A ponte é uma passagem

Este indivíduo, neste blog, escreve assim a propósito da polémica latente e subterrânea que grassa entre a Igreja Católica e certos cultos secretos...

Nenhum cardeal, patriarca, bispo, padre, doutor ou numerário tem suficientes requisitos para dizer que é o único que pode penetrar nas profundezas do movimento livre das correntes de ideias e passar a ditar o bem e o mal, mobilizando, em nome do báculo, a espada da retaliação e criando mecanismos que poderão obrigar altas figuras de Estado a não mais sugerirem a utilização de casas mortuárias anexas a instalações de monumentos nacionais que são usados para o culto católico. Assim podemos pisar os terrenos da intolerância e emitir comunicados que podem ser instrumentalizados por forças políticas em plena campanha eleitoral. De outro modo, poderemos concluir que certos ventos congreganistas podem voltar a soprar contra a lusitana antiga liberdade e os duzentos anos de demo-liberalismo.

Portugal não voltará a reduzir-se aos limites estreitos dos quintais das sacristias, das pranchas carbonárias ou das reflexões celulares, que se auto-decretem como o caminho e a verdade. São mais fortes os homens livres donos de um pensamento livre. Os que não se deixam algemar por quem possa pensar-se herdeiro dos inquisidores, benzidos ou laicos. Cá por mim, contra todas as sugestões, continuarei a citar Kant e a invocar Espinosa, São Francisco de Assis, Teilhard de Chardin, Agostinho da Silva, Gilberto Freyre e Fernando Pessoa. Até considero João Paulo II um dos mais corajosos homens do pensamento em acção do último quartel do século XX, porque ele, mesmo nas encíclicas, sempre disse escrever para os homens de boa vontade. E pelo que aqui escrevo, já sei que não mais voltarei a ser convidado a proferir qualquer tipo de conferência na Universidade Católica, mesmo que seja sobre a militância no MES, até Dezembro de 1975, do grande guardião do pensamento integrista que comanda a instituição.

Mesmo sem querer meter prego ou estopa na investida epistolográfica, em forma de postal de blog, apetece dizer que José Adelino Maltezatira certeiro e onde dói mais - ao antigo e bem profundo antagonismo que separa a Igreja Católica das fileiras maçónicas!

Haverá ponte possível entre as duas margens?

Publicado por josé 23:04:00  

3 Comments:

  1. Anónimo said...
    Propaganda 2, Mafia, Banco Ambrosiano, Homicídio de João Paulo I, Sida, Ordem de Malta, Priorado da Ordem de Nossa Senhora do Monte Sião, Fátima, CIA, Exército Azul, Opus Dei, chega assim ou quer com mais molho?
    Henrique, Le Nautonnier eheh
    zazie said...
    este comentário foi lixado. Ainda que lhe retirasse grande parte dos exemplos a propanda e Opus Dei sempre fazem uma pontezinha...

    ";O)
    Luís Filipe Rodrigues said...
    Lixado? Eu acho q até foi muito contido...E não dá para retirar qq exemplo. Dá é para acrescentar mais uns. Eu contribuo com Moderna e Casa do Sino, restringindo as ligações à P2 e aos obreiros de deus.

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