"Hotel Ruanda"



Estreia hoje um dos melhores filmes dos últimos dos últimos anos
. De certeza que abomina uma certa esquerda bem pensante que, na boa tradição de Rousseau, nunca lidou muito bem com o irracional, com o mal absoluto, não convenceu, por exemplo, os pseudo-cinéfilos críticos do Público. Hotel Rwanda é uma história dentro de outra história, a do massacre de cerca de milhão, leram bem, de Tutsi por membros de etnia Hutu sobre o olhar complacente da comunidade internacional em... 1994, é a história de um homem que salvou uns quantos, cerca de um milhar, como pode. Uma lição sobre a humanidade, sobre a realpolitik e sobre a maldadade humana. O filme começa com um fundo negro enquanto se ouve o som de uma estação de rádio (Hutu) a apelar ao massacre de Tutsis... Tira o sono, se tira, e até foi baseado numa história real. Mas que interessa afinal ? Eram "pretos ", o Ruanda fica no fim do mundo e nunca foi grande local de férias, pelo que a comunidade internacional nunca ligou grandemente, antes, durante e depois. E no entanto, tomaramos muitos de nós ocidentais ter um décimo da coragem, do civismo, da alma de alguns dos heróis da história. Hotel Ruanda é um filme que é impreterivel ver, porque o mal existe, e o mal maior é ignorar a sua existência. No rescaldo do holocausto, uma alta patente nazi quando confrontada com o genocídio e sobre se não o preocupava o que terceiros achariam da coisa respondeu que não, que não o preocupava, porque as pessoas não iriam simplesmente acreditar. Hotel Ruanda é sobre um mundo que existe, um mundo que fingimos não ver do conforto burguês das nossas casas, Hotel Ruanda é um filme também sobre a esperança de como pode surgir a luz do meio da escuridão.



Dez anos depois, Hotel Ruanda é, só e apenas, um filme que exige que abramos os olhos. A alguns será pedir muito.

Publicado por Manuel 06:59:00  

1 Comment:

  1. Fernando Martins said...
    É sempre bom recordar o valor de uma vida humana (é claro que há aquela máxima - nazi ou estalinista - de que quando é um é um assassinato, quando é um milhão é uma honra, por bem da pátria ou de algo semelhante...). É também pena que Hitler ou Estaline ou Pol Pot não tenham uma cara homónima que personifique esta barbárie, mas lá havemos de chegar...

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