Por quem os sinos dobram


Às 21.37 o Santo Padre João Paulo II partiu para junto do Pai.


Foi desta forma que os peregrinos que se encontravam na praça de São Pedro em Roma, e todos os outros que pelo mundo fora, rezavam e se encontravam em profunda reflexão, tomaram conta da notícia, já há alguns dias esperada, depois da lenta e progressiva agonia, que representaram os seus últimos dias.

Profundo devoto do culto mariano, João Paulo II foi mais que um Papa. As suas enciclícas, constituíram verdadeiras profissões de fé perante um mundo ostilizado e martirizado pelas guerras, pela fome, e sobretudo pelo medo. João Paulo II, deu à igreja e ao Vaticano em especial, uma dimensão que transcedeu em muito, o que normalmente são as obrigações de um Papa.

João Paulo II, foi o homem, que contribuiu positivamente para a queda do regime comunista na Polónia, com o seu apoio, muitas vezes incompreendido pelo próprio Vaticano, ao movimento Solidariedade de Lech Waleza. Depois da Polónia, seguiram-se como se chama, todos os outros países, caindo uma cortina de ferro em torno de um regime marxista-leninista, e prevalecenco a democracia.

Por isto, João Paulo II, e por ter contribuído decisivamente para a aproximação entre regiliões, entre credos, por ter chamado o povo judeu à igreja e a fé, por ter pedido perdão pelos crimes cometidos pela Igreja, pelo silêncio que a Igreja teve durante o holocausto nazi, e por ter prometido, que jamais a Igreja se calaria, perante tamanhas atrocidades.

Partiu certamente João Paulo II para junto do Pai. O seu episcopado, será certamente recordado, como aquele, onde os jovens e a sua missão profunda de evangelização perante uma sociedade descrente nos valores morais e sociais, foram constantemente acarinhados por Ele.

Partiu um Homem. O Mundo inteiro em silêncio, agradece a benção não da sua partida, mas sim daquilo que pelo Mundo fez, enquanto seu líder na Terra. Uns mais comovidos, outros menos atentos, todos reconhecem na figura do Papa, uma figura ímpar da história moderna do mundo.

Mesmo na hora da sua partida, e ciente de todo o sofrimento que sobre ele, se abateu, João Paulo II, mostrou-se ao mundo, ciente, que tranquilo partiria, quando todo o Mundo por ele rezava. Uma demonstração clara, que a sua personalidade extravazou durante o seu pontificado, a igreja. Uma demonstração do reconhecimento que o Mundo por ele tem.

Que descanse em Paz.
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Publicado por António Duarte 16:07:00  

1 Comment:

  1. Anónimo said...
    Uma crianc,a terá um dia perguntado ao Papa João Paulo II porque é que ele viajava tanto. Ele terá respondido "porque o mundo não está todo aqui".
    Agora que partiu para a sua ultima viagem, a derradeira, ensina-nos de forma mais forte, porventura mais verdadeira, o significado destas palavras.
    Isto porque morreu um homem bom, bom porque a sua experiência de vida (de celebrac,ão e dignificac,ão da vida, mesmo quando a doenc,a determinava o declinio físico) e muitas das suas palavras, nos faziam querer ser pessoas melhores, ou pelo menos, nos confrontava com valores que calibravam esses esforc,os em termos elevados, longe de tanta puerlidade, auto-suficiência e soberba, enfim longe destes "nossos" tantos mundos tão pequeninos que acabam por estar muito longe desse verdadeiro Mundo que não cabe todo aqui. Mesmo quando discordavamos, quando as nossas opc,ões não coincidiam com as doutrinas, se aceitavamos ao desafia-las e ao mesmo tempo medi-las com os valores que ele nos indicava, as nossas vidas pareciam maiores e nós sentiamos ser capazes de experimentar ou de enfrentar com coragem, com generosidade e com humildade mas sem temores atávicos,esse mundo que não estava (ou está) todo aqui.

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