"Ninguém aprende nada"
terça-feira, setembro 07, 2004
Que o PP manifeste, com pompa e circunstância, o seu enorme regozijo com a decisão do Tribunal Administrativo de Coimbra (TAC) não surpreende ninguém.
De igual modo, não surpreende ninguém que o BE manifeste profunda revolta. Yin e yang...
O que constitui uma grande surpresa é que o PSD (por intermédio da sua vice-presidente, Helena Lopes da Silva) se deixe arrastar pelo seu parceiro de coligação e embarque em manifestações de regozijo político com decisões de foro judicial.
Infelizmente parece que ninguém aprendeu nada com aquilo que se passou com o PS.
O que o PSD está a fazer é politicizar - erradamente - uma decisão judicial.
Mandaria o bom senso político que o PSD mantivesse uma posição de recato e que não comentasse decisões do foro judicial.
Por duas razões. Em primeiro lugar, por uma questão de prudência. A decisão do TAC não é final, o que quer dizer que, teoricamente, depois de "felicitar", o PSD ainda pode vir a "lamentar" uma decisão judicial posterior. Em segundo lugar, por uma questão de separação de águas. Os intervenientes da justiça não têm que comentar decisões de foro político e os actores políticos não têm que tecer comentários sobre decisões judiciais.
As decisões judiciais não são a "favor" ou "contra" o PSD. Helena Lopes da Silva devia saber isto.
Infelizmente, os actores políticos não se sabem manter nos seus lugares e é lamentável que assim seja.
Paulo Gorjão
Publicado por Manuel 22:00:00
3 Comments:
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Depois Paulo Gorjão comete outro erro, miseravelmente arrogante, de tratar o PP como se fosse um porco e o PSD uma Senhora Lavadinha: "O que constitui uma grande surpresa é que o PSD (por intermédio da sua vice-presidente, Helena Lopes da Silva) se deixe arrastar pelo seu parceiro de coligação e embarque em manifestações de regozijo político" e mais à frente:
"Mandaria o bom senso político que o PSD mantivesse uma posição de recato e que não comentasse decisões do foro judicial."
Claro... uma posição de recato... Tão elegante Paulo...
Se a decisão do Tribunal fosse desfavorável não deixava de ser JUSTA. O que a coligação pode dizer que é que a decisão de hoje prova a ideia que tinham de que, pela lei, o barco não poderia entrar em águas portuguesas. Esta é uma decisão favorável. Não é?
Sejamos bem-vindos à actualidade da política mediatizada. Vazia, feita de castelos no ar. Depois deste folhetim, outro virá ocupar espaço na agenda mediática, deixando de fora o que interessa deixar, ou reduzindo o seu espaço a um ínfimo do potencialmente mediatizável.
João