uma sucessão de equivocos
sábado, janeiro 29, 2005
O Dr. Lopes entendeu por bem declarar-se contra o casamento entre homossexuais e desafiou os restantes candidatos a definirem a sua posição sobre a matéria. Esta pequena boutade diz bem do estado das coisas já que tanto quanto se sabe o assunto nunca esteve em cima na mesa nem consta, que ao contrário do que aconteceu em Espanha, o Partido Socialista, mal tome posse pretendesse tomar qualquer iniciativa sobre a matéria. É, em suma, e sendo piedoso, apenas e só mais um fait-diver. Só que é assim que se passa o tempo. Não se discutem ideias, parece que há aliás bastantes consensos alargados com o PS a ser acusado pelo Dr. Lopes de de copiar (!) o PSD, discutem-se apenas personalidades. Os portugueses ou não conhecem o Eng. Sócrates e conhecem o Dr. Lopes, ou vice-versa, e não passamos disto. Acontece que por muito importantes que sejam as lideranças, são, por fundamental que seja estas serem fortes, é, a credibilidade de um partido ou projecto politico não se esgota nas virtualidades, ou falta delas, da sua liderança. Tão importante como esta é saber quem é a equipa, e em que bases é formada. Falando do caso concreto do PSD, e por muito que eu não goste do Dr. Lopes, e não gosto, este está longe de ser o único problema do PSD e, em bom rigor, se calhar até nem é o maior. O Dr. Lopes, como antes dele o Dr. Barroso, chegou ao poder caucionado substantivamente por uma série de gente a quem na melhor das hipóteses falta nível. Ora, não basta, no futuro, arranjar um líder apresentável, bem falante e palatável, é preciso reformar o PSD. É preciso saber se o poder é um valor tão absoluto que em nome da sua manutenção se tenham de tolerar ad eternum personagens como Alberto João Jardim, o inefável Marco António ou o inenarrável José Raúl dos Santos, entre outros. Não bastarão, em suma, meras operações de lifting para consumo externo, embora seja quase certo que é apenas e só isso que vai acontecer. O Dr. Lopes, por muitas e variadas razões, não merece cair e ser enterrado sozinho, se o for a vergonha e humilhação que o PSD vai passar, independentemente do PS ter ou não maioria absoluta, coisa que duvido, a 20 de Fevereiro próximo, não terá servido de nada.
Publicado por Manuel 21:26:00
Entretanto ficaram pelo caminho as "ambiciosas" propostas do PSD para a futura governação.
Cada vez se torna mais patente a manifesta incapacidade do Dr. Santana Lopes para o lugar de primeiro-ministro. É difícil imaginar que o Eng. Sócrates possa vir a ser pior. É que mesmo como ministro Sócrates foi incomparávelmente melhor que Santana como secretário de estado.
Contráriamente ao que dizem os famigerados cartazes os portugueses conhecem os dois candidatos bem melhor do que nos querem fazer crer.