Cinco notas de um início de Março prometedor...
segunda-feira, março 07, 2005
- 1. Freitas é ministro de um Governo socialista. Só prova duas coisas: a política dá ainda mais voltas que a vida; e Sócrates precisou de fazer as alianças mais estranhas para chegar à maioria absoluta. Até aqui tudo bem. Agora, matar o passado de Freitas só porque aceitou para entrar para este Governo do Centro? Só mesmo a garotada do PP. Órfãos da liderança de Portas, os populares vão andar à deriva pelo menos por dois ou três anitos. Se for mais, também não virá daí mal ao Mundo.
- 2. Tirar a fotografia de Freitas da sede no Caldas e dá-la ao PS é, simplesmente, ridículo. Renegar a própria história interna é de um partido que não tem respeito por si próprio. Querer apagar fotografias é uma prática estalinista que — ironia das ironias — está agora a ser mimetizada pelo partido da «direita democrática». Assim, definitivamente, não vão lá.
- 3. Sócrates, bem ao seu estilo (racional e calculista), arriscou o mínimo possível, mas restam ainda algumas esperanças de que este Governo possa surpreender pela positiva. Não se costuma dizer que a esperança é a última a morrer? Uma coisa é certa: no quadro das legislativas do passado dia 20, a maioria absoluta do PS era a única solução que salvava o país de bater ainda mais no fundo. O que não quer dizer que seja uma solução imediata para a recuperação. Vêm aí tempos difíceis. É tudo uma questão de saber preparar os portugueses.
- 4. Tal como outros Veneráveis Irmãos já observaram nesta Grande Loja, também acho que a principal conclusão que se tira de mais esta ausência de António Vitorino é a de que ele poderá vir a ser a alternativa da esquerda, no caso de Guterres se recusar a avançar para Belém. Depois das sondagens dos últimos dias, o meu palpite é o de que Guterres não estará mesmo para correr o risco de apanhar um banho do professor de Boliqueime. Se for mesmo assim, Vitorino não tem outra saída: depois de tantos ‘nãos’, é obrigado a avançar, prestando um serviço ao PS e à Esquerda: o de ter uma derrota honrosa nas Presidenciais, passando, pelo menos, os 40 por cento. Se voltar a dizer ‘não’, ficará para a história como o político mais brilhante, mas também o mais cobarde da sua geração.
- 5. O Benfica não perdeu no Dragão e até ganhou no terreno do Nacional da Madeira, coisa que nunca tinha conseguido. Querem ver que vai ser mesmo este ano o final do jejum da águia?
Publicado por André 02:51:00
2 Comments:
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À nota 5): ainda falta correr muita água debaixo das pontes, o Douro tem uma data delas e o FCP ainda vai à frente!
Gabriela Arez