White House'04 Bush vs Kerry (XVIII)

Segundo debate sem vencedor declarado

Empate técnico no Missouri e, por consequência, na corrida eleitoral. O debate de Saint Louis não teve um vencedor declarado. Tendo em conta clara vitória de Kerry no primeiro embate, o empate não deixa de constituir uma novidade.

Falta saber que efeitos poderá vir a ter este segundo debate na corrida. Os números de hoje dão conta da continuação do equilíbrio, como vamos mostrar mais à frente.

John Kerry manteve o registo de Coral Gables: argumentação estruturada, críticas directas à Administração Bush quanto à condução da guerra ao Iraque e ao Terrorismo, mas também em aspectos económicos e outros assuntos internos.

O desempenho do candidato democrata foi, no geral, idêntico na forma e no conteúdo em relação ao primeiro debate. A diferença talvez tenha estado no desempenho do Presidente. Bush surgiu com um discurso mais fluido, mais enérgico, embora ainda a repetir ideias-chaves das quais parece não conseguir sair. Talvez tenha conseguido encher melhor os dois minutos de cada resposta, tendo existido menos pontos mortos nas intervenções do candidato republicano.

O tom, no geral, foi mais agressivo do que no primeiro debate — o modelo de «town hall» propicia uma maior proximidade física dos dois candidatos — mas as temáticas foram quase as mesmas: a situação no Iraque voltou a dominar a discussão.

A ideia forte talvez seja a de que o primeiro debate foi mais influente nas sondagens do que poderá vir a ser o segundo. As pesquisas instantâneas feitas após o debate dão conta de um grande equilíbrio, embora apontem um ligeiro avanço de Kerry.

A ABC dá a vitória a Kerry por 44 por cento, mais três do que Bush, com 13 por cento a dar empate. Dentro destes números, Kerry venceu o debate para 85 por cento dos seus apoiantes, contra 2 por cento de Bush e 12 a dar empate. Entre os apoiantes de Bush, o Presidente venceu para 84 por cento dos inquiridos, Kerry ganhou na opinião de 1 por cento e 13 por cento dão empate.

O «Gallup» também dá a vitória a Kerry por 47-45. No entanto, se as pesquisas mostram uma ligeira vitória Kerry, para os analistas foi Bush quem mais beneficiou do debate. Muitos artigos publicados nos media americanos falam num empate, mas, por exemplo, Dick Morris, do «New York Times», fala no «regresso do Presidente». «Kerry desperdiçou uma oportunidade», considera William Saletan, do «Slate».

A «cnn.com» fez um inquérito na net que deu um triunfo claro a Kerry: 74 por cento dos leitores do site responderam que foi o democrata a vencer o debate. Bush teve 23 por cento das respostas, 3 por cento consideraram que houve um empate.

Tradicionalmente, o segundo e o terceiro debates são muito menos influentes que o primeiro, embora as audiências tenham vindo a surpreender e sejam um factor-surpresa: estima-se que cerca de 44 milhões de americanos tenham visto o debate de ontem (bem mais do que o habitual). No primeiro debate, 63 milhões de americanos assistiram à vitória de Kerry.

Mas só os próximos dias dirão, exactamente, o que o segundo debate ditou. A tendência de recuperação de Kerry talvez tenha desacelerado, mas, neste momento, nem sequer se pode falar numa «vantagem de Bush» nesta corrida ao milímetro até à Casa Branca.

Vale a pena, pois, dar uma olhadela para as sondagens a nível nacional, a 9 de Outubro:

  • TIME: Bush 46/ Kerry 45/ Nader 4
  • ZOGBY: Kerry 46/ Bush 45/ Nader 1.5/ Outros 1.0 / Indecisos 6

O empate quase total também se verifica nos estados indecisos. Exactamente por isso, Bush e Kerry têm feito autênticas maratonas pelos mais influentes. Desde o início da campanha, o senador democrata jã foi 20 vezes à Florida, outras 20 ao Ohio e 19 à Pennsylvania. Bush foi 14 vezes ao Ohio e à Pennsylvania e 11 vezes à Florida. Estes três estados parecem ser, de facto, os mais importantes entre os 12 já identificados aqui na Grande Loja.

Nunca um candidato republicano conseguiu a eleição sem vencer no Ohio. «Look to Ohio» dizem os principais conselheiros de ambos os campos, quando questionados sobre quais serão os estados mais cruciais para uma eleição tão renhida. E, neste momento, John Kerry vai à frente no Ohio.

A Taxa de Aprovação do Presidente oscila, nos diferentes estudos, entre os 45 e os 50 por cento. Bush tem 51/42 no saldo de opiniões favoráveis/desfavoráveis. Kerry tem 48/41.

Diariamente, a Grande Loja disponibiliza as sondagens mais recentes do voto popular e dos estados cruciais. A 13 de Outubro, dia do último debate, faremos uma nova projecção de como estão as contas do Colégio Eleitoral.

Até 2 de Novembro abordaremos os grandes temas da corrida à Casa Branca.

Publicado por André 11:54:00  

2 Comments:

  1. Anónimo said...
    George Bush had another chance to make his case to the American people. Again he failed.

    Again, he showed that he is out of touch with reality on Iraq.
    Again, he offered no plan for jobs and no plan for cutting the cost of health care.
    Again, he pretended that our problems don't exist.
    Again, he refused to level with the American people.

    in Kerry & Edwards campaign
    Anónimo said...
    John Kerry held George Bush accountable for the failures of the last four years. He demonstrated the strength and character we need in a president. He made it clear he could lead as commander in chief.

    John Kerry offered real solutions to real problems. He told America the truth, and offered a plan for a fresh start on the economy, Iraq, and the war on terror. Simply put, he was presidential. Ironically, the president was not.

    in Kerry & Edwards campaign 10.09.2004

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