Quercus suber

A árvore que todos os primeiros-ministros detestam...


Nas condições tão frequentemente ingratas de solo e de clima do nosso País, o sobreiro é uma árvore preciosa. Nenhuma outra espécie florestal, que se lhe avantage ou pelo menos iguale em valimento, consegue vegetar em terras tão secas e tão pobres e em condições de clima tão adversas por vezes à vegetação lenhosa. Nenhuma árvore dá mais exigindo tão pouco. (…) Extensões enormes, do Norte ao Sul de Portugal, e até agora pouco mais do que improdutivas, podem ser valorizadas pela subericultura. Confrange encontrar ainda, especialmente no Sul do Alentejo, áreas extensíssimas nos terrenos pobres do carbónico submetidas à cultura cerealífera mais primitiva, com poisios de oito e dez anos, e onde o sobreiro, nascido pelos acasos da disseminação natural, é exterminado pela relha da charrua ou destruído pelos gados. Terrenos pobríssimos das nossas serras, mas com aptidões florestais; charnecas de vegetação degradada que apenas proporcionam mesquinha pastagem; terras miseráveis de centeio em alcantilados serros, hoje fácil presa à erosão, podem ser utilmente revestidas pelo sobreiro.

in Subericultura, Natividade, J.V. (1950)
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Publicado por Nino 13:30:00  

2 Comments:

  1. Anónimo said...
    Mas o Socrates e o Capoulas, tambem assinaram despachos, conde
    nando em Setubal 900 sobreiros, com o argumento de utilidade publica, para fazer casas e um estádio!
    Portanto Socrates a tua credibilidade foi aos porcos......
    j.c.pereira said...
    Não sei se o "povo" português merece ter cientistas e pensadores da estirpe do Prof Vieira Natividade.As "elites" formadas nestes últimos 50 anos estão aí no seu pior,agarrados que nem lapas ao poder,alarvemente,conduzindo o país para um caminho de difícil retorno.

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