«O número de autarcas que exigem luvas é assustador»*


Sugere-se a leitura de Corrupción: una visión desde la sociedad civil, editado por Roxana Salazar (Transparência Internacional Costa Rica) em 2004. Está disponível neste site (em ficheiro pdf).
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* Saldanha Sanches, Diário de Notícias, 28/02/2005

in Pula Pula Pulga

Publicado por Manuel 19:01:00  

4 Comments:

  1. Anónimo said...
    Venerável Irmão Manuel:
    Estranho um pouco que você não tenha arranjado um tempinho para fazer uma referência, mesmo que ao de leve, às escolhas do Prof. Martelo... até o Pereira conseguiu, obliquamente é certo, mandar umas bocas ao futuro (Deus, misericordioso como é, o queira...) Pres da Rep...

    Solte-se homem... diga lá qualquer coisinha, que ninguém o acusará nunca de andar a meter a foice em seara (Fernando Seara, ah! ah!) alheia...
    Joao said...
    E porque não pagá-las? As luvas, de outras maneira as coisas não funcionam, não é verdade?
    Somos todos irmãos, mas uns são mais irmãos que outros.
    josé said...
    João: boa pergunta! E que já tem sido repetida por muito e bons portugueses! Porque não pagar luvas? Ou cachecóis, agora que está frio?

    Tudo se trona mais simples quando o interesse de quem tem coincide com o de quem quer ter. Geralmente ajusta-se um preço nesse negócio, se for liberal e com regras de mercado.
    Se os bens são escassos, há concorrência e competição para os obter- e assim parece estar bem, pois o preço ajusta-se; a produção também e a procura é que vai "demandando".
    Porque não então pagar luvas a quem tem o poder de decidir a nosso favor o que pretendemos?
    Ora bem:
    Suponhamos que eu pretendo construir um prédio num terreno de construção condicionada, por exemplo a construção plurifamiliar com o máximo de quatro pisos. Imaginemos que a regra, no caso concreto se mostra desajustada á circunstãncia concreta e simplesmente mais um piso até adorna melhor a envolvente. Que fazer se a decisão for susceptível de ser tomada por uma ou duas pessoas que têm esse poder discricionário, depois plenamente justificado legalmente, se for preciso?!
    Entram aí as luvitas e os cachecóis! Os meios são pequenos e as pessoas conhecem-se. O português é desenrascado por mérito hereditário e juntando-se essa fome com uma vontade de comer de faminto do poder, está arranjada a caldeiradazita.
    Mude-se prédio, para urbanização, empreedimento, project-finance, whatever e temos um panorama interesante para sociólogos, psicólogos e polícias estudarem com afinco.
    Projecte-se este panorama no país real e na realidade do grande dinheiro à solta e fica à vista, sob o manto diáfano da fantasia, a nua crueza da verdade afirmada pelo fiscalista e que fez corar de indignação quem já nem sequer é capaz de perceber a fronteira entre o que é legal, moral, lícito ou mesmo criminoso tout court!

    Proponho um exercício prático às virgens ofendidas pela denúncia do fiscalista:
    Quem se sentir pessoalmente ofendido que se disponha a mostrar todo o percurso pessoal desde o começo da vida política, mostrando contas bancárias; dando conta dos rendimentos auferidos; das actividades exercidas por si ou por interposta pessoa; que mostre o património real que detém; não o nominal, mas sim o verdadeiro, o real e já agora também o dos familiares próximos.
    Faça isso e terá a minha admiração!
    Para já poderia ser o presidente de qualquer coisa dos municípios chamado Mesquita Machado que também é presidente da CÂmara de Braga! Aliás, quanto a este nem é preciso ir muito longe: bata perguntar a qualquer cidadão dessa bela cidade o que acha do seu presidente! Sim! O que acha de verdade!
    Por aí se poderá ver o que siginica realmente viver em Portugal com esses fenómenos à porta...
    Joao said...
    Obrigado José. A minha afirmação foi propositadamente provocadora.
    O caso do prédio é tipico. Se *alguma* coisa funcionasse haveria alternativa. Mas a nossa realidade é que quase *nada* funciona.
    :(

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