regressar ao futuro...

O PSD obteve hoje o seu pior resultado de todos os tempos. Não foi uma derrota apenas do Dr. Lopes, foi uma derrota de todo o partido. De todo o partido e de todos os militantes. Esmagadoramente, e o povo é soberano, o povo não se reviu nas caras e nas propostas, quando as havia, deste PSD. Será simples e redutor expiar apenas estes resultados na pessoa do Dr. Lopes. É verdade que ele deve ser o primeiro a assumi-los e a neles meditar, com a humildade que nunca teve, mas também é verdade que o Dr. Lopes não esteve só. Todos devem assumir com frontalidade as suas responsabilidades. Todos. Como todos devem pensar no que falhou, porque antes de terem falhado pessoas, que falharam, falharam processos. Falhou toda uma ideia de partido, de reformas para Portugal. O PSD que hoje perdeu as eleições não é concerteza o PSD de Sá Carneiro ou até de Cavaco Silva. É outra coisa, diferente, para pior. Mais do que discutir nomes, e só nomes, urge discutir a natureza deste PSD, a natureza dos métodos que conduziram a este descalabro. Mais do que santos milagreiros, do que salvadores da pátria, o PSD deve discutir-se a si próprio primeiro, deve redescobrir a sua própria identidade e reconciliar-se com os portugueses. A questão da liderança não sendo secundária é subsidiária a este debate. Se não for feito [o debate] o PSD continuará um partido adiado. Ao menos que este dia sirva a todos de lição, para que nunca mais se repita, por Portugal. Quanto ao PS, espero sinceramente que me surpreendam, pela positiva.

Publicado por Manuel 20:03:00  

4 Comments:

  1. O Reformista said...
    De acordo. Todos (menos alguns) seremos necessários.
    Anónimo said...
    Acabo de beber um excelente "Tapada do Chaves" à memória de Sá Carneiro.
    Agora vou aderir ao PSD. Renovar é preciso.
    António Viriato said...
    Castigo severo, exagerado, talvez, pelo contraste do Prémio, muito acima daquilo que os socialistas mereciam. Nada fizeram que justificasse tão elevada votação. Pode tratar-se de um equívoco, ainda que democrático ou de um desejo fundo de expulsar a trapalhada Barrosista-Santanista, de qualquer maneira, mesmo com recurso a maus agentes políticos. Lembremo-nos do célebre «inimigo do nosso inimigo» e da relação que se pode estabelecer com ele, evocando a velha máxima maoista, que teve os seus apreciadores até nos EUA.
    Para o PSD, é tempo de reflectir. Quererá corrigir o entorse neo-liberal e reaproximar-se da inspiração social-democrática ? Estará disposto a afastar a multidão de ineptos, intelectual e moralmente incapazes, que nos últimos anos se apoderaram dos cargos directivos, por processos ínvios conhecidos de muitos ?
    Terá compreendido a profundidade do mal, para lhe aplicar a terapêutica adequada ?
    Se persistir na via neo-liberal, na demagogia dos supostos líderes carismáticos, se continuar a premiar nulidades, pode estar a iniciar uma verdadeira série negra de derrotas eleitorais : legislativas e autárquicas em 2005, presidenciais em 2006, permitindo ao PS colonizar o Estado durante muitos e bons anos, com as consabidas consequências.
    Oremos...
    Anónimo said...
    haaha neo-liberal nem sabes o que isso é!! tomara que fosse....

Post a Comment