ainda para mais...

... aposto que qualquer decisão remotamente inteligente sobre a localização dos parques eólicos está fora de questão


Publicado por irreflexoes 16:15:00  

7 Comments:

  1. crack said...
    Se apostou, ganhou!
    A seu tempo se verá como tem razão.
    Anónimo said...
    Meu caro...

    Os parques eólicos off-shore necessitam de zonas relativamente extensas com águas pouco profundas. Explique lá onde é que vossa mercê sugere a sua contrução ao largo da costa portuguesa...

    Deve tembém ter em atenção os muito superiores custos de instalação, e manutenção mais onerosa (também porque se prentende muito menos frequente), que aliás fizeram com que os primeiros parques off-shore instalados se tivessem saldado em relativos flops (custo por MWh bastante elevado), dado o relativamente elevado tempo em que as turbinas estavam paradas para manutenção. Com tudo isto se vem aprendendo, mas a água do mar é como sabe um terrível líquido corrosivo.

    Com o preço do petróleo aos níveis em que está, a eólica é facilmente mais económica, mas as centrais térmicas em Portugal funcionam maioritariamente à base de carvão, obtendo-se nelas energia a um preço imbatível, se não forem considerados na equação os custos ambientais.

    As coisas não são tão simples como parecem...
    Anónimo said...
    O ánónimo anterior tem absoluta razão. Convinha que quando se escreve qualquer coisa, mesmo no tom ligeiro próprio da blogosfera, houvesse um ouco mais de informação sobre os assuntos. Não é que da ficção venha grande mal ao mundo, mas sempre se salvaguardava alguma utilidade destes passeios diários.

    F. M.
    irreflexoes said...
    Admito já aqui que não sou especialista. E que nem gosto da ideia em si. Enquanto lia o texto do António, aliás, fui abanando a cabeça em concordância, hábito que um dia destes levará os meus colegas de gabinete a fazerem o favor de me internarem.

    Agora, presumindo que a asneira vai ser feita, eu pessoalmente preferia uma solução o menos danosa (poluição sonora e visual são poluição) e mais eficiente possível (o vento é mais forte e mais constante no mar).

    Querem-me fazer crer que, em 1.6 milhões de quilómetros quadrados de ZEE, não há área nenhuma apta a receber uma "quinta" destas?

    Eu sei que o custo de construção aumenta exponencialmente com profundidades maiores (ou ondulações fortes) e que, quanto mais longe da costa, mais complexo (e caro, já para não dizer ineficiente) é o transporte da energia.

    Mas, caramba, com boa vontade, sempre se hão-de encontrar 10 ou 20 km quadrados, não?
    irreflexoes said...
    O argumento das centrais de carvão está respondido por si mesmos. internalizem-se, como tem de ser, os custos externos ambientais (e não só) e lá foi a competitivdade das ditas cujas.

    Quanto à tecnologia, acho que podemos dizer que está madura. Ou isso, ou eles lá no Norte da Europa enlouqyeceram todos :)
    Anónimo said...
    Meu Deus, quanto disparate!

    F. M.
    Anónimo said...
    Irreflexões,

    veja os mapas do fundo oceanográfico e compare a nossa costa com a da Dinamarca. Por exemplo, este: http://go.hrw.com/atlas/norm_htm/natlantc.htm. Se reparar, a nossa costa decai quase abruptamente. O que é uma vantagem, porque pode-se lá por isto:
    http://www.awsocean.com/home.html.

    Quanto às desvantagens das eólicas, o aspecto visual é subjectivo, o ruído ao pé das torres é elevado, mas junto às povoações é quase imperceptível. Quanto à fauna, tirando os sapos voadores, aves que não voam segundo a Mecânica dos Fluidos e outros animais que ainda não foram catalogados, o impacto é pouco e temporário. As associações ambientalistas (em especial as locais) protestaram bastante quando se começou a instalar os primeiros parques eólicos (em especial, no que está junto a Sagres, que penso que foi o primeiro em Portugal), mas depois aperceberam-se que tinham poucas razões. Por outro lado, ninguém vai querer instalar um parque eólico num Parque Nacional. Alguns parques eólicos já foram reprovados por questões ambientais. Há regras para cumprir e elas são cumpridas. O problema em Portugal é a burocracia.

    Em relação à produção de energia eléctrica (os transportes ficam para outra altura), o problema não é só as emissões poluentes é também a eficiência energética das centrais. Quase ninguém tem em conta este factor. Nunca ninguém questiona que para produzir 1 MWh quantos MWh de calor é que se têm que mandar para a atmosfera. Por exemplo, a central da Tapada do Outeiro que é de ciclo combinado tem uma eficiência de pouco mais do que 50% (quando entrou em funcionamento era a central térmica mais eficiente do planeta), o que significa que produz tanto de energia eléctrica como de calor. As centrais mais recentes de ciclo combinado podem ir até 58% (vejam o site de Siemens). As de carvão têm cerca de 40%. As centrais nucleares (produzidas pelos franceses, www.areva.com) que os franceses (está explicada a compra, há que promover) e finlandeses compraram têm uma eficiência de 36%, o que significa que por 1 MWh produzem 1,8 MWh de calor para a atmosfera. E no caso da renováveis? É aqui que reside a grande vantagem da renovais, a eficiência energética não é 100%, mas é quase, porque nada no Mundo é perfeito. Em alguns caso até se pode considerar que a eficiência energética é superior a 100%. No caso das hídricas servem ainda para controlar os caudais dos rios, por exemplo, veja-se o caso do Mondego que antes da construção da barragem de Aguieira mudava todos os anos o leito do rio depois de Coimbra. Agora estes excessos de energia do rio no Inverno são retidos na barragem. Até agora, apenas se preocupam com as emissões (em especial o CO2) daqui a alguns anos vai-se chegar à conclusão que o problema afinal é também a ineficiência energética, e então vai-se ter que investir em energias renováveis quando ainda à poucos anos atrás se tinha investido em centrais nucleares. Estas acabaram por não serem rentabilizadas. Basta que os governos introduzam um imposta sobre a eficiência energética para que as centrais térmicas deixem de ser rentáveis. Mais tarde ou mais cedo isto vai ter que acontecer. A Dinamarca no início do anos oitenta teve que decidir qual o rumo a seguir, e decidiu escolher as centrais a carvão em detrimento das centrais nucleares porque teve em conta a eficiência energética. Já os restantes países fizeram apenas as contas de merceeiro e escolheram o nuclear.

    O problema da energia no mundo é que esta é vendida como se fosse mercadorias roubadas. No custo da energia apenas se tem em conta a transformação e não a energia em si. Desta forma, os custos associados à energia nada têm a ver com os custos reais da energia. Quanto apenas se fizerem apenas contas de merceeiro este Mundo está muito mal.

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