White House'04
Bush vs Kerry (XVII)
sexta-feira, outubro 08, 2004
O countdown da Grande Eleição lembra-nos que já só faltam 24 dias para sabermos quem vai ocupar a Casa Branca até Janeiro de 2009. A batalha eleitoral está animada, com as sondagens a mostrarem que Bush e Kerry têm hipóteses equivalentes de sonharem com a eleição.
O debate de logo à noite, no Missouri, pode ser determinante na forma como a recta final da campanha vai decorrer. Se Kerry voltar a ganhar de forma tão clara como o fez em Coral Gables, deverá tomar a liderança da corrida.
Mas o Presidente já mostrou, há quatro anos (então apenas como governador do Texas e candidato nomeador pelo Partido Republicano), que por vezes surpreende, ultrapassando as óbvias limitações do ponto de vista retórico e de bagagem cultural, com um estilo directo e simplificado, que agrada ao «americano médio».
De facto, alguns analistas avisam Kerry para o perigo de a massa dos eleitores não se rever nele: até há poucos dias, o tal «americano médio» achava que Kerry é um liberal do Massachussets, de ideias demasiado progressistas, com «cara de francês» e proveniente da elite social e política de um estado da «Nova Inglaterra» — logo, estranho à América «rural e profunda», que vota republicano.
Depois de algumas semanas em banho-maria, a campanha de Kerry parece ter conseguido arrancar em definitivo com a vitória no primeiro debate. Mas faltam conquistar alguns obstáculos: parte do eleitorado está ainda muito marcado pela ideia de que o candidato democrata é «pouco consistente» nas suas posições (a imagem de «flip-flop» lançada pelos republicanos deu resultado até há poucos dias...)
Mas a última semana correu muito bem aos democratas. Os republicanos apostaram demasiado no seguro e parecem estar agora remetidos à tese da «segurança de quem já tem experiência». Essa ideia pode não chegar, sobretudo se Kerry conseguir, nos últimos dois debates, concretizar a mensagem de que a mudança será mesmo para melhor.
E as últimas notícias são animadoras para Kerry e para todos os «anti-Bush»: entre os 12 estados indecisos, mesmo os mais conservadores dão indicadores, muito recentes, de poderem dar uma vitória ao candidato democrata, que até há poucos dias parecia muito improvável.
Vejamos alguns desses casos...
- PENNSYLVANIA: Kerry 49-Bush 43
- COLORADO: Kerry 49-Bush 49
- NEW HAMPSHIRE: Kerry 49-Bush 42
- OHIO: Kerry 48-Bush 47
Em contraparida, Bush volta a liderar com algum conforto na Florida (vantagem de 4 a 7 pontos) e mesmo no Novo México (vantagem republicana de três pontos, num estado que há semanas parecia seguro para John Kerry).
No plano nacional, do voto popular, as sondagens do dia reforçam a ideia de empate técnico, mas John Kerry surge, pela primeira vez nos últimos dois meses e meio, à frente na maioria dos estudos. Lidera três deles (por 1,3 e 4 pontos), sendo que Bush aparece à frente em apenas dois (por 2 e 3 e pontos percentuais). Mais equilíbrio era difícil...
- YouGOV: Kerry 47-Bush 45
- DEMOCRATIC CORPS: Kerry 49/ Bush 48/ Nader 1
- ZOGBY: Bush 46/ Kerry 44/ Nader 2
- MARIST: Bush 49/Kerry 46/ Nader 1
- IPSOS: Kerry 50-Bush 46
O barómetro diário do «Rasmussen Reports» mantém uma diferença de um ponto: Bush 47,8/ Kerry 46,7/Outros 1,9/Indecisos 3,6.
Entre os vices, John Edwards parece mesmo ter vencido o debate, embora por uma curta margem, sobre Dick Cheney. Um estudo do «Gallup» mostra que o senador pela Carolina do Norte recebe 58 por cento de opiniões positivas entre o eleitorado americando, contra apenas 48 por cento do número dois de George Bush.
Outros números do dia: 41 por cento dos americanos ainda acredita que Saddam Hussein teve uma ligação directa com os atentados do 11 de Setembro. Mas com um dado bem esclarecedor: entre os republicanos, quase dois em cada três crê nesse erro factual (62 por cento), nos democratas só um em cada três caiu nessa armadilha (33 por cento).
A Taxa de Aprovação do Presidente ronda os 50 a 51 por cento (no limiar dos 50 por cento que a História tem exigido aos Presidentes reeleitos). No Congresso, o Partido Democrata vai à frente, com 46 por cento das intenções de voto. O Partido Republicano fica-se pelos 40 por cento.
Publicado por André 02:34:00
George Bush is the first president since Herbert Hoover to lose jobs on his watch -- and they say it is time to celebrate. Wages are falling, medical bills are rising, and families cannot send their kids to college -- and the Republicans tell us "Hey, don't worry, this is the best economy of our lifetime."