Uma morte anunciada …
sexta-feira, fevereiro 25, 2005
Primeiro foi a Moderna, depois a Portucalense, agora é a Independente que está com problemas. Muitas outras, ou mesmo todas, irão pelo mesmo caminho. Causas possíveis para tudo isto...
- O Estado que em finais dos anos 80, incapaz de responder com oferta à procura de ensino superior estatal, permitiu, como resposta, a proliferação do ensino particular e cooperativo, alterou mais tarde as regras do financiamento do público, levando a que este aumentasse a sua oferta de cursos, sendo assim um concorrente (desleal) do privado;
- As próprias universidades que, ao longo destes anos não se souberam preparar e crescer cientificamente, sendo mais apologistas da chapa ganha, chapa gasta ou distribuída, não investindo em cursos e modelos de ensino virados para a investigação e para a integração no mercado de trabalho dos seus estudantes, por via da qualificação dos próprios e dos seus docentes;
- O facto de muitas delas – as cooperativas – beneficiarem da isenção fiscal em IRC nos seus rendimentos, o que não estimula o interesse por parte da administração fiscal na apreciação daquelas contas, juntamente com a impreparação do Ministério da Educação para apreciar actos de gestão. Logo …
- A quebra demográfica na população que também se reflecte na procura de ensino superior;
- Os sucessivos governos que foram incapazes de definir uma política para o sector que tivesse em conta todas as variáveis e de actuar como um verdadeiro regulador e fiscalizador da qualidade deste mercado, com claro prejuízo para o País.
Publicado por contra-baixo 16:42:00
7 Comments:
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Andamos dez anos a olhar para o umbigo sem nos apercebermos de que iamos ficar sem médicos a médio prazo e, em contrapartida, criamos cursos inúteis e universidades sem vocação sem repararmos que nos iam faltar alunos!
- a inqualificável concorrência dos Politécnicos às Privadas;
Um exemplo do anterior: em Leiria havia duas privadas - a Católica, que está a desistir e a ir-se embora, e o ISLA de Leiria; esta última instituição, sempre que descobria uma licenciatura que tinha procura na região (após o processo burocrático de lançamento do mesmo curso, que por vezes demorava mais de 5 anos...) era confrontada por um curso igual ou similar do Instituto Politécnico de Leiria, lançado em poucos meses e às vezes com os curriculla incompletos...
Será esta política de terra queimada interessa a alguém...?