o oito e o oitenta
terça-feira, maio 31, 2005
Num país onde se fazem estudos para tudo e mais alguma coisa não deixa de ser preocupante como agora, em nome do combate à sacrossanta crise, se tomam determinado tipo de decisões sem parar um segundo que seja para pensar nas consequências. Hoje ficamos a saber que nos próximos tempos o preço do tabaco vai aumentar 80% indo atingir cerca de 1000 paus, na moeda antiga, por maço, quem apresentou a medida embevecido foi até o Ministro da saúde. Não sendo fumador a cambada de burocratas que nos governa já parou um bocadinho que seja para pensar nas consequências sociais e práticas desta medida ? Será que o mero aumento do preço será mesmo a medida mais eficaz (é manifestamente simples) de combater a propagação do vício ? Ou será que agora se pretende decretar, por via administrativa, que o vício concreto do tabaco - que pode ser equiparado a uma doença de certa forma - é só para ricos?... Não vou, não vale a pena, ainda recordar a incongruência desta medida com o discurso oficial de muito boa gente, nomeadamente à esquerda, em relação à toxicodependência, leve e pesada, mas enfim...
Um dos problemas, recorrente, deste país, é querer resolver sempre tudo não indo ao cerne do problema mas por via administrativa. Depois temos leis a mais, burocratas a mais, impostos a mais e, obviamente, produtividade a menos... É a esquerda, é o que é.
Publicado por Manuel 15:44:00
Juizes e Procuradores - IDE TRABALHAR MALANDROS....
É verdade.
Mas não é a esquerda não senhor. Ou melhor, não só a esquerda. É (também) a direita que, em Portugal, gosta tanto ou mais do que a esquerda do big state.
Acho que é tempo de assumirmos em conjunto que não se trata de um problema de direita/esquerda mas de um problema de boas/más políticas e bons/maus políticos.
Eu não me revenjo em muita coisa que é feita por Governos de esquerda e o Venrável Manuel decerto não se revia em muitas das coisas feitas por governos de direita.
Ultrasimplificação é do que não precisamos. Digo eu ...
Melhor seria trabalhar mais e ser menos imbecil na escrita.
Há por aí, é verdade, uma nova corrente dita de liberal que quanto muito é anarquista (de direita ?), porque não reconhece na essência qualquer papel e função ao Estado.
O Drama, meu caro Irreflectido, é este.
«uma medida indispensável, sobretudo para a saúde e as finanças públicas».
Quando na realidade uma anula o efeito da outra e vice versa.
(Declaração de interesses: fumador)