liberais à Portuguesa...

Em Portugal fala-se demasiado de cor, e sempre em abstracto, omitindo sempre os casos concretos. Agora é de bom tom malhar no Ministro das Obras Públicas por este se ter lembrado afinal que o Estado tem uma golden share na PT e como tal tenciona exercer o seu poder accionista na PT, tendo-se manifestando irado pelo facto do CA da Portugal Telecom não lhe ter ido explicar os pontos da agenda da Assembleia-geral da PT. E falam do mercado, e das miseras 500 acções que o Estado detêm, e falam...

Devem saber, são os únicos, onde acaba o Estado e começa (o monopólio d)a PT e vice-versa. Terão direito a falar quando reconhecerem que não há verdadeiramente um mercado livre e transparente de telecomunicações em Portugal e que parte do dividendos são quasi-ilícitos porque derivados de práticas predatórias e anti-concorrencias, terão direito a criticar qunado deixarem de jogar pelo seguro, à espera dos espanhóis, e admitirem que o melhor para o País, e até para os actuais accionistas da PT, é, a prazo, uma PT retalhada, e coitadinhos quando compraram ações da PT não sabiam que o Estado detinha a golden share.

Há ziliões de razões para se criticar o Estado, e o Governo, até o Ministro das Obras Públicas, mas criticar o Estado por este, uma vez, cumprir a sua obrigação e função é manifestamente infeliz...

A sério que eu gostava de ser liberal, mas em Portugal com liberais destes é impossível.
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Publicado por Manuel 01:18:00  

5 Comments:

  1. josé said...
    Este liberalismo é aquele que se pode designar com toda a propriedade, "avant la lettre"!
    Funciona como antecipação de um desejo e leva a que se considere, desde já, o Estado como entidade espúria nessa como noutras empresas.

    Para esse liberalismo "avant la lettre" o Estado esceeve-se "estado", como a significar uma estado da matéria, já em desagregação.

    Há qualquer coisa de complexo mal resolvido nesta acepção particular de organização social em que o Estado, se considera como a fonte da maioria dos males e o papão que se apresenta como símbolo da ineficiência.
    Para compreender em toda a extensão a importância e dimensão deste fenómeno desconstrutivista do Estado, talvez só noutros domínios do saber humano se poderá ir buscar alguma luz, porque a mera racionalidade não é suficiente.

    O interessante, porém, é que em vez do Estado os liberais avant la lettre porpõem algo oque não existe em nenhuma parte do mundo- o que atesta bem a natureza utópica da coisa.
    E assim vamos vivendo de ideias ocas, sem aplicação prática, ou seja num estado deletério e de fantasias!
    Anónimo said...
    Excelente post Manuel. O João Miranda do Blasfémias, já tinha ensaiado as mesmas criticas com a análise maniqueísta do costume.

    Atoardas
    Mário Chainho said...
    Acho que, antes de tudo, deve melhorar a sua cultura geral.
    Anónimo said...
    Sr Manuel, este seu post é incompreensível. Incoerente acho que é o termo.
    zazie said...
    Também me parece que este liberalismo que considera o Estado o grande papão, apenas se pode justificar como um anseio de uma nova sociedade feudal, em que os monopólios passariam a dominar livremente. Isto pode parecer caricatura mas é a única ideia que se colhe dos exemplos práticos que vão dando.

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