A Caixa de Pandora
segunda-feira, agosto 22, 2005
Por norma e enquanto decorre o mês de Agosto, é normal no nosso país se prestar pouca atenção a alguns sinais preocupantes que possam influenciar a economia portuguesa. Nos últimos três dias surgiram 3 sinais preocupantes, e do novo ministro das finanças ou do primeiro-ministro nem sinal.
O petróleo continua a subir, e este governo ameaça ver o seu orçamento rectificativo cair no ridículo, com a previsão de 50 dólares o barril. As previsões mais optimistas indicam que o ouro negro ultrapassará os 70 dólares o barril já em Setembro. Por cada dólar a mais, Portugal paga 100 milhões de euros a mais na factura energética. Por muitos moinhos de vento que Manuel Pinho possa implementar, daqui por 10 anos é perceptível o porque da redução da factura energética não poder passar por aqui.
Por outras palavras o governo está a prever gastar uma verba com o petróleo, que hoje está acima 2 mil milhões de dólares, se tivessemos em conta a totalidade das importações de petróleo anuais. Assim como estamos em Agosto, a derrapagem cifra-se até ao final do ano, e na errada assumpção do petróleo não subir mais em 700 milhões de dólares.
Talvez mais que umas palavras sobre o estado em que se encontra a estória da Galp Energia, ajudasse o país a resolver o problema, ou será que é assumido que a ENI fica com a petrolífera portuguesa ? Definir qual o papel da petrolífera, quais os parceiros seria o melhor caminho para reduzir a factura. A Galp Energia não pode servir apenas para se realizar mais-valias. Ou terão os socialistas novamente a coragem de isentar de imposto as mais –valias que a ENI vier a obter, tal como fizeram com a Petrocontrol ? Recordando os mais distraídos, a Petrocontrol era presidida na época por... Diogo Freitas do Amaral.
Os dados não são enganadores. A taxa de desemprego subiu no segundo semestre aos 7,2%. Ainda que a redução quando comparada com o primeiro trimestre possa alimentar as mentes menos preparadas, basta perceber que essa redução só aconteceu porque “anormalmente” a população activa subiu 0,4 % e segundo porque nesta época do ano, grande parte da actividade turística absorve desempregados por um curto período de tempo. Trata-se por isso de uma boa notícia conjuntural e não estrutural. E não querendo fazer futurologia, o país deve preparar-se para ter uma taxa de desemprego na casa dos 10,0 %. Pedir para estimar o impacto destes números sobre uma segurança social portuguesa falida, é manifestamente demais para este governo.
Finalmente, nem mesmo com o relatório constâncio, com rectificativos do rectificado, este governo conseguiu inverter a tendência. Pior, a despesa cresceu 4,3 %, entre Janeiro e Julho, enquanto que a receita cresceu 4,1 %. Pior, as despesas com pessoal não param de crescer, e desde o início do ano o Estado já gastou 7,5 mil milhões de Euros com o seu pessoal, mais 4,7 % que no ano anterior. Tudo somado, e o défice é superior em 5,1 % face ao ano anterior. No mesmo relatório, e no que á segurança social diz respeito, as pensões cresceram 9,2 %, enquanto as contribuições se ficam por uns escassos 4,22%. O aumento do IVA, aumentará o desemprego por via da diminuição do consumo privado, e respectiva diminuição dos lucros das empresas. Consequência - aumentam os subsídios de desemprego.
Está este governo preparado para lidar com este país e com os próximos meses ? Não, porque este país já demonstrou que não está preparado para ser liderado por este governo. Não porque as medidas duras que ele propõe sejam ilusórias. Que são. Mas porque num governo, quando não há competência nem verdade, o caminho só pode ser um.
O petróleo continua a subir, e este governo ameaça ver o seu orçamento rectificativo cair no ridículo, com a previsão de 50 dólares o barril. As previsões mais optimistas indicam que o ouro negro ultrapassará os 70 dólares o barril já em Setembro. Por cada dólar a mais, Portugal paga 100 milhões de euros a mais na factura energética. Por muitos moinhos de vento que Manuel Pinho possa implementar, daqui por 10 anos é perceptível o porque da redução da factura energética não poder passar por aqui.
Por outras palavras o governo está a prever gastar uma verba com o petróleo, que hoje está acima 2 mil milhões de dólares, se tivessemos em conta a totalidade das importações de petróleo anuais. Assim como estamos em Agosto, a derrapagem cifra-se até ao final do ano, e na errada assumpção do petróleo não subir mais em 700 milhões de dólares.
Talvez mais que umas palavras sobre o estado em que se encontra a estória da Galp Energia, ajudasse o país a resolver o problema, ou será que é assumido que a ENI fica com a petrolífera portuguesa ? Definir qual o papel da petrolífera, quais os parceiros seria o melhor caminho para reduzir a factura. A Galp Energia não pode servir apenas para se realizar mais-valias. Ou terão os socialistas novamente a coragem de isentar de imposto as mais –valias que a ENI vier a obter, tal como fizeram com a Petrocontrol ? Recordando os mais distraídos, a Petrocontrol era presidida na época por... Diogo Freitas do Amaral.
Os dados não são enganadores. A taxa de desemprego subiu no segundo semestre aos 7,2%. Ainda que a redução quando comparada com o primeiro trimestre possa alimentar as mentes menos preparadas, basta perceber que essa redução só aconteceu porque “anormalmente” a população activa subiu 0,4 % e segundo porque nesta época do ano, grande parte da actividade turística absorve desempregados por um curto período de tempo. Trata-se por isso de uma boa notícia conjuntural e não estrutural. E não querendo fazer futurologia, o país deve preparar-se para ter uma taxa de desemprego na casa dos 10,0 %. Pedir para estimar o impacto destes números sobre uma segurança social portuguesa falida, é manifestamente demais para este governo.
Finalmente, nem mesmo com o relatório constâncio, com rectificativos do rectificado, este governo conseguiu inverter a tendência. Pior, a despesa cresceu 4,3 %, entre Janeiro e Julho, enquanto que a receita cresceu 4,1 %. Pior, as despesas com pessoal não param de crescer, e desde o início do ano o Estado já gastou 7,5 mil milhões de Euros com o seu pessoal, mais 4,7 % que no ano anterior. Tudo somado, e o défice é superior em 5,1 % face ao ano anterior. No mesmo relatório, e no que á segurança social diz respeito, as pensões cresceram 9,2 %, enquanto as contribuições se ficam por uns escassos 4,22%. O aumento do IVA, aumentará o desemprego por via da diminuição do consumo privado, e respectiva diminuição dos lucros das empresas. Consequência - aumentam os subsídios de desemprego.
Está este governo preparado para lidar com este país e com os próximos meses ? Não, porque este país já demonstrou que não está preparado para ser liderado por este governo. Não porque as medidas duras que ele propõe sejam ilusórias. Que são. Mas porque num governo, quando não há competência nem verdade, o caminho só pode ser um.
Publicado por António Duarte 16:30:00
10 Comments:
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diogenes
O governo anterior, do PSD/PP, ao fazer passar um Orçamento do Estado onde os compromissos de despesa assumidos excediam em cerca de 5 mil milhões de euros as receitas previstas nesse mesmo Orçamento, o resultado só pode ser esse que descreve para o ano de 2005.
A sua debitação está certa, só erra grosseiramente ao dizer que este Governo não pode nem tem capacidade para corrigir esse erro gigantesco do governo anterior. Este governo mostra ter capacidade e aí estão várias reformas de fundo a comprovar isso (em poucos meses), coisa que nenhum governo anterior foi capaz de fazer, incluindo os seus amigos de partido.
Por que razão professores, médicos, enfermeiros, polícias, juizes, militares, etc. andam zangados com este Governo?
Toda a gente sabe, porque este governo está a entrar-lhes na fazenda excedendária, como nunca ninguém teve a coragem de fazer.
Ora, tal governo deve ser elogiado, e não criticado como o fez. E não há dúvida de que muitos e muitos portugueses estão com este governo precisamente por aquilo que você diz, caro Duarte.
Vá lá, faça um esforçozinho para despedir essa camisola partidária, aproxime-se da rede e cumprimente o seu adversário político e dê-lhe os parabens por o seu partido nunca ter conseguido vitória tão espectacular contra o descontrolo das contas públicas, herdado pelos seus companheiros de partido e por eles prossseguido e aprofundado até á bacarrota final, caso o PR não tivesse tido a ideia genial de lhes cortar o desnorte e a tontice.
As reformas não se anúnciam. Fazem-se. E explicam-se fazendo.
Até agora não me explicaram nada. É só marketing do piorzinho para cabeças ôcas.
A incompetência e o lirismo grassam pelas nossa classes políticas ditas "superiores". Deles só se pode esperar a salvação, "A Solução"!
Não há soluções... há caminhos a ser trilhados. E é tudo. Ao longo deles talvez olhemos para trás e verifiquemos que estamos melhor, se tivermos bons lideres e caminhantes.
Alface
PS E lembrem-se da ESCOM...
Pergunto:
Serão acólitos contratados para dourar a pílula?
Ou serão individuos tão inteligentes, tão inteligentes que pensam que a maioria dos Portuguêses anda a dormir?
E como contra factos não há argumentos...
este anónimo não dorme!
começa às 8 da manhã e às 5 da madrugada ainda está lá.
Arranja alguém que te faça companhia na cama