Contra a corrente

A indicação de José António Barros, actual gestor do Coliseu do Porto e da SPGM, para Presidente do Conselho de Administração da Fundação Casa da Música. Trata-se de alguém que conhece muito bem a profundidade das linhas com que se cose o negócio que vai administrar, sem que, sabendo-se, alguma vez nele ter andado a chafurdar e que, para além da cultura de rigor que irá impor ao estabelecimento, saberá também fazer a ponte entre os fundadores privados que, pensa-se, o indigitaram e o Estado que, admita-se ou não, irá ter sempre um papel fundamental no financiamento da sua programação e manutenção.

Contra a corrente...
  • (i) porque é uma nomeação baseada em critérios de exclusiva competência e mérito pessoal
  • (ii) porque, sem fugir a ela, escapou à vigilância crítica a que foram sujeitas todas as nomeações mais recentes
  • (iii) porque é um reconhecimento - o que decorre do trabalho que desenvolveu e está a desenvolver à frente da sala mais emblemática e musical da cidade do Porto que é o Coliseu
  • (iv) porque chocará quase de certeza com a personalidade (e só por este motivo) do outro regresso já sugerido pelo fundador BPI (Artur Santos Silva) – Pedro Burmester, quiçá para substituir futuramente o britânico Anthony Wittworth-Jones (contrariando assim os desejos de quem há muito aspira pelo cargo) a não ser que se concretize a subida do pianista do Porto a outros patamares
  • (v) e, finalmente, porque até eu próprio, que não simpatizo lá muito com o estilo musculado do futuro presidente da Casa da Música, estou aqui a elogiar a sua nomeação.

Publicado por contra-baixo 13:01:00  

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