O debate...
terça-feira, fevereiro 15, 2005
... já foi. Ganhou Jerónimo de Sousa, rouco, abandonou a meio por problemas nas cordas vocais, não falou praticamente e fez o papel do avozinho romântico e simpático, que não assusta ninguém. Falou-se demasiado do passado, dos erros que morrem solteiros, e pouco, demasiadamente pouco, de como construir um futuro melhor. Portas e Louçã cumpriram, infinitamente melhor na forma o líder do PP. Lopes e Sócrates sem novidades e acossados pelos pequenos partidos. Ouvi no domingo Carlos César num comício do PS dizer que de cada vez que o Dr. Lopes falava o PSD se descredibilizava e perdia votos, acontece que nem todos votam com a razão, a emoção também conta e muito. Se o Eng. Sócrates não obtiver maioria absoluta que irá dizer Carlos César? A frio há muitas razões para se dizer que uma maioria absoluta é fundamental. Emocionalmente alguém descortina uma razão para a dar ao Eng. Sócrates ? Alguém vislumbra rasgo, fé, coragem ? O pântano vai continuar.
Publicado por Manuel 22:56:00
Como bem diz: o pântano vai continuar e sendo certeira a distinção que faz entre razão e emoção, cada vez que Sócrates fala também falecem hipotéticas razões para nele se votar. E se o máximo que se pode invocar em abono do nada filosófico PS é a distinção entre o mau e o péssimo das maiorias absoluta ou relativa do PS(Saldanha Sanches dixit), quem se mostra mobilizado para votar no mau?
E mesmo na blogosfera os mais racionais votantes socráticos vão perdendo razões, veja-se a equação de Vital Moreira maioria absoluta = responsabilidade absoluta, a não ser que a mesma se destine ao prefácio do livro que o constitucionalista de Coimbra tem no prelo «a equação que me levou, pelo menos por duas vezes, a votar no PSD de Cavaco».
Outros acham ao invés dos generososos professores de direito que a razão cada vez que o albicastrense determina outra equação: queres um cheque em branco? leva um voto em branco!
E a sorte da figura mais vazia desta campanha é termos caido no pantâno mais profundo, só assim se percebe que venha a ter uma maioria (relativa ou absoluta).
O único motivo para algum optimismo será que o princípio de que a vacuidade gera o movimento... mas há sempre um risco: a imprevisibilidade dos buracos negros...