verdade ou consequência...


Marcelo Rebelo se Sousa acha que esta semana foi “desastrosa” em termos de “coordenação política e comunicação”; eu acho que foi desastrosa em termos de governação. O problema nunca está, ou minimamente está, na “comunicação” ou na sua falta. Está sempre mais em saber se se está a governar mal ou bem, com competência ou sem ela, em função do interesse público ou do jogo político e eleitoral. É para mim claro (eu sei que não é para muitos) que há um problema estrutural de competência no governo, competência política e técnica, e que isso as habilidades não resolvem. Podem minimizar, podem enganar, mas não resolvem o fundo. É até provável que, à custa de muito dinheiro para as empresas de relações públicas, de marketing e de publicidade, a “comunicação” melhore. Algum “bom governo” pode ser comprado, embora custe muito caro e dure o tempo da encomenda. Agora o que é chumbo não se muda em ouro lá porque está dentro do cadinho do alquimista que é o poder. Pode brilhar, à custa de muito spin, mas ouro não é.

José Pacheco Pereira

Agora só falta a José Pacheco Pereira, que tem responsabilidades, que parece ter ideias, ser consequente. E sê-lo, significa tão somente deixar de jogar a solo, tal como o Marcelo que critica, percorrer o País, explicar às bases e aos militantes que não tem que se resignar porque Santana Lopes não é o PSD e vice-versa, e como corolário apresentar ao próximo Congresso uma moção de estratégia global alternativa à da actual direção. Ninguém pede a Pacheco que se apresente como alternativa de liderança mas está na altura deste ser consequente se quiser ser levado a sério. E nesta altura ser consequente não significa apenas ter ideias e manifestar discordâncias, significa lutar por uma alternativa credível - no seio do PSD - ao actual estado de coisas... Aguardemos.

Publicado por Manuel 18:04:00  

4 Comments:

  1. Maria Arvore said...
    E será possível tanta lucidez?
    Anónimo said...
    "Aguardemos"?
    Então podes esperar sentado...
    É que o gajo só tem é paleio e prosápia.
    Saíu-lhe o tiro pela culatra e anda ressabiado.
    Não vale um chavo.
    Anónimo said...
    São ódios de estimação. Os dele e os do prof Marcelo. Não há nada a fazer. O ódio, o ódio deles, cega-os de tal forma que destroça completamente as suas indicutíveis capacidades intelectuais e de inteligência. Mesmo que o 1º ministro fosse uma estrela (e não é, de todo), o comportamento destes ilustres comentadores (repito: comentadores e nada mais) seria exactamente o mesmo.
    josé said...
    Pois, será...será. Não sei bem e continuo com as minhas dúvidas, acerca dos motivos dos críticos.
    Não vejo assim uma grande diferença entre Santana e Durão...nem entre estes e um Sócrates, por exemplo. E o Soares, toda a gente sabe que não sabe nada de nada, a não ser ideias gerais sobre as coisas, sendo o maior mito do Portugal democrático.

    Por outro lado, que político português pode mostrar um cv, onde conste uma experiência e uma aprendizagem do que é a política, no regime anterior a 25 de Abril, sendo filho e afilhado de políticos de topo? Quem é que fez uma meritória transição para a democracia, no jornalismo e na política activa, contribuindo para a fundação de um partido e chegando a líder desse partido? Quem fez uma corrida democrática a uma Câmara, precedida de mergulhos no Tejo, sem réstia de populismo? Quem manteve, ao mesmo tempo uma participação activa na vida académica de topo? Quem manteve simultaneamente uma contribuinção líquida na formação da opinião pública, metendo água sempre que é preciso?!
    Quem será? Pois, é o exemplo acabado do ditado popular: quem sabe, faz; quem não sabe, ensina! O professor emérito da TVI!

    A crítica mais contundente que até hoje vi fazer a um governante, foi a afirmação de Hermano José Saraiva de que Cavaco Silva tinha sido, "um pobre diabo"! Reinquirido tempos depois, acerca do mesmo assunto e sabendo-se que o mesmo Cavaco, por despeito, lhe tinha cortado a colecta, corrigiu: "foi um honesto gerente"!

    Esta crítica é que me parece mortal...e a meu ver, com muito que se lhe diga, pois pode muito bem ter acertado na moleirinha.
    O JPP tem muito que escrever até mostrar que sabe do que fala e fala com razão. Por mim, continuo a ler.

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