“Moro num país tropical”

Verifica-se que, em alguns dos artigos de uma proposta de lei aprovada recentemente na generalidade pelo parlamento, se utiliza o termo “procedimento concursal” em vez de “procedimento por concurso”. Acontece que a palavra “concursal” não consta de qualquer dicionário português de língua portuguesa.

Sugere-se aos senhores deputados, já que não têm tempo para ler com toda a atenção o que lhes é dado a votar, que seja criado na AR um qualquer serviço para revisão da redacção em língua portuguesa dos diplomas, de modo a evitar disparates como aquele. Caso não haja verba, destaquem para a função professores de português em situação de horário “0”, ocupando-os assim numa tarefa que é urgente e necessária.

Publicado por contra-baixo 13:55:00  

7 Comments:

  1. Anónimo said...
    "Sugere-se aos senhores deputados, já que não tem tempo para ler"
    Sugere-se que substitua o "que não tem tempo para ler", por "que não têm tempo para ler".
    De qualquer forma é bom que alguém sugira alguma coisa aos nossos deputados que dizem interviu em vez de interveio.
    Anónimo said...
    Não seria mais prático e eficaz propor a alteração do dicionário?
    irreflexoes said...
    Oh irmão,

    Se fosse só aí. Mas até os tribunais superiores usam essa mesma expressão (http://www.dgsi.pt/jtca.nsf/0/bbf2cee42198f66780256f90003f97cc?OpenDocument)
    já para não falar dos jornalistas.
    josé said...
    Os deputados da nação ( Nação?!) deveriam ser obrigados a ler a história do bravo Calisto Elói e a deterem-se demoradamente a soletrar os discursos que o mesmo fazia no Parlamento de então e as respostas, em tom formal.

    Não obstante, suspeito que a maioria nem sequer sabe quem é o Calisto, quanto mais lerem e apreciarem o gongorismo dos discursos de antanho.
    Anónimo said...
    Devemos elogiar os nossos deputados ou melhor os serviços auxiliares por se terem convertido á política da inovação... :)

    lucklucky
    Anónimo said...
    "Procedimento concursal" dá um ar mais sofisticado, menos plebeu, do que um simples "procedimento por concurso". Pode até haver quem pense que se trata de algo científico.
    O recurso a professores de português envolveria uma certa perigosidade. Julgo que se obteriam melhores resultados, e mais económicos, com a mera consulta a um dicionário da língua portuguesa.
    Anónimo said...
    Não têm tempo para ler?
    Mas cada vez que focam lá o redondel está sempre meia-dúzia a lerem os jornais.

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