A Falácia da Economia Portuguesa
quarta-feira, abril 13, 2005
Alguns jornais portugueses, de entre os quais o Público e o Diário Económico, lançaram em manchete nas suas edições de hoje, que a economia portuguesa iria em 2005 crescer mais do que a zona euro, segundo o relatório de Primavera do FMI.
Incrédulos, certamente, alguns pensaram que finalmente a retoma que Luís Delgado promete desde 2001, estava aí. Os maus espíritos tinham abandonado a economia portuguesa, e as políticas económicas estariam a surtir efeito. Mas não, verdadeiramente, o país continua a voar baixinho.
Era bom que os jornais nessa sua missão, e dentro dos livros de estilo, que alguns publicitam, informassem da verdadeira abrangência dos relatórios agora divulgados. Ou pelo menos que fizessem a leitura correcta dos mesmos.
Para começar, o crescimento económico.
O FMI deduz que Portugal crescerá em 2005, 1,8 % enquanto a zona euro 1,6 %. O que à primeira vista pode ser visto como um óptimo sinal, que certamente alguns não perderão a oportunidade de associar ao crescendo das expectativas verificado ao nível dos consumidores e empresas, não passa de uma notícia conveniente.
Dos países que compõem a Europa a 15 - A Grécia crescerá em 2005, 3,0 %. A Irlanda crescerá 4,8 % . A Espanha crescerá 2,8 %. Ou seja, o crescimento médio estimado para a zona euro é de 1,6 % para a Europa.
Visionar neste ponto, um sinal de convergência, é algo completamente fora de questão. Mas, se nos dermos ao trabalho de olhar para o relatório publicado pelo FMI, em Setembro de 2004, vemos que para Portugal era previsto um crescimento de 2,2 % para o ano de 2005.
No fundo, aquilo que os jornais acima deveriam ter dito é que o FMI, reviu em baixa as previsões para o crescimento da economia portuguesa, passando de 2,2 % -previsto em Setembro de 2004 - para os 1,8 % - previsto em Abril de 2005 .
Mas, e porque os nossos jornais não leram atentamente o relatório, escaparam-lhes alguns pormenores interessantes...
Incrédulos, certamente, alguns pensaram que finalmente a retoma que Luís Delgado promete desde 2001, estava aí. Os maus espíritos tinham abandonado a economia portuguesa, e as políticas económicas estariam a surtir efeito. Mas não, verdadeiramente, o país continua a voar baixinho.
Era bom que os jornais nessa sua missão, e dentro dos livros de estilo, que alguns publicitam, informassem da verdadeira abrangência dos relatórios agora divulgados. Ou pelo menos que fizessem a leitura correcta dos mesmos.
Para começar, o crescimento económico.
O FMI deduz que Portugal crescerá em 2005, 1,8 % enquanto a zona euro 1,6 %. O que à primeira vista pode ser visto como um óptimo sinal, que certamente alguns não perderão a oportunidade de associar ao crescendo das expectativas verificado ao nível dos consumidores e empresas, não passa de uma notícia conveniente.
Dos países que compõem a Europa a 15 - A Grécia crescerá em 2005, 3,0 %. A Irlanda crescerá 4,8 % . A Espanha crescerá 2,8 %. Ou seja, o crescimento médio estimado para a zona euro é de 1,6 % para a Europa.
Visionar neste ponto, um sinal de convergência, é algo completamente fora de questão. Mas, se nos dermos ao trabalho de olhar para o relatório publicado pelo FMI, em Setembro de 2004, vemos que para Portugal era previsto um crescimento de 2,2 % para o ano de 2005.
No fundo, aquilo que os jornais acima deveriam ter dito é que o FMI, reviu em baixa as previsões para o crescimento da economia portuguesa, passando de 2,2 % -previsto em Setembro de 2004 - para os 1,8 % - previsto em Abril de 2005 .
Mas, e porque os nossos jornais não leram atentamente o relatório, escaparam-lhes alguns pormenores interessantes...
Défice do Estado
- Défice do estado para 2004 : 7,9 % do PIB.
- Défice do Estado para 2005 : 7,1 % do PIB.
- Défice do Estado para 2006 : 6,9 % do PIB.
Balança de Pagamentos
- Saldo verificado em 2003 : - 8,0 % do PIB
- Saldo previsto para 2005 : -13,2 % do PIB
Seria certamente incómodo para muitos, uma capa com uma manchete, com algo do genéro...
FMI revê em baixa o crescimento da Economia Portuguesa e coloca défice do Estado nos 8,00 %. Défice da Balança de Pagamentos cresce quase 45 % desde 2003.
Seria incómodo. Mas seria a verdade.
Há expectativas que não se podem defraudar.
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Publicado por António Duarte 19:22:00
5 Comments:
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No essencial concordo contigo, as notícias que referes seguem o rumo das notícias dos últimos anos onde se sintetiza erradamente o estado da saúde económica nacional num indicador que mede a convergência ano a ano com as médias europeias.
É quanto muito incómodo para os Governos do PSD, para Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix, para quem andou a defender as políticas deles, etc.
Desde quando é que o meu amigo é sniper do PS contra o PSD?
Só agora percebi, que o texto contem uma frase que choca com o nosso debate sobre as expectativas dos consumidores.
E como bem dizes, fomos no passado, os acérrimos defensores por aqui, que a retoma nao existia, ao contrário de alguns.