem tem de ouvir que oiça e seja consequente.
Publicado por josé 23:08:00
Isto porque, como dizia o outro, apitadores são meia dúzia, o resto são simpatizantes. Como nesta Loja.
Nisso tem razão, anónimo do costume.
Veja só esta história do nosso faz de conta que somos sérios:
Um autarca de uma certa região importante, foi vítima de um furto, no seu próprio gabinete. Quixou-se que desonhecidos lhe levaram cerca de 600 contos, na moeda antiga.
Por azar, o que não é dizer pouco nos tempos que correm, os autor do furto foi apanhado e confessou á polícia ter retirado à vítima, não 600, mas...5 600!!!
A vítima tinha-se esquecido de...5000 contos! Que estavam numa pasta, parece.
Ah! E ainda confessou que retirou à pobre vítima um relógio no valor de 2000 contos! Um Rolex, parece e que também estava guardado no tal gabinete.
COnfrontado com estes factos. totalmente verdadeiros, caro anónimo habitual, a vítima fez-se mais uma vez de vítima e ficou tudo bem.
Ninguém se admirou. E tanto é assim que a vítima vai concorrer novamente à autarquia e anda por aí sorridente e a arrufar espirros contra o chefe do partido que segundo ele não tem qualquer moralidade para lhe dar lições de moralidade.
E toda a gente ouve, vê e se calhar aplaude.
Tanto que a vítima se apresta a ganhar a autarquia.
Que tal?!! Quer que escreva o nome da vítima?! Começa por um I.
" that the whistleblower use all available internal procedures for rectifying the problematic behavior before public disclosure, although special circumstances may preclude this; "
Não sei se houve ou não circunstâncias especiais (que se calhar justificariam escolta policial), mas então ele só descobriu estas coisas quando foi excluido das listas e não quando exercia o cargo??
" - that the whistleblower have ‘evidence that would persuade a reasonable person "
Pois, ele deve então ter "evidences", isto é, provas... certo?
Então se tem provas porque é que foi para a Visão em vez de ir para a PJ?
Ou afinal conclui-se é que isto não é um whistleblower, mas sim outra coisa qualquer ?
E a tradição de "whistleblowing" não é nossa. É deles e é apenas um exemplo do que se pode fazer para em vez de atacar quem decide por a boca no trombone, se enquadre a atitude.
Em vez de reduzir o apitador, com duas ignomínias, ao estado catatónico, apoiar a coragem de dizer o que tem de ser dito e poucos o fazem.
Li tudo e foi por isso que fiz as perguntas que fiz. Não percebeu alguma?
É que antes da sua resposta apressada estava eu a pensar que sim, até concordava com a maior parte do que tinha escrito, e parecia-me mesmo boa ideia aquela do código ético que distingue um Whistleblower dum vulgar caluniador.
Estava mesmo a pensar voltar a enaltecer e chamar a atenção para o que escreveu, pois parece-me muito oportuna uma triagem com um critério qualquer comum que seja entendível por pessoas sérias.
Exactamente porque li tudo.
Como espero que faça com o presente.
Cumprimentos.
O paralelo que fiz com uma figura que os americanos procuraram institucionalizar ( como fizeram por exemplo com os grupos de pressão, os lobbies), tem a ver com a circunstância de me parecer negativo que se reduza o papel do actual "apitador" Paulo Morais, ao de um oportunista que aproveita a saída para bufar umas coisas sérias.
Mesmo com motivos inconfessáveis, a atitude de denúncia pública de desmandos que são conhecidos pela sociedade mais ou menos informada,tem o valor de uma sopradela valente num trombone dos media.
Os americanos, tal como fizeram no caso dos lobbies, enquadraram essa atitude, para a aproveitar naquilo que tem de positivo.
Neste caso, com os comentários que tenho visto e que V. mesmo reproduz, caimos no risco de reduzir novamente uma genuina atitude de "whistleblowing" ( entre aspas que é para não confundir com a genuina expressão formal dos americanos),a um quixotismo e qualquer coisa de indigno perante o papel que o P Morais antes desempenhou na Câmara.
Então, para anular o som do trombone, diz-se assim:
"Ah! O gajo enquanto esteve lá não sabia de nada?! Agora é que vem denunciar?! "
E colada á crítica vem a antiga noção ignominiosa da bufaria do despeito.
Ou então, a atitude mais artificiosa e sofisticada do presidente dos autarcas, F. Ruas: "o gajo se diz uma coisa com essa gravidade, tem de apresentar provas!"
Há uma variante deste cinismo que diz assim:
Então, em vez de falar na VIsão, ia à PJ...
Caro Fernando:
À PJ?! Para quê?
Para ouvir como ouviu Garcia dos Santos da boca de CUnha Rodrigues ( segundo aquele declarou numa entrevista): "TEm provas?! Se não tem, não adianta...)
Garcia dos Santos referia-se em concreto à corrupçáo na JAE, nos anos noventa.
Agora falamos de corrupçáo generalizada no sector de Urbanismo das Autarquias.
Paulo Morais, não precisa de apresentar provas.
O que ele fez, foi uma denúncia de um estado podre.Uma denúncia que parte de alguém que viveu por dentro os problemas da segunda maior cidade do país, no que se refere á construção civil.
Não tem que apresentar provas concretas de um acto de corrpuçáo concreto. Tem, como muito bem fez, de alertar para uma situaçáo pantanosa que todos vêem e ninguém parece incomodado.Coma voz autorizada que tem pela experiência que obteve.
Paulo Morais não é polícia nem investigador do IGAT.
É um cidadão que entende melhor do que muitos as manigâncias possíveis do poder local que temos.
Mas isso, parece que nem toda a gente quer ver.
Precisam de provas...
Ou seja, espera-se que essas entidades não andam, nesse aspecto, a dormir.
Se náo têm meios, façam eles mesmos o que fez Paulo Morais; APITEM! ALiás, já o tem feito. Mas ninguém tem ouvido, o que significa que usam um apitinho de brinquedo, rouquinho e só para dizer que têm um.
Então, APITEM!
Ao escrever o que escrevo, dirigido directamente a responsáveis do DCIAP que me conhecem, incorro evidentemente no desprazer das suas pessoas, agravado por algumas queixinhas cobardes.
Lamento. Não é nada de pessoal.
Limito-me a apitar. Com boa intenção. E se não gostarem, contestem. Aqui, de preferência que é o lugar certo.
Em Portugal a Justiça não funciona ou funciona mal. Parece que toda a gente está de acordo.
Quando feita uma denúncia na Justiça todo o assunto fica de imediato ao abrigo do S. de Justiça. Toda gente sabe.
A "influência" que os poderes políticos teem sobre o sistema judicial, policial e "investigacional" são enormes. Penso que só alguns néscios não acreditam nisto.
Vivemos a vil tristeza do compadrio.
Vemos o que acontece nos Tribunais com os Advogados bem pagos - vide caso Casa Pia em comparação com caso semelhante nos Açores.
E isto é apenas uma pequena história.
O que nos resta?
Tão só o Tribunal da Opinião Pública!
Daí dar à estampa o que se sabe antes que fique em "Segredo de Justiça".
Não põe nomes?
Claro. Se o fizesse passava de Caçador a Coelho (com letra grande).
Afinal temos uma polícia, ela que se mecha e os políticos que ficam tão escandalizados que ponham a dita a mecher-se !!! E aqui temos outra história! estarão eles interessados?
Poi é.
Todos eles querem que isto vá para a frente, promessas e mais promessas de investigação e tudo por aí fora...
Dentro de 15 dias já se esqueceram e volta tudo à "NORMALIDADE"
Cumprimentos
Ainda esta semana tivemos exemplos que demonstram as dificuldades da justiça face a advogados poderosos.
Há sempre mais uma artimanha, mais uma "tecnicalidade" qualquer, que permite deixar tudo como está, atente-se sobre o que se diz sobre o "apito dourado" e os telefonemas.
Até mesmo as notícias que abrem a Al-Jazeera radiofónica portuguesa, no dia de hoje, nos empurram para este campo... se não há um, um único caso que sirva de exemplo, de condenação exemplar, para quê aborrecimentos, guerras, complicações? O que o povo quer é só mesmo pão e circo, quem lhos fornecer estará sempre bem.
diogenes
A minha perplexidade - vamos usar um eufemismo para desculpar o compromisso - de ontem deve-se à inversão das prioridades da crítica da corrupção para o apitador. Também no Blasfémias o LR (creio) se pronunciou de forma muito dura, e exacta, sobre o mundo aparelhístico-corrupto que nos governa.
O problema não é o apitador: o problema é a falta! O problema é só a falta. Nada há de mais denunciador da falta de razão do que o juízo da oportunidade - a que se deve acrescentar, concordo, a obrigatoriedade de denúncia prévia aos tribunais para que o manto diáfano da justiça cubra a corrupção.
Não há salvação no aparelhismo pseudo-democrático que temos. Precisamos da democracia directa que elimina o poder de corrupção dos aparelhismos partidários. É a democracia directa, que exige um sistema judicial e administrativo mais eficaz, por exemplo com cassação dos direitos políticos dos corruptos, mais informação e mais transparência sob pena de perda imediata de mandatos, eleições primárias nos partidos para todos os lugares de candidaturas (autarcas, deputados, etc.), possibilidade de revogação de mandatos, etc., etc., que pode tirar este nó da nossa garganta que clama por mais democracia.
Vivam os apitadores! Viva a democracia directa! Viva a IV Repúbica!
A vítima de que fala, ouvi-o na TV dizer num debate a três de que ainda não sabe (de qualquer fonte oficial) de que é acusado.
Se ele não sabe, é suposto que ninguém, estranho à Justiça, saiba.
Como é que o senhor sabe? Ou palpita para encher as prateleiras da Loja?
Não é crime saber sem o próprio interessado (ou o seu representante legal) saber? Sabe o que é segredo de justiça, não sabe? E deve saber o que é violação do segredo de Justiça.
Ora, se alguns sabem não devendo saber (à face da lei), que moralidade têm para criticar alguém por supostamente cometer ilícitos?
Está a ver como o povo tem razão para não dar crédito a apitadores e apitados?
Está a ver, como sabiamente diz o outro, que apitadores há muito poucos, e que o resto são simpatizantes?
Felizmente que o povo não tem tempo para ler e ouvir simpatizantes. E que muitos dos que os lêem e ouvem estão vacinados contra ruídos de fundo.
O que é impressionante para quem quer que seja habitante deste torrão à beira mar plantado, é a natureza extremamente sofisticada das nossas leis processuais penais e a da organização das entidades investigadoras, dos seus hábitos e rotinas.
Parece-me óbvio que a realidade está num plano diferente da realidade processual e esta figura-se cada vez mais como virtualmente surrealista. Porquê? Precisamente porque impede a transparência da realidade da vida, ou seja da verdade material.
Em nome de quê? Do receio de se condenarem inocentes!
As garantias de defesa trnaram-se vacas sagradas que impedem o exercício da justiaç, mas dizer isto é uma blasfémia maior do que dizer que a justiça em Portugal corre pelo melhor.
Há evidências que muita gente se recusa a ver, por causa das horas gastas a queimar pestanas a ler os manuais de Figueiredo Dias, Costa ANdrade, Faria Costa, Anabela Rodrigues, Maria João Rodrigues.
Depois, não sobra luz para ler o que se passa à volta de todos nós e quem queimou as pestanas naqueles manuais excelentíssimos, já desdenha de quem isto escreve.
Mas há uma coisa que não deveria desdenhar: a Justiça é sempre aplicada em nome do Povo.
Será certamente o Povo a mostrar-lhes a luz. COmo sempre, aliás.
Deve estar enganado e certamente obnubilou-se com a leitura.
Não acusei o dito cujo de coisa nenhuma, a não ser de fazer de nós parvos! E de si também.
A história que contei não está em segredo de justiça! Até veio no Expresso.
Mas contém uma moralidade, isso contém: a de que vale tudo, mesmo negar as evidências da realidade e contrarir as regras da experiência comum.
No sistema actual há justiça contra corruptos além da sanção pública. Só essa.
Só a vergonha do povo pela eleição de corruptos, conjugada com a publicação dos seus crimes, os cassa do poder. E não me apontem o casos dos Avelinos-Isaltinos que o povo mantém porque também há Monterrosos que são eliminados (ainda que só dos cargos electivos...). Porque o sistema não legisla contra si próprio nem contra os corruptos que o dominam: tem de ser o povo a obrigar à reforma política.
A reforma política em direcção à democracia directa é uma forma de poupar uma revolta popular contra a corrupção e o abuso.
Viva o Paulo Morais que teve a coragem de dizer o que toda a gente sabe! E a corrupção urbanística e das obras públicas nas autarquias é uma amostra pequena do que existe nos contratos do Estado central.
Não venham com as desajustadas e quase-defuntas teorias obsoletas do garantismo soixante-huitard e da soberania dos tribunais com o sistémico segredo de justiça, quando essa distopia só protege os criminosos poderosos e os órgãos judiciais garantem a impunidade, nos hiatos que a lei, ditada pelos próprios, oferece para disfarçar a imunidade blindada dos políticos.
A sanção da censura da opinião pública é a resposta possível para o Estado corrupto e media colaboracionistas.
Publique-se! Viva a democracia directa!
Leia-se: "(N)o sistema actual não há justiça contra corruptos além da sanção pública".
Se um publicador qualquer, que escreve num jornal ou num blog, comete o crime de publicar algo de um processo que está em segredo de Justiça, repito, se esse publicador comete esse crime e conscientemente como é na maioria do casos, que moralidade tem para criticar ou condenar alguém na praça pública por supostamente ter cometido ilícitos?
Meu caro escrevinhador José, para mim é tão criminoso o político que comete um crime (e só os tribunais o dirão se cometeu algum crime), como o publicador que comete o crime de furar CONSCIENTEMENTE o segredo de justiça.
Mais uma razão para o povo não dar qualquer crédito aos apitadores, porque são tão criminosos como os outros que cometem crimes(SUPOSTAMENTE, e não provadamente, porque antes de qualquer julgamento e trânsito em julgado da sentença final).
Está a ver como ficou com o rabo todo à mostra?!
E não venha desculpar-se com o que disse o Expresso, porque a pessoa em questão disse na TV, alto e em bom som, num debate político, que ainda não sabia por que razão era acusado. Logo, quem copia SABIDAMENTE crimes cometidos por outros em primeira mão, é tão criminoso como eles, ou, como diz o povo, tão ladrão é o que rouba como o que fica à porta.
Está a ver onde se meteu? Vê como esse seu rabo pelado tem gangrena ainda pior do que a do visado na sua cópia do Expresso?
Está a ver como esta é apenas uma Loja de lacraus com prateleiras nauseabundas?
O resto da lição fica para a próxima.
Vá continuando a dizer diparates para eu exemplificar aqui como não se devem ser ditos.
"Está a ver como esta é apenas uma Loja de lacraus com prateleiras nauseabundas"?
Então qual a razão pela qual perde o seu precioso tempo com esta loja ?
É pago à peça ?
Já agora, um pouco mais de educação naquilo que se escreve, não fica mal a ninguêm, nem aos anónimos, não acha ?
Está a acusar-me de violar um segredo de justiça, é isso, caro anónimo?!
Se é, pode muito bem meter a viola da denunciazinha torpe, no saco.
Por estes motivos:
Só existe violação de segredo de justiça quando alguém por algum modo acedeu ao segredo de um processo que nessa fase se encontra.
Se alguém cita um órgão de informação em que se revela um facto que já deixou de estar em segredo de justiça há muito tempo, apesar de inserido num processo que eventualmente ainda o pode esta, isso não representa nenhuma violação de segredo nenhum, caro anónimo.
Porque se representasse, então a equipa do MP que tem por missão zelar pela investigação desses crimes gravíssimo punidos com prisão até 2 anos e multa até 240 dias,não teria mãos a medir e em relação a todos as notícias do caso Isaltino ou da Fátima Felgueiras, ou do Apito DOurado ou seja de outro qualquer processo mediático e ainda em fase de instrução ( recolha de provas), teria que instaurar processos a torto e direito e seria o descalabro da credibilidade do sistema, se é que ainda a tem.
Deixe-se de acusações ridículas caro anónmimo e concentre-se no essencial do que foi dito:
Alguém gosta de nos fazer passar por parvos! E muitos de nós, aceitamos placidamente.
Além do mais se está habituado a ler o que por aqui se escreve, saberá certamente que este escriba nem concorda com as acusações em massa, recentemente deduzidas contra jornalistas. E já o disse porquê.
Gostaria era de ver quem se pronuncia a favor, como é o caso de Vital Moreira e o conselheiro Artur Costa, virem também agora, para a praça pública, dizer se continuam a pensar dessa forma.
Que venham dizer se aceitam teorica e praticamente que dezenas de jornalistas tenham sido formalmente acusado pela prática de violação se segredo de justiça!
Acho porém que podemos esperar bem sentados e até dormir uma sesta...
O post de José é muito bom, e a crer pelos gemidos anónimos acertou onde deveria acertar.
Comparado com a clareza e honestidade intelectual de um post, que pode, naturalmente, ser contestado, o nível das respostas é desanimador.
Até há que jure saber das intenções do Paulo Morais para o futuro, e parta para uma conclusão, o que é bem mais fácil que argumentar.
Alguém disse, em posta de pescada, que ia mostrar o rabo do José e criou-se uma situação de grande expectativa, mas, tal como os títulos de alguns jornais, o prometido não foi cumprido. Neste caso, ao anónimo calhou-lhe a pecadinha de rabo na boca....
E depois até há anónimo que jura que quem viola um segredo de Justiça (? e não sei concretamente a que se refere, nem interessa)não tem autoridade para nada. É o que ele pensa, mas pensa por todos, o que é pretensão.
Para estes anónimos, eu não possi dizer que a droga entra nas cadeias ou tenho que provar, nem que há corrupção no futebol, nem nas autarquias, no jornalismo ou na Justiça. Não posso, sequer dizer que há corrupção. Aliás, nem posso falar de qualquer ilegalidade sem a provar. E muito menos, na sua clarividente opinião, caso eu tivesse algum dia no passado praticado alguma desses crimes. Isso é o que o anónimo pensa. Claro que falo e não é ele que me proibirá, era o que faltava. Grave, seria eu chamar-lhe pretensioso e não o provar, isso é que seria insultuoso.
Mas, depois desse pontapé de partida, é necessária uma investigação que se enquadre nos ditames processuais-penais que, bem ou mal (é um problema do legislador e de quem o elege), enquadra as diligências de investigação mais invasoras de privacidade. Isto é, não há que por as mãos cruzadas porque, ai Jesus, nos anularam umas escutas com base em argumentos produzidos por advogados bem pagos ( e se calhar bem preparados). O que é preciso é fazer tudo como deve ser, nada facilitar. Estar preparado. E se, como acontece com frequência, não existirem (dolosa ou negligentemente) os meios necessários à investigação ( que é o executivo que tem que dar - que é escolhido por quem elege) apitar, mas apitar com força, para que se não bata sempre no mesmo.
Cicuta.
E a questão é esta:
"Se um publicador qualquer, que escreve num jornal ou num blog, comete o crime de publicar algo de um processo que está em segredo de Justiça, repito, se esse publicador comete esse crime e conscientemente como é na maioria do casos, que moralidade tem para criticar ou condenar alguém na praça pública por supostamente ter cometido ilícitos?"
Um criminoso CONSCIENTE DO SEU CRIME, que não deixa dúvidas a ninguém sobre esse crime pois ele próprio o publicita, deixa de ser criminoso por chamar criminosos aos outros (que nem sabemos se são criminosos)? Ou, não chamando os bois pelos nomes, tudo escreverem para darem a entender aos incautos de que são criminosos?
Que moralidade tem este criminoso para vender a banha da cobra da "Ética e dos Bons Costumes" em blogs e outros media?
Está a ver o que dá quando se cospe para o ar?
Está a ver a bandalheira, essa sim, a dos nossos simpatizantes de serviço, que não têm a mínima vergonha nem o escrúpulo de cometer crimes para ficarem bem na fotografia do partido ou do grupo?
Boa notícia me dá, essa de SUPOSTOS jornalistas terem sido chamados à Justiça pelos supostos crimes que terão cometido, se é que os cometeram. Se há sector no nosso país mais abandalhado é esse mesmo, o dos SIMPATIZANTES disfarçados de jornalistas ou de simples bloggers.
O pior inimigo da informação é a propaganda encapotada e embrulhada em papel de ética.
Antigamente tratavam-se com DDT
Em Portugal a economia pode estar em crise, mas o regime não. Tudo funciona normalmente. Com a burocracia do costume, é certo, mas normalmente. E as reformas profundas de Sócrates estão a mudar o horizonte, para melhor. Um regime democrático como o nosso tem sempre meios de se auto-regular e regenerar, se for o caso.
Se virmos certos rankings internacionais sobre transparência e corrupção, Portugal aparece bem colocado, no bom sentido, bem acima de alguns países mais evoluídos, como França, Itália, etc. Há meses vi um ranking onde Portugal aparecia em segundo lugar entre dezenas de países, logo a seguir aos Estados Unidos. Noutros rankings aparece nos dez ou vinte primeiros lugares.
Portanto o regime está de boa saúde e internacionalmente assim é reconhecido. E temos uma das imprensas mais livres do mundo (entre as cinco mais livres), segundo a Associação Internacional dos Jornalistas.
Mesmo a economia tem desempenhos semelhantes a vários países europeus, com mais tradição democrática e com outros argumentos económicos, casos de França, Itália, Alemanha, Holanda, etc..
Muitos fascistas e estalinistas é que andam a vender esta da crise do regime para ver se inventam um golpe de Estado ou uma mudança brusca que ponha os amigos no poder. Fingidos de democratas, obviamente.
Portanto, este blog de JG deve ser deitado ao lixo depois de lido. Expressa uma opinião que não tem nada a ver com a realidade do país. País que progrediu mais em trinta anos do que em séculos. E porque foi e é assim o povo escarra nos inventores de crises de regime. Ainda bem.