a Jihad de Vicente Jorge Silva...
segunda-feira, janeiro 24, 2005
Vicente Jorge Silva, qual fariseu, toma as dores de uma certa esquerda, aquela que proclama a supremacia moral, e atira-se com unhas e dentes a uma certa direita. A uma direita que acusa de ultraconservadora. Ora leia-se...
em abstracto, não me parece lógico nem consequente que um dirigente de um partido que perfilha ostensivamente uma ideologia hiperconservadora no plano moral se ache dispensado de ser coerente com ela em todos os domínios da sua vida privada. Ou seja: eu não tenho culpa de ele ser hiperconservador e utilizar uma suposta superioridade moral contra mim, se acaso infringe as regras fundamentalistas que me quer impor. Isso chama-se duplicidade -- e a duplicidade não pode ser acantonada, conforme as conveniências do dúplice, neste ou naquele campo específico das suas opções morais públicas e do seu comportamento privado.
Por outras palavras à direita, a certa direita, não basta parecer, tem necessaria e imperiosamente de ser, já certa esquerda, porque dona e guardiã absoluta da verdade, está isenta porque não (alegadamente) dúplice. Vicente Jorge Silva infantilmente esquece-se que há valores que são absolutos, e não relativos, e o direito à reserva da vida privada é um deles. Vicente Jorge Silva gosta afinal de paparazzi, afinal certa esquerda é assim - pimba, rasca, caceteira, numa palavra, básica. O que Vicente escreveu não é diferente do que escreveria o senhor Kenneth Starr, o que investigou a menina Lewisnky, o charuto e a casa oval do Sr. Clinton (embora Clinton fosse de esquerda... ai se fosse Bush, perfeito...), ao fazer a apologia do politica e socialmente correcto (?) o ayatollah Vicente mais do que não defende uma lógica eugénica, redutora e, sim, fascizante quasi nazi, porque ninguém é perfeito, à direita, e... à esquerda.
A este propósito ler ainda a prosa certeira do Pedro Mexia.
Publicado por Manuel 17:04:00
5 Comments:
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Ele não afirmou e nem sequer deu a entender várias coisas que afirmas.
Ele chega até a criticar o Louçã pelas afirmações que fez relativamente ao Paulo Portas.
Abraço.
E depois também não sei porque motivo tem de ser apenas a dita esquerda a ter estas manias de devassa. Já a vi noutros que não são de esquerda.
São embirrações meu caro, são fortes embirrações com o que não é “nosso” ehehe
Homofobias? E porque não direitofobias, esquerdofobias, heterofobias e por aí fora? Porque não já que anda para aí tudo a viver de palavras e a querer apagar o que é natural.
O que não é natural são outras coisas: a educação, o nível de ataque e a enorme, gigantesca diferença entre actos políticos e estados de alma. Um exemplo: gostar da família, ter a família como valor, pode ser um estado de alma. Defender medidas de apoio a famílias numerosas, é uma medida política.
Mas vive-se de palavras, não é? E por isso há que “assumir” tudo, há que fazer a vontade a todos para engrossar as hostes.
Para literatura e com humor mais valia citar o Dragão ":O)))