Uma rotunda derrota...
segunda-feira, fevereiro 21, 2005
Não há volta a dar. O PPD/PSD perdeu as eleições, porque as mereceu perder.
Ao longo de 2 anos com Durão Barroso e Paulo Portas no comando e depois nestes fastidiosos 4 meses com Santana Lopes, o PPD/PSD "cavou" a sua sepultura. Poder-se-á ainda legitimamente culpar Jorge Sampaio desta decisão, não das eleições de ontem, mas daquele dia onde ao dar posse a Santana Lopes, o caucionou de imediato.
Hoje, no dia seguinte ao dia em que 45,05 % dos portugueses deram a primeira maioria absoluta ao Partido Socialista, e onde o PPD/PSD teve a sua mais humilhante derrota em eleições legislativas pós Assembleia Constituinte, importa realçar alguns dados...
- José Manuel Durão Barroso, foi também ele ontem verdadeiramente derrotado. Primeiro porque foi embora. Segundo porque preferiu uma solução de continuidade governativa fora do governo e dentro do partido, ao invés de preferir o que seria óbvio. Uma solução de continuidade dentro do governo que o povo tinha sufragado dois anos antes.
- Em relação às legislativas de 2002 em nenhum concelho de Portugal e Ilhas, o PSD teve mais % de votos ontem. Em nenhum. Uma retombante derrota, que deveria abrir outro caminho, outra decisão do ainda líder.
- No bastião laranja de Viseu, o PS teve mais votos que o PSD.
- Na república popular das bananas, perdão na ilha da Madeira, foi no Funchal que o PS conseguiu o terceiro deputado. Pode Alberto João culpar o método de Hondt, o mesmo que em 2002, lhe permitiu 4-1, mas é verdade é só uma, o país nas urnas derrotou toda uma máquina décrepita e sem estratégia.
E é isso que o PPD/PSD tem que perceber.
Quanto ao PS, mesmo com as primeiras palavras da vitória dedicadas aos amigos e aos camaradas pelo feito conseguido, Sócrates tem agora 4 anos para governar o país. Sem qualquer tipo de urdiduras que o faça responsavelmente e competentemente. É isso que o país e eu que nem nele votei lhe peço.
Entretanto, em Lisboa chove. Não se sabe se são lágrimas da derrota, ou o milagre das rosas. Mas chove, algo que nos últimos 4 meses não aconteceu.
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Publicado por António Duarte 11:32:00
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