Cavaco
terça-feira, março 01, 2005
Sejamos claros, a candidatura presidencial do Professor Cavaco é um problema externo ao PSD. Perorem o que perorarem os Pachecos deste mundo, o Professor Cavaco, que sempre deu mostras de ser um estadista, tem é que, e independentemente dos humores laranja, olhar para o país, para a conjuntura, e pensar se pode ou não voltar a ser útil a este, ao País, e se podendo o quer e deseja. A mim parece-me óbvio que o Professor Cavaco ainda tem muito a dar ao país e que se assim o quiser será mesmo o próximo Presidente da República , mais, merece ser Presidente da República. Dito isto não deixa de ser surpreendente ver a questão presidencial, mormente a candidatura do Professor, ser transformada numa questão central no que à eleição da próxima liderança do PSD diz respeito. É que sendo legítimo a A ou B defender esta ou aquela candidatura presidencial, já não é legítimo insinuar-se que com esta ou aquela liderança a candidatura do Professor Cavaco ficaria "facilitada", porque são coisas bem diferentes. É que só não conhecendo o Professor Cavaco se pode imaginar este, de novo, refém do PSD, fazendo depender a sua candidatura deste ou daquele e vice-versa. É verdade que o Professor nunca teve muito jeito para tabús, também é verdade que nos últimos dias se comprovou que os cavaquistas enquanto corrente organizada e coerente, no seio do PSD, nunca existiram, pelo que algum clarificar se imporia. E esse clarificar, passaria, na modesta opinião deste escriba, por algo muito simples - pelo Prof. Cavaco anunciar pura e simplemente quanto antes, secamente, que é candidato presidencial, e que mais tarde, lá para o verão, voltará a falar sobre o assunto. Ponto final. Desta forma ficam libertos os candidatos à liderança do PSD, presentes e futuros (?), para apoiar ou não a caminhada do Prof. Cavaco, na certeza de que tudo está claro e transparente. Passando à frente do Dr. Menezes, que não é para levar a sério, embora não deva ser menosprezado, também convém que se diga, alto e bom som, que havendo, e há, muitas e pertinentes razões para defender, com viabilidade, uma candidatura alternativa ao Dr. Marques Mendes, entre essas razões não está a questão presidencial. É que não constando que alguém duvide da lealdade e dedicação próximas do Dr. Mendes a uma hipotética candidatura do Professor Cavaco convinha que se começassem, com frontalidade e clareza, a chamar as coisas pelos nomes, explicando porque é que não se quer o Dr. Mendes, e por que é que este não serve. A alusão ao Professor Cavaco, essa, tem sido, só e apenas, um bom pretexto, mais um, um pretexto para agora não se discutirem ideias, e o futuro do PSD, enfim uma forma engenhosa de lavar, uma e outra vez, as mãos.
Publicado por Manuel 00:45:00
(para quem acha "normal" que a Chefia do Estado faça parte de uma carreira académica)
Até o poderá ser na medida que é uma decisão unipessoal, no entanto tem reflexos imediatos no interior do PSD.
O silêncio de Cavaco cada vez mais contribui para a clivagem de facções internas.
Se a sua postura durante o mandato de PSL já por si levantam dúvidas sobre o actual posicionamento de Cavaco Silva em relação ao PSD o seu silêncio acerca da candidatura presidencial só confirma que o mesmo está pouco interessado em contribuir para o sucesso do partido olhando unicamente para si próprio e para o seu calendário politico, se lhe assiste este direito por consequência do afastamento da vida politica também temos que perceber qual o impacto que esta decisão tem no PSD por um lado assim como dar a margem de manobra para o PSD agir e se organizar sem pensar em Cavaco.
Apenas uma questão e se daqui a 6 meses Cavaco decidir não avançar?
Aí o PSD perdeu tempo e certamente partirá enfraquecido para a luta presidencial.
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