o sol e o umbigo, reality check
domingo, agosto 21, 2005
José Pacheco Pereira a pretexto de um texto de Paulo Gorjão disserta sobre blogs. Discute-se influência e audiência (reais e imaginárias), discutem-se métricas, objectivas ou não, discute-se em suma, tão somente o poder. O pretexto próximo foi um artigo menos feliz publicado na revista do Expresso esta semana e que tinha subjacente o fim do reinado absoluto do Abrupto de Pacheco. Antes de mais, tenho de notar, e por ser parte interessada - esta Venerável Loja aparece no gráfico inserto no Expresso representada de forma basatnte 'simpática' - que duvido muito da fidelidade dos números tomados como referência (do sitemeter) e que pura e simplesmente não batem certo com outros de que dispomos como os derivados dos banners do Google. Dito isto, é pateta, e aí concordo com o JPP, reduzir o fenómeno e a questão da influência, dos blogs a uma mera questão de audiências. A revista Maria, a Nova Gente, o 24 Horas, até o CM, etcetera e tal, vendem que se fartam e não é por isso que eu, e muito boa gente, leva a sério esse tipo de publicações. Também, é bom registar, não é apenas, embora seja uma métrica mais fiável, uma questão de ser apenas mais ou menos linkado/citado no technorati, já que há links e links, há links para posts, e links 'institucionais' que linkam para os blogs mais conhecidos, na moda, por ligar (vejam-se os rankings obtidos pelo defunto Meu Pipi e pelo gato fedorento) . Tenho para mim que a maioria das pessoas que escreve em blogs não escreve em função (da obtenção) de uma determinada audiência, fá-lo tão somente porque lhe dá gozo, em primeiro lugar, porque lhe apetece, e porque sentirá um qualquer impulso (cívico também) de partilhar com terceiros pontos de vista, sentimentos, emoções e opiniões. Assim, mais do que fidelizar audiências, públicos, os blogs conectam pessoas, causas, sentimentos concretos, criando à sua volta comunidades (rings) virtuais. A questão não está pois tanto na influência directa que A, B ou C têm, mas sim no facto de aparecerem novos actores, novas ideias, novos ângulos de análise, de se establecerem novas relações e interações, que de uma forma ou de outra acabam sempre por ser tido sem conta, no imediato ou não, pelos opinion makers do regime, que perderam inapelavelmente o controlo mais importante - o da definição do que a cada momento é debatível, é notícia ou não, é a tal capacidade de agenda setting. Quanto ao resto haverá por aí quem se leve demasiado a sério, e se sinta com missões divinas, como converter este mundo e o outro, a isto ou aquilo, mas são excepções. O grande mérito dos blogs em geral é que num mundo em que as pessoas não conhecem o vizinho, muito menos o presidente da junta, é terem devolvido às pessoas o poder, e o dom, da palavra. E o facto é que há cada vez mais gente a falar, a opinar, sobre tudo e mais alguma coisa, e acharem que isso pode servir para alguma coisa, só pode ser bom, muito bom, excelente. Já quanto ao peditório sobre o anonimato deixem-me que diga, enquanto se aguarda ansiosamente a palavra definitiva de JPP, que faz tanto sentido como o de proíbir a assistência a jogos de futebol, ou permití-la só a mudos, pelo facto de haver um ou outro energúmeno que de vez em quando põe em causa a honorabilidade da mãezinha do árbitro...
Publicado por Manuel 17:26:00
Saúde
Nem quero pensar no que o autor deste blog poderia escerver sobre o assunto, particularmente a propósito da eventual citação abruptiana, mas deu-me vontade de rir.
E rir é o melhor remédio para as pessoas não se levarem muito a la abruto, perdão...a sério.
TOngue in cheek é conceito que não entra naquele blog. Entram várias tentativas frustradas para alcançar aquilo que os Hawkwind, grupo de rock já datado cantavam:
Quark strangeness and charm