Competência para amar
sexta-feira, julho 01, 2005
Vieste comigo
nesse jeito pós-moderno
de não querer saber nada
de não fazer perguntas
essa pose cansada
tão despida de emoção
de quem já viu tudo
e tudo é uma imensa
repetição
não fosse a minha competência para amar
e nunca teríamos acontecido
num mundo de competências
e técnicas de ponta
a dádiva da fala
quase já não conta
depois quase ias embora
desse modo
evanescente
não soubesse eu ver-te
tão transparente
e teria sido apenas
o encontro acidental
uma simples vertigem
dum desporto radical
não fosse a minha competência para amar
e nunca teríamos acontecido
num mundo de competências
e técnicas de ponta
a dádiva da fala
quase já não conta
Clã
Publicado por contra-baixo 19:15:00
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