O outro lado da questão
sexta-feira, abril 29, 2005
À pergunta do Comércio do Porto de hoje
a actriz Maria do Céu Guerra, respondeu:
Como é fácil de perceber olhando para alguns programas de televisão, o problema não está na falta de qualidade das ou dos modelos mas sim do desempenho dos ditos actores formados nas escolas. Para chegar a esta conclusão, basta ver uma qualquer série da TVI, que habitualmente até os mistura a todos, para verificar que os ditos qualificados não fazem qualquer diferença face aos outros. É vê-los a debitar texto sem qualquer densidade ou intenção construtiva do personagem, fazendo com que, de enlatado para enlatado ou de peça para peça, representem não a individualidade do personagem do momento mas, quanto muito, o estereótipo de si próprios. Por isso, não é com legislação, corporativismos, protecção sindical ou mesmo mais dinheiro que a coisa vai lá. Vai é sim com profissionalismo e qualidade de desempenho no “confronto” da cena. Saibam pois os actores com 4 anos de formação ser os melhores que, com facilidade, “arrumam” os outsiders da classe. Como na Economia, aqui os maus estão a expulsar os bons porque estes, vá lá saber-se porquê, açambarcam para si todo o talento, não o colocando a circular.
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“Como é que olha para uma geração de actores formada no pós-25 de Abril e que agora se vê confrontada com uma vaga de modelos?
a actriz Maria do Céu Guerra, respondeu:
“Faz-me imensa impressão ver gente que levou anos a formar-se, trabalhou para si, deu o melhor de si para ser um actor de qualidade, os cursos demoram quatro anos, e depois são preteridos no mercado de trabalho por alguém que fez um curso de dois meses de bom relacionamento com a câmara, e uns testes para a TVI. Nós deixámos de ter legislação neste sector.
Como é fácil de perceber olhando para alguns programas de televisão, o problema não está na falta de qualidade das ou dos modelos mas sim do desempenho dos ditos actores formados nas escolas. Para chegar a esta conclusão, basta ver uma qualquer série da TVI, que habitualmente até os mistura a todos, para verificar que os ditos qualificados não fazem qualquer diferença face aos outros. É vê-los a debitar texto sem qualquer densidade ou intenção construtiva do personagem, fazendo com que, de enlatado para enlatado ou de peça para peça, representem não a individualidade do personagem do momento mas, quanto muito, o estereótipo de si próprios. Por isso, não é com legislação, corporativismos, protecção sindical ou mesmo mais dinheiro que a coisa vai lá. Vai é sim com profissionalismo e qualidade de desempenho no “confronto” da cena. Saibam pois os actores com 4 anos de formação ser os melhores que, com facilidade, “arrumam” os outsiders da classe. Como na Economia, aqui os maus estão a expulsar os bons porque estes, vá lá saber-se porquê, açambarcam para si todo o talento, não o colocando a circular.
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Publicado por contra-baixo 10:50:00
4 Comments:
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A função da "representação" não é necessariamente compatível o "give to the people what they want". Agora se os actores - os que o são - não estão à altura do seu papel, acabam por ser tratados como carne de 2ª, por isso não se venham queixar.
Quanto aos 4 anos, não é o meu core business, no entanto e partindo do pressuposto que 4 anos é o tempo que leva a formar na maior parte das profissões, não me parece que seja uma duração manifestamente exagerada.