Até pode ser, como há quem considere, que não tenha uma formação académica à altura do cargo que ocupa, mas, do que se depreendeu da entrevista de ontem a Ana Sousa Dias, vê-se que Emílio Rui Vilar, presidente da Fundação Gulbenkian, sabe o que quer, sabendo sobre gestão do terceiro sector, provavelmente, mais a dormir do que todas os ungidos pela sapiência acordados. Foram muito os sinais dados por Rui Vilar para dentro e para fora da instituição. Nestes, pôde-se identificar uma forte cultura de eficácia e eficiência praticada com um elevado sentido de humanismo e de respeito pelas pessoas. Tal, leva-me a considerar que é uma brutalidade encaixá-lo, por exemplo, no padrão de comportamento de multinacionais sem rosto humano ou dos empresários do Vale do Ave. Passar apenas a mensagem dos aspectos mais negativos da acção – extinção da companhia e despedimentos – excluindo-se os positivos – compensação e abertura a outras perspectivas de futuro para os profissionais afectados – é um favor que se faz aos que gostam de agir à vontade na selva neo-liberal e para quem os bons exemplos de ética e moral são sempre mal vistos.

Publicado por contra-baixo 12:55:00  

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