Uma palavrinha apenas
sexta-feira, junho 17, 2005
Para Manuela Ferreira Leite. Dos muitos disparates que disse ontem não falo. Registo apenas que considerou a subida do IVA como uma má medida. Agora. Quando a tomou disse que era boa. Incoerências normais na vida pública portuguesa. Tristeza.
Publicado por irreflexoes 11:45:00
10 Comments:
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Não obstante, há uma diferença: sempre são mais 2%. E é por isso, porventura, que ela fala...
Do João Cravinho não sei, não tenho memória para tudo. Eu sempre disse que era má medida, antes como agora.
E em que é que uma eventual partilha do pecado o diminui, já agora?
Por exemplo, não acho que antecipar receita corrente de anos seguintes ("titularização de créditos") sem sequer se saber de quanta receita futura se está a prescindir seja propriamente um medida sensata.
Como não acho que sobrecarregar a CGA com dezenas de anso a pagar boas reformas em troca de uma injecção imediata de capital seja uma ideia por aí além.
Mas, agora que penso nisso, a embirração começou mesmo com a venda da rede de cobre à PT, que significa desde 2002 telefone e internet mais caro para todos nós, já estando uma queixa em bruxelas à conta da ideia.
Enfim, é melhor parar-me a mim próprio, que hoje estou deveras prolixo.
É só porque, às tantas, já nem sabemos com quem estamos a falar.
Exemplo prático, não sei se o 1.º e o 3.º anónimo são ou não o mesmo.
Ficava grato.
Não faça falar de telecomunicações...
A rede de cobre tinha de ser vendida à PT, não havia alternativas, por definição. O que devia ser feito ao mesmo tempo e não foi - paar alegadamente não prejudicar os centros decisores nacionais, BES & Associados - era forçar uma clara separação entre a oferta retalhista e grossista da PT eventualmente retalhando-a... Mas isso tem pouco a ver com a rede de cobre...
Agradeço que alguêm me exclareça uma dúvida existêncial:
Quando uma mercadoria portuguesa é exportada para Espanha, qual é o IVA que se aplica no destino (Espanha) ?
Quando uma mercadoria é exportada de Espanha para Portugal, qual o IVA que se aplica ?
É que a nossa "querida" Manuela Ferreira Leite disse ontem que o receio dela é o aumento do contrabando, e daí a perca de competitividade das empresas portuguesas.
É que, segundo aquilo que julgo saber, o efeito do iva é neutro (os produtos espanhois pagam 21% de iva em Portugal e os portugueses pagam o iva correspondente, em espanha, ao iva local) a falta de competitividade dos produtos portugueses tem outras origens.
Será ?
Se calhar ouvimos contar a história a pessoas diferentes.
É certo que a PT tinha a concessão de exploração da rede de cobre, que era do Estado. E, a ser vendida a alguém, teria de ser à PT. Assim um pouco como o direito de preferência de certos arrendamentos.
Mas ainda há uma diferença entre a PT estar a usar um bem do Estado nos termos contratualmente previstos, em que o Concedente tem algum controlo, e estar a abusar de uma rede que é sua e em que ninguém a controla.
Todos sabemos que o desde que o Dâmaso tomou posse a ANACOM perdeu capacidade de intervenção, e o novo Presidente é da mesma linhagem e a AdC gosta mais de sair nos jornais do que de agir. Prometem, prometem, mas até hoje nada.
È um facto de que com um quadro fiscal no consumo mais oneroso em Portugal do que em Espanha, os produtos portugueses tornam-se mais caros por via do aumento do IVA.
Mas efectivamente, a questão fiscal é apenas um pequeno ponto, na constante perda de competitividade dos produtos....
Longe vão os tempos que bastava telefonar ao Banco de Portugal e mandar desvalorizar a moeda...era fácil..e não implicava mexer com nada.
Bruno