Corrupção?

Executivos monocolores = maior corrupção diz Jerónimo de Sousa.

Também é igual a maior responsabilização, digo eu.

Quanto à afirmação de Jerónimo de Sousa fico com outra pergunta inspirada em algumas autarquias dos arredores da capital: até que ponto o risco de corrupção não é maior e mais difícil de controlar quando um mesmo vereador se mantêm décadas a fio no executivo camarário, ganhe ou perca as eleições?

Os partidos controlam assim tão eficamente os seus autarcas? Eu tenho muitas dúvidas fundadas em exemplos bem notórios com projecção pública e judicial. Se esta mudança implicar uma maior lógica de equipa nos grupos (não só partidos) que se propuserem às autarquias, até pode ter as suas vantagens.

Quanto à pluralidade, com engenho e arte, pode até sair reforçada. Há um novo pretexto, uma outra nitidez de argumentos para quem quiser demonstrar que os políticos não são todos iguais.

A luta pela pluralidade deve fazer-se a outros níveis, junto da comunicação social e das interferências dos vários níveis do Estado junto desta, por exemplo.

Se bem percebi, a nova lei, converte uma obrigação eleitoral num direito do Presidente da Câmara (em nomear vereadores de outros partidos). Assim de repente, parece-me um avanço democrático. Um ganho de coerência de todo o sistema.
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Publicado por Rui MCB 17:00:00  

4 Comments:

  1. Biranta said...
    Desde quando é que as leis contribuiram, no que quer que fosse, para haver mais democracia? Talvez isso passe também por leis, mas mentenho a minha afirmação de que este tipo de leis têm de ser decididas pelos cidadãos...
    Continuamos a ser um país de "gente ignara" governado por "iluminados". O resultado está à vista. E estará, enquanto continuarmos reféns destes "iluminados", que nos impõem a sua democracia e os limites da nossa (muito reduzidos, aliás).
    Fernando Martins said...
    Uma das grandes conquista da nossa revolução(zinha), a eleição democrática dos Autarcas, ficou bem cara pelos tiques caciquistas de muitos e pelos desmandos de outros...! A destruição do Algarve Litoral, a descaracterização de cidades como Leiria, a corrupção, o compadrio, tudo isto me leva a pensar que a via a seguir passa pela criação de "forças de bloqueio" (sic Cavaco...) para preservar alguma coisa em muitas Câmaras, e por que não dizê-lo, Juntas de Freguesia...
    Anónimo said...
    pela actual legislação o presidente não é obrigado a delegar competências (todos os pelouros são competências delegadas ou sub-delegadas)pelo presidente. Pode atribui-las apenas a parte dos vereadores.
    As assembleias municipais não têm capacidade nem meios para fiscalizar o executivo, uma vez que reunem normalmente 1 vez (à noite) por semana ou menos. Os casos conhecidos de corrupção são aqueles onde há sólidas maiorias absoluts de um só partido (tipo Felgueiras) enão onde a gestão é partilhada entre diferentes forças.
    jmpv
    Carlos Araújo Alves said...
    «A luta pela pluralidade deve fazer-se a outros níveis»

    O assunto aqui não é de mais ou menos pluralidade é de fomentar ou travar a clientelização da governação municipal!
    Juntando os dois em um a partir de aprvoção dessas leis corremos sérios riscos de levar com 12 anos de poder absoluto!
    Democracia é respeitar o voto individual de cada eleitor, o resto são arranjos de bastidores!

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