The roof...is on fire.

Estejam descansados que a música aqui é outra.

Uma empresa de electricidade espanhola, através de um seu representante, que porventura estará chateado de não ter conseguido o lugar no Conselho de Administração da EDP, foi fazer queixinhas à Comissão Europeia que a EDP recebeu ajudas do Estado Português.

Ora, relembrando o caso, tudo gira à volta da saída do capital da Galp Energia da ENI Spa e formação da nova empresa EDP Gás. O Estado Português encomendou à Goldman Sachs um relatório sobre os valores da GDP – Gás de Portugal, de forma a legitimar as trocas de participações entre ENI, EDP e Galp Energia.

Tudo andava bem até que na Comissão Europeia deram entrada dois relatórios da GDP, com, pasme-se, valores de avaliação diferentes daqueles que o Estado Português utilizou via Goldman. A história deriva de o Estado Português ter optado pelo relatório da Goldman, e apenas este, porque o relatório desta tinha a avaliação dos activos do gás a um preço inferior áqueles que os relatórios emitidos pelo Banco Finantia e pela Salomon Brothers.

Resumindo, a EDP comprou os activos do gás por um preço inferior o que em termos de legislação comunitária significa uma ajuda do Estado Português à EDP.

Para a EDP o ganho é claro. Pois os seus 14 % na Galp Energia valem sempre 51 % da EDP Gás. Mas os 51 % da EDP Gás que a EDP adquiriu valem em termos de mercado hoje e antes da empresa existir mais do que aquando da troca. Para a ENI o raciocínio é idêntico e apenas tem uma ligeira nuance. A mais-valia da ENI aumenta neste negócio.

Então mas quem fica aqui a perder? A tal empresa eléctrica espanhola, que ficou de fora do negócio da EDP Gás. Falo obviamente da Iberdrola e a probabilidade de a queixinha ter sido levantada por Pina Moura, representante da eléctrica espanhola, é elevadíssima...

Escusado será dizer que perante isto o chumbo da Comissão está cada vez mais...

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Publicado por António Duarte 21:50:00  

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