Não há vida para além da Ota...
quinta-feira, julho 21, 2005
Ao fim de 4 meses, ficou claro quais são as teias em se que move o actual governo. Os sinais não foram dados apenas na entrevista de fim-de-semana que Campos e Cunha concedeu, mas sim no “interno” não adiar do lançamento da Ota, como obra-prima deste governo. Mesmo quando e até externamente, há sinais que contrariam esta decisão.
Campos e Cunha, perante um braço de ferro com Mário Lino, levou a que Sócrates optasse pelo ministro ligado ao PS, em vez de continuar a confiar no independente Campos e Cunha. O ministro que vinha para 4 anos não resistiu 4 meses.
Desta vez, e tal como se previa, o PS ganhou o confronto com um governo que tem enverdado a sua política económica em claro confronto com o próprio PS.
É certo que por aqui muitas vezes se criticaram as medidas de Campos e Cunha, não pelo seu idealismo, mas sim por se achar que as mesmas medidas não eram compagináveis, com o melhor futuro para Portugal. Mas, mesmo assim, há algo que jamais poderá ser imputável ao agora ex-ministro... a tomada de uma decisão de investimento público sem conhecimento público dos seus motivos.
É certo que por aqui muitas vezes se criticaram as medidas de Campos e Cunha, não pelo seu idealismo, mas sim por se achar que as mesmas medidas não eram compagináveis, com o melhor futuro para Portugal. Mas, mesmo assim, há algo que jamais poderá ser imputável ao agora ex-ministro... a tomada de uma decisão de investimento público sem conhecimento público dos seus motivos.
A demissão de Campos e Cunha têm apenas um motivo : A construção da Ota, move demasiados interesses imobiliários comprometidos com o PS, e que ao poder o conduziram, que jamais algum ministro poderá questionar. Só assim se compreende a intrangência em discutir publicamente o projecto, o silêncio de Sampaio e Constâncio nesta matéria, e a mentira de Mário Lino, de que a Comissão Europeia, ira obrigar Portugal a fechar a Portela dentro de uns anitos.
Do ponto de vista interno, ainda hoje o comissário Almunia, afirmava, que a benesse concedida por Bruxelas em adiar para 2008, a regularização do défice abaixo dos 3,00 %, implicava que Portugal, ponderasse bem o tipo de investimento público a constituir por parte do Estado. O investimento público não é automaticamente rentável nem gera os efeitos esperados, porque as externalidades que possuí contribuem para que se torne difuso, e ao mesmo tempo, com uma política orçamental para uma centralizada política monterária a nível europeu, os efeitos tendem a diluir-se.
Não falamos de uma qualquer obra. Falamos de um obra que por baixo ascenderá aos 5 Mil Milhões de Euros. É inqualificável que com o passar do tempo o país se tenha vindo a tornar ingovernável, e que a tudo isto Sampaio, com claras responsabilidades, resista a pronunciar-se. Mas verdadeiramente grave é o autismo do governo em levar a obra em frente, não reconhecendo que a mesma merece ser discutida, só pelo simples facto de existirem melhores soluções e que não comprometem o futuro do país...
A partir de hoje as regras do jogo estão claras. Quem se mete com a Ota apanha...
Publicado por António Duarte 10:51:00
4 Comments:
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E já sabemos a provável continuação da novela: a seguir à saída do MF intransigente e pouco "solidário", vem o pântano do défice e a fuga do PM. Só falta saber ao certo quando e para onde.
Entretanto, Sampaio pratica em silêncio o tradicional "lava-mãos", que o reino dele já não é deste Mundo...
Vamos ficar CALADOS perante mais um elefante branco, ou vamos juntar forças para exigir explicações ao governo?
Que tal um grande movimento de blogues para EXIGIR ao novo ministro das finanças uma clarificação sobre a Ota e o TGV ?
É que os blogues têm muita força (e os partidos sabem disso e têm medo), assim os blogues se saibam unir para defender causas que não são partidárias mas sim nacionais !
Vamos a isto ?
Podemos avançar para algo que obrigatoriamente tem que ser mediático, pois o que aqui se escreve esbarra no forte lobby que existe na comunicação social...
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