Negro

"Supremo confirma violação do princípio do juiz natural" anuncia-se nos media. Muito objectivamente hoje passamos por mais um dia escuro na história da Justiça portuguesa. Não pela bondade ou não da decisão, mas pelas consequências que o momento em que é conhecida tem para todo um processo e para própria credibilidade da exercício da justiça.

Nestes dias em que práticas correntes se tornam mais visíveis, exercer a justiça e cumprir a lei apresentam-se dramaticamente como duas realidades distintas.

Há uma incompatibilidade inultrapassável e trágica em vários sentidos.

Pelo menos para mim simples utilizador-pecador.

Publicado por Rui MCB 17:16:00  

8 Comments:

  1. Anónimo said...
    Ó Rui, você tem a certeza do que diz?
    Já não seria a primeira vez que você ecoava o que os outros dizem sem consultar a fonte original, e diz o DD que a decisão (chama-se Assento, não é?) do Supremo não tem nada a ver com a questão do Juiz Natural...
    Anónimo said...
    Caro anónimo,
    O meu original - na qualidade de utilizador-pagador de media - foi unicamente a TSF. Já não seria a primeira vez, de facto, que seria vítima de alguma credibilidade que ainda delego nos media. Curiosamente um daqueles por quem ponho menos as mãos no fogo é precisamente o DD...
    Mas outros veneráveis mestres desta loja - mais habituados aos originais de que fala - seguramente nos poderão esclarecer com propriedade.
    De qualquer forma não foi só na TSF que li esta notícia nestes moldes, também no Portugla Diário, por exemplo:
    Casa Pia: juíza deve anular provas menos importantes"
    Anónimo said...
    Eu explico:

    O Supremo não confirmou nada, nem desconfirmou. O que havia era uma decisão da Relação, da qual ninguém recorreu (nem o Jorge Ritto, obviamente; nem o MP). O J Maria Martins arguiu nulidades e a Relação mandou para o Supremo, sem dar conhecimento da decisão à juiza de instrução. Ora, agora a outra é que vai ter quer decidir alguma coisa
    zazie said...
    Ó rui, eu também sou utilizadora pecadora e não fazia tanto escarcéu por isto. Afinal o que é que é anormal? A mim parece-me que a anormalidade está na burocracia que é capaz de desencantar tretas e fazer com que volte um processo à estaca zero.. já agora, aquele gajo de Entre-os-Rios também não era juiz natural, pois não? E lá por isso houve recurso e anulou-se tudo por causa disso? E porque é que este não era natural e quem descobriu e como e porque motivo e que é que se pode depreender daí?
    Espero por esclarecimentos técnicos que a minha cabalinha só com isto ainda não relincha “:O)))
    zazie said...
    mas se isto é negro.. the horror, the horror... que até parece que não viste coisas piores até agora... ";O))
    Rui MCB said...
    Foi só um post anti-"cagando e andando", Zazie.

    As tropas de Sauron não desperdiçam uma migalhas de negrume que seja, ainda que se chamem burocracia ou procedimentos regulares das garantias judiciais.

    Algures no iraque: "Pum...Now he is dead". Não falemos nas imagens que lá me cubro de hipocrisia...

    O direito e a capacidade de indignação e da indignaçãozinha são uma chatice muito necessária. Isso e de vez em quando mandar o relativismo dar uma curva.
    Sobre Entre-os-rios muito me contas.
    Arrebenta said...
    O POLVO

    O erro fatal do Ministério Público foi ter-se limitado a caçar alguns dos braços do Polvo: este Polvo não é como os lagartos, não larga a cauda e reconstrói outra,
    não,
    ele escava e esforça-se por libertar os seus membros entalados...;
    e que polvo,
    no qual Carlos Cruzes, Rittos, Pedrosos e Ferros
    eram apenas figuras
    ...menores

    (chiça: até tive agora um arrepio na espinha...)
    Cronista Oficioso da 3R said...
    Fait divers:
    - Ai, ai, ai já não há respeito o chefe noronha nascimento disse do alto da sua vice-presidência do CSM garante da indepedência dos juízes que não havia violação do juiz natural e afinal uns tribunais vêm desmenti-lo. Afinal quem garante o quê?
    - O sr. licenciado teixeira que apenas tem uma nota baixa de licenciatura porque, de acordo com o próprio, o direito para que ele está vocacionado é o da aplicação pelos tribunais. Afinal o que vale o direito dos livros em que o sr. teixeira é medíocre ou o direito judicial dos iluminados?

    O essencial:
    O quadro é negro e pobre sociedade em que no fundo (por vias várias, polvos, corporações, incompetências e irresponsabilidades) o direito e a lei não se aplicam (e o problema não é falta de dinheiro).

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