Diário de um tipo que saiu à noite
segunda-feira, maio 30, 2005
Sábado/Domingo - 28, 29 de Maio de 2004
Ontem, fui beber um copo ao Hard Rock Café, ali nos Restauradores. Nada de excitante. Um carro pendurado no tecto, mais uns plasmas espalhados pelas paredes, ao lado de uma (supostas) relíquias. Enfim... Porém, a coisa não correu da melhor maneira. Logo à entrada, os meus ouvidos tiveram que gramar com Gloria Gaynor e I will survive. Pode haver gente mais sensível que ache piada à música, mas eu, sinceramente, não. Ainda dizem por aí que o tema foi um hino a isto e aquilo e mais não sei o quê. Pra mim, é o que é, e só gosta daquilo quem daquilo gosta.
Bem, eu ainda pensei que a coisa poderia animar, mas, mais música menos música, começam a ouvir-se os metais dos Village People. "Pelo amor de Deus", pensei, ao que um amigo, vendo a minha expressão, me disse: "É pá, isto agora em Lisboa é por todo lado". No meio daquela confusão, nunca cheguei a perceber (nem insisti) o que era o "isto". Seja como for, considero-me um tipo moderado, moderno. Vejam, consegui escrever sobre esta matéria, sem fazer piadas com a malta do O Acidental.
Tirando estes dois pequenos e insignificantes momentos de mau gosto do homem que estava a misturar as músicas, a noite até nem correu mal. Enquanto saboreava um JB num copo, cujo cheiro a detergente acaba por atenuar os efeitos do álcool, um amigo que estava comigo grita-me aos ouvidos: "É pá! Olha aquela miúda ali a dançar feita uma maluca". À primeira vista, pareceu-me uma autora deste blogue mas, vendo melhor, não, não era. Era uma, em linguagem moderna, chavaleca que, em vez de dançar, parecia estar numa sessão de contorcionismo. "Olha lá", disse ao meu amigo, "a miuda deve ter pra aí 14 aninhos, portanto põe-te a pau. Ainda entra por aí o procurador João Guerra num Suburu e lá vais tu". Ele, responde-me: "....e andei. Mando um recurso pra 3ª secção e tou cá fora", encolhendo os ombros e dirindo-se ao bar para mais dois copitos de JB (não havia Famous Grouse).
Acabamos por sair dali e cada um foi à sua vida. Ele, provavelmente, para um clube de diversão nocturna, eu para casa, para colocar a leitura em dia. Ainda pensei passar os olhos por aqui mas, confesso, que desde que Nazaré e a Maria Leitão Marques começaram a trabalhar deixer de ler. Eram os meus autores favoritos. É pena. O Vital Moreira também não é assim tão mau como dizem...
Leio a coluna de Armando Rafael, disponível aqui, e, ainda hoje, retenho na memória o início: "Haverá vida para além do défice, agora que o Benfica foi campeão e a Elsa Raposo arranjou novo namorado? A avaliar por aquilo que o primeiro-ministro disse há dias, é de crer que sim, embora José Sócrates tenha sido omisso quanto ao Benfica e à Elsa Raposo". Acabei por adormecer a cantar: "Ninguém pára o Benfica, ninguém pára o Benfica, olé!"
P.S. - "Em 1994 eu falava com alguma frequência com António Guterres", diz José António Saraiva, no Expresso. Leio e releio o relatório da Comissão Constâncio e esta questão não vem identificada como uma das causas para o défice de 6,83%.
Publicado por Carlos 00:41:00
6 Comments:
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Do 'irmão' André
Nem os vídeos que deram origem a este blog...eram tão bons
"e só gosta daquilo quem daquilo gosta"
":O)))
Se quer parecer hetero, não se assuste com chavalecas modernas.
Se quer parecer inteligente, beba água.