SMS (Santana, Marcelo, Sampaio)


Acabei de ouvir o primeiro-ministro à saída de Belém. Não sei se ouvi bem, mas pareceu-me que o dr. Santana Lopes desafiou o Presidente da República a convocar eleições, caso considere que existiu uma pressão do Governo sobre a TVI para acalmar Marcelo Rebelo de Sousa.

Se é verdade que ouvi mesmo aquilo que julgo ter ouvido, fica-me uma dúvida: que raio terá o primeiro-ministro ouvido do Presidente da República para responder desta maneira?

Em bom rigor, concordo – por uma vez – com o dr. Santana Lopes: ou o Governo exerceu pressão sobre a TVI, e aí está em causa um pilar democrático do país; ou não, e aí está em causa uma estratégia de oposição ao Governo. E esta verdade, creio, nunca iremos conhecer.

Mas sejamos claros: mesmo nesta última hipótese, o mínimo que se pode dizer é que o Governo foi como Romano Prodi definiu o Pacto de Estabilidade: estúpido. Apenas porque entrou num "lose-lose game".

Até posso perceber que o dr. Santana Lopes, através de Gomes da Silva, tenha pretendido convocar um adversário para o Congresso, seguindo a estratégia secular de Maquiavel. Mas na política há uma regra de ouro: nunca faças teu inimigo alguém que tem mais armas do que tu.

Menos ainda quando se tem acima um Presidente vigilante, como o próprio prometeu desde o minuto zero.

É o mínimo que se pode dizer. O resto fica para o prof. Cavaco, o dr. Marques Mendes, o dr. Miguel Veiga, o prof. Graça Moura e até para o prof. Marcelo – talvez no próximo sábado, na edição do Expresso.

A. Ulisses in O Insubmisso

Publicado por Manuel 21:51:00  

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