"O voto (verdadeiramente) útil "


É cada vez mais óbvio que o PSD e o PPD são, na hora actual, dois partidos inconciliáveis. O próprio Pacheco Pereira, depois de ter anunciado a intenção de votar em Santana nas próximas eleições, parece dar voz aos seus desapontados (e-)leitores para mostrar que o caminho pode passar por outras soluções: o voto em branco ou a simples abstenção.

Que está em causa, nas próximas eleições, para o PSD? Apenas, e só, a remoção do líder do PPD, Santana Lopes. Como conseguir esta proeza?

O PSD cometeu um erro estratégico: entregou o aparelho ao santanismo. Os militantes do PSD são agora gente como nós, na sua maioria sem uma estrutura que os enquadre – e os apoie. Mas os golpes de Estado não se fazem a partir do exterior.

O PPD de Santana soube tocar o país profundo «social-democrata». Depois da travessia do deserto com Guterres e do assalto às cadeiras do poder por parte dos jovens do PP no consulado de Barroso, Santana afagou a auto-estima do desalentado «Zé»: com ele, o país profundo voltaria à mesa do Orçamento.

Esta gente, que está agarrada aos fundilhos de Santana, há-de permanecer fiel ao actual líder enquanto houver uma réstia de esperança de se alçar ao poder. E essa esperança existirá se, após as próximas eleições, sobrevier um período de intranquilidade resultante de o PS não ter conseguido a maioria absoluta.

Neste contexto, os que se revêem no PSD só têm uma saída para unificar o partido: desejar uma maioria absoluta do PS. Só assim acabarão as ilusões do «Zé» (que tanto pode chamar-se Marco António como Luís Filipe Menezes), primeiro passo para fazer saltar o Dr. Lopes da liderança do partido. A verdade é que, se o PS não obtiver uma maioria absoluta nas próximas eleições, o primeiro (para não dizer o maior) derrotado é o PSD de Marcelo, Cavaco, Pacheco Pereiro, Marques Mendes… Falando claro, o voto útil, para o PSD, é no PS. Toca a unir as tralhas...

in Pula Pula Pulga

Publicado por Manuel 18:03:00  

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