e da 5a dimensão ...
terça-feira, setembro 14, 2004
Lisboa, 15 de Outubro de 2004 - Paulo Portas, líder do CDS/PP, anunciou na Assembleia da República, em conferência de imprensa, depois da aprovação da proposta de Orçamento de Estado para 2005 que o CDS/PP vai deixar a actual coligação governamental alegando não poder em consciência enquanto ainda líder do CDS/PP continuar a suportá-la. Reconhecendo ter cometido muitos erros, e depois de garantir que a sua amizade com Pedro Santana Lopes, com quem terá conversado ao almoço, não foi abalada, Paulo Portas foi frisando sempre que o CDS/PP é um baluarte da estabilidade governativa, assim o ainda ministro da Defesa, garantiu que o CDS/PP viabilizará qualquer governo minoritário que Pedro Santana Lopes venha a apresentar a Jorge Sampaio assim como todas as medidas estruturantes constantes do programa do actual governo e consignadas no Orçamento ora aprovado a apresentar no Parlamento, deixando assim ao Presidente da República o ónus de convocar ou não eleições legislativas antecipadas. Esta decisão de Paulo Portas sendo inesperada acaba por não surpreender, passado que estava mais de um mês de luta surda no seio da coligação, nomeadamente no que diz respeito às grandes questões estratégicas relativas à politica de privatizações, divergências que vieram à superfície em Setembro último com uma desautorização pública de Luis Nobre Guedes por Álvaro Barreto, e que se acentuaram com a menorização de Bagão Félix, crescentemente excluído do núcleo duro do Governo. Este anúncio de Paulo Portas surge a pouco mais de um mês do Congresso Extraordinário do PSD onde Santana Lopes seria fortemente pressionado a concorrer sozinho nas legislativas de 2006, sentimento partilhado por muitos próximos do actual primeiro-ministro. O mais surpreendente porém nas declarações de Paulo Portas, hoje ao final da tarde, é a afirmação de apoio incondicional à candidatura presidencial de Cavaco Silva - "São conhecidas as minhas divergências passadas com o Prof. Cavaco mas neste momento e nas presentes condições ele é o Presidente da República de que Portugal precisa, aquilo que ambos achamos um do outro não se pode sobrepor ao interesse nacional e seria mesquinho que alguns por motivos de mera conveniência inviabilizassem a candidatura do Prof. Anibal Cavaco Silva". Estas declarações de Portas são encaradas como uma crítica velada à forma como Santana Lopes se prepararia para condicionar a candidatura presidencial do ex-primeiro-ministro colocando como condição prévia o apoio claro e inequivoco deste à sua governação e recandidatura. Paulo Portas anunciou ainda a sua retirada da vida política e um regresso às lides académicas, sendo Maria José Nogueira Pinto, tida como próxima do cavaquismo, o nome mais falado nas últimas horas para lhe suceder. No seio do PSD estes acontecimentos apanharam tudo e todos de surpresa pelo que ainda não há reações oficiais embora nos bastidores as movimentações sejam vastas. Na oposição a reacção é unânime apelo ao PR para que convoque eleições antecipadas, destoando apenas Manuel Monteiro que criticando violentamente Portas se mostrou"disponível para colaborar com o PSD de forma a evitar maiorias de esquerda" (sic).
Agência Lusa
Publicado por Manuel 23:47:00
5 Comments:
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sabes o que é ironia?
é apenas uma previsão... um sonho de milhões de portugueses (eu incluido)...
PORTAS-avião ao fundo!!