A questão técnica

A proposta de permitir o reforço da Telefónica acima de 10% no capital social da Portugal Telecom, no âmbito do programa de «share buyback» da empresa de telecomunicações portuguesa, foi retirada da ordem de trabalhos da Assembleia Geral, pelo presidente da mesa da AG.

Com a retirada desta proposta, a Telefónica fica obrigada a vender todas as acções acima de 10% do capital da PT, mesmo quando esse limite seja ultrapassado através de compra de acções próprias da operadora nacional. A empresa espanhola controla actualmente 9,7% do capital da PT.

Miguel Horta Costa justificou o facto da proposta ter sido retirada, com o facto de se tratar de uma questão técnica que extravazava o âmbito da Assembleia Geral.

De facto, quando a ideia de retirar a proposta de uma Assembleia Geral de uma empresa pública advêm de uma espécie de duplo controlo que um accionista privado exerce na empresa, tal só pode mesmo classificar-se como questão técnica.

Ora, se o regime de aquisições de acções próprias ou o direito de preferência ou ainda o bloqueio à entrada de accionistas não poder ser discutido em Assembleia Geral Ordinária, ele é discutido onde ?

De facto a questão era mesmo técnica. Porque uma OPA hostil ou concertada na PT, traria consequências drásticas ao nível de certos balanços consolidados. Abrir a mais de10 %, seria o primeiro passo para que tal pudesse acontecer.

Eliminado à nascença.
.

Publicado por António Duarte 19:40:00  

0 Comments:

Post a Comment