O deficiente funcionamento do vocabulário das instituições

Diz o novel Presidente da Protecção Civil que apresentará um plano para sismos no dia da “comemoração do grande terramoto de Lisboa”. Comemoração? É possível “comemorar” uma hecatombe com milhares de mortos? Haverá um fogo de artifício no Terreiro do Paço ou um banquete solene no palácio do Marquês de Pombal?

Bem sei que é um lapso. Também calculo que só por lapso a senhora da Meteorologia não conseguiu “falar com o Algarve”.

O país esteja sereno que esta gente é de confiança.

Rodrigo Moita de Deus

Publicado por Manuel 20:12:00  

4 Comments:

  1. Anónimo said...
    E como a "comemoração" é só a 1 de Novembro, daqui a 11 meses, dá tempo para toda a gente se esquecer da "promessa"
    AC
    Anónimo said...
    Caraças, oh Irmao Manuel... Voce nunca disse uma palavra errada na sua vida? Nem quando lhe saiu aquele 'pederia' quando estava a falar do Socrates no post 'tudo escrito nas estrelas'? Voce fala Frances? Foi um acto falhado ou uma cabala involuntaria?
    Anónimo said...
    Isto acontece quando se perde o significado dos acontecimentos. É fácil acontecer em organisações demasiado voltadas para si próprias. O terramoto deixou de ser um terramoto porque a cerimónia passou a ser um encontro social. Transformando-se numa comemoração...
    Anónimo said...
    Comemorar vem do latim "commemorare" (de "cum" + "memorare") e significa recordar, lembrar, evocar, fazer lembrar.

    Erradamente, o vulgo confunde comemorar com festejar, que são coisas completamente diferentes.

    Os aniversários da morte também se "comemoram".

    Saudações linguísticas
    Mário Rodrigues

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