A Companhia do Bem.


  • 1. O número 81 é o quadrado de 9, que, por sua vez, é o quadrado de 3, número perfeito e de alto valor místico para todas as antigas civilizações: três eram os filhos de Noé (Gênese, 6-10), três os varões que apareceram a Abraão (Gênese, 18-2), três os dias de jejum dos judeus desterrados (Esther, 4-6), três as negações de Pedro (Matheus, 26-34), três as virtudes teologais (I Coríntios, 13-13). Além disso, as tríades divinas sempre existiram em todas as religiões: Shamash, Sin e Ishtar, dos sumerianos; Osiris, Ísis e Hórus, dos antigos egípcios; Brahma, Vishnu e Siva, dos hindus; Yang, Ying e Tao, do taoismo, etc., além da Trindade cristã.
  • 2. O número 40 (quarenta nós de cada lado, abstraindo-se o nó central) é o número simbólico da penitência e da expectativa: quarenta foram os dias que durou o dilúvio (Gênese, 7-4), quarenta dias passou Moisés no monte Horeb, no Sinai (Êxodo, 34-28), quarenta dias durou o jejum de Jesus (Matheus, 4-2), quarenta dias Jesus esteve na Terra, depois da ressurreição (Atos dos Apóstolos, 1-3).
  • 3. O nó central representa o número um, a unidade indivisível, o símbolo de Deus, princípio e fundamento do Universo; o número um, desta maneira, é considerado um número sagrado.

    Esotericamente, a Corda de 81 Nós simboliza a união fraternal e espiritual, que deve existir entre todos os maçons do mundo; representa, também, a comunhão de idéias e de objetivos da Maçonaria, os quais, evidentemente, devem ser os mesmos, em qualquer parte do planeta.


A Maçonaria, enquanto agremiação, secreta ou discreta, de indivíduos, está na ordem do dia. Por causa de nós - que somos mais de 81.

O extraordinário acontecimento na Estrela, ainda que o tenha sido numa simples capela mortuária, ocorreu num templo cristão; não foi no templo pagão, como podia e devia ter sido, até por eventual desejo do falecido - e isso obriga-nos a olhar para , para dentro do Templo.

O Ideal maçónico de “ trilhar os caminhos da virtude e lutar incessantemente contra os vícios de cada um”, identifica-se com o ideal que se transmite numa qualquer homilia de Domingo, numa qualquer igreja do Portugal profundo ou do litoral.

Por causa desse “caminho do Bem” e da senda que o suporta, houve alguns ilustres prelados da Igreja que foram maçons; como houve escritores, cientistas e ...políticos. Entre nós, de Alexandre Herculano a Vitorino Nemésio, passado por Camilo e Eça, muitos percorreram as veredas da sabedoria que dá poder e estabilidade. Lá fora, Napoleão fê-lo a cavalo; Henry Ford preferiu percorre-lo de carro e actualmente, Bush pai e Clinton, de avião, sendo certo que pelo pé de Neil Armstrong, chegou à lua!

Porém, nem todo o maçon é um iniciado. Haverá muito maçon que da inicação reterá o ritual, sabendo trocar santos e senhas mas sobejando-lhe o resto, porque assim como a fé não é para todos, assim a espiritualidade fica à porta de quem a não abre.

Esta iniciação, segundo alguns entendidos,

poderá ser alcançada por toda pessoa que siga o que preceituam os livros sagrados, porque dentro deles está o segredo da iniciação e o o meio de transformar o homem matéria no homem espírito; o grande segredo e estudá-los e praticá-los de uma forma inteligente, investigativa, esclarecedora, sem os prejuízos do fanatismo.

Segundo alguma vulgata, a Maçonaria ...

é uma associação livre de pessoas independentes, as quais não dependem senão da sua consciência e se empenham em pôr em prática um ideal de paz, de amor, de fraternidade para todos.

Para além disso,

como se trata de uma associação discreta, só são divulgados os nomes de maçons já falecidos, ou de actuais maçons se isso for da sua vontade. Nenhum Irmão divulgará o nome de outro porque a isso se comprometeu por juramento. Não é portanto fácil identificar um “maçom” que o não deseje, mas, caro leitor, em face do acima exposto, se encontrar uma pessoa tolerante, fraterna, amante da sua pátria, sempre disponível para ajudar e proteger os outros mesmo com prejuízo pessoal, amante do seu trabalho, respeitador das crenças e opiniões dos outros, então possivelmente estará na presença de um “maçom".

Agora atentemos neste pequeno texto, doutra agremiação, em contraste com aquele mais esotérico e que é o epigrafado no início...

“Como se explica esta oração confiante, esta certeza de que não perecemos na batalha? É um convencimento que parte de uma realidade que nunca me cansarei de admirar: a nossa filiação divina. O Senhor, que nesta Quaresma pede a nossa conversão, não é um dominador tirânico nem um juiz rígido e implacável; é o nosso Pai. Fala-nos dos nossos pecados, dos nossos erros, da nossa falta de generosidade, mas é para livrar-nos deles e para prometer a sua amizade e o seu amor. A consciência da nossa filiação divina dá alegria à nossa conversão; diz-nos que estamos a voltar à casa do Pai. A filiação divina é o fundamento do espírito do Opus Dei. Todos os homens são filhos de Deus

Há assim, uma outra obra de beneméritos da sociedade em geral e que concorre com aquela - a Opus Dei, fundada em Madrid no dia 2 de Outubro de 1928 por Josemaría Escrivá de Balaguer, tornado santo em 2002!

E tem como princípios fundamentais e orientadores estes...

A missão do Opus Dei é a de promover entre os fiéis cristãos de qualquer condição uma vida plenamente coerente com a fé no meio do mundo e contribuir deste modo para a evangelização de todos os ambientes da sociedade. Por outras palavras, difundir a mensagem de que todos os baptizados estão chamados a procurar a santidade e a dar a conhecer o Evangelho, tal como o recordou o Concílio Vaticano II (cfr. Constituição Lumen Gentium, nº 32 e 33)

Com o fim de alcançar este objectivo, a prelatura do Opus Dei faculta meios de formação espiritual e atendimento pastoral, em primeiro lugar aos seus próprios fiéis, mas também a muitas outras pessoas, "cada uma no seu próprio estado, profissão e condição de vida" (Estatutos do Opus Dei, art. 2.1). Através desta atenção pastoral estimulam-se as pessoas a levar à prática os ensinamentos do Evangelho, mediante o exercício das virtudes cristãs e a santificação do trabalho profissional (cfr. Estatutos, art. 2).

Santificar o trabalho significa para os fiéis da prelatura: trabalhar com a maior perfeição possível; fazer esse trabalho respeitando sempre e plenamente as leis e segundo as exigências éticas; procurar a união com Deus nessa tarefa; actuar com o desejo de servir os próprios concidadãos e de contribuir para o progresso da sociedade (Estatutos, art. 86.1).

As diferenças de princípio são de monta. O baptismo e a iniciação não são bem a mesma coisa. A graça e o aperfeiçoamento espiritual não se identificam.

Daí que as lojas sejam separadas à nascença e dificilmente se compatibilizaria uma pertença simultânea, em bloco central. A não ser que interesses mais altos e mais prosaicos se alevantem...

Escrito isto, acrescenta-se que nada se tem a opor ou apontar, enquanto tais, aos ilustres membros das confrarias e companhias de aprendizes e mestres, enquanto obreiros dos caminhos do Bem!

Porém, essa tolerância de princípio, não impedirá que um profano se interrogue sobre os mistérios da fé...

A Maçonaria e a Opus Dei, enquanto grupo organizado de indivíduos que buscam o aperfeiçoamento espiritual e o “caminho do Bem”, merecem toda a simpatia.

A vinculação a princípios e valores dignos e de distinção é atributo que só pode enobrecer o Homem.
Mas... para além desses valores que se apregoam como doutrina e se mostram como cartão de identidade, as outras virtudes serão dados adquiridos?

Por exemplo, a Honra? Será que todos os secretamente agremiados praticam a virtude de serem sempre verdadeiros aos seus valores interiores? As palavras que usam e os princípios que apregoam, não serão, muitas vezes, apenas palavras sem sentido?

Tirando estes considerandos sustenidos, baixemos um tom e passemos aos bemóis de todos os nós, através de questões que julgo pertinentes

Por que razão secreta, maçons integrados nas mais altas funções do Estado em número demasiado e significativo?! Será para se aperfeiçoarem nos caminhos do Bem, sendo tais veredas consabidamente perigosas, espinhosas e de difícil acesso, particularmente nos píncaros ou até nas alamedas ?

Por que razão secreta, procuram os maçons a integração plena nos órgãos de soberania, particularmente nos Tribunais e seus órgãos de gestão? Será porque aí se pratica a Justiça em toda a sua plenitude e por isso, o caminho do Bem, tem aí apeadeiro?

Por que razão secreta, há maçons que se integram muito bem e em grande número em empresas públicas e semi-públicas, particularmente na administração? Será porque aí se congregam outros irmãos de desígnio comum e interesse espiritual elevado?

Por que razão secreta, procuram os maçons a infiltração em polícias e outros órgãos de poder administrativo? Será porque aí terão oportunidade de pôr à prova as suas qualidades de reunir Homens Bons na senda do Bem?

A estas perguntas profanas haverá quem se oponha e rasgue vestes de despeito. Que não! Que é tudo coincidência e que ainda assim, não são tantos os maçons que por aí se educam espiritualmente! Pois, mesmo que tenham alguma razão, só uma resposta cabal poderiam dar : demonstrar o infundado destas perguntas!

Mostrar que os maçons não se interessam, enquanto tal, pelos interesses materiais, mas apenas espirituais. E principalmente, mostrar que os valores da fraternidade e solidariedade traduzidos em estar-se sempre disponível para ajudar e proteger os outros, não se confunde com o nepotismo e o amiguismo.

Torna-se muito difícil, a um profano, entender e aceitar de bom grado uma associação secreta, ou pelo menos discreta, com interesses manifestos nas várias áreas de poder e que só admite no seu seiopessoas livres e de bons costumes, gente da mais perfeita reputação e honra, que se comprometem a pôr em prática um ideal de paz e uma prática de fraternidade para todos”. Já vimos que sobre a Honra muito há a dizer...e sobre o resto ainda haveria mais.

Para além dessa reserva de princípio, a sociedade portuguesa instituiu um regime democrático, em 25 de Abril de 1974. A democracia, parece-me bem, não se compadece com associações secretas cujos membros se cooptam entre si, uma vez instalados em centros de poder, nos lugares de chefia e poder. Quem não concordar com esta afirmação que a desminta! Diga que não é assim, e ficaremos mais tranquilos... se me convencerem.

O princípio aqui nem é muito rebuscado, já que tem sido apregoado frequentemente: é o da Transparência Democrática! Como é possível respeitar esse princípio se houver trocas de informações , nas sedes das lojas, sobre projectos importantes de governo, antes das aprovação dos mesmos, como aconteceu em caso recente, divulgado abertamente pelo masson António Arnaut?!

Essas lojas não podem funcionar como qualquer instituição democrática, sindicato ou ou associação para-profissional, pela simples razão que é secreta na sua composição; secretos os seus membros e secretas as suas reuniões! Podem lá estar governantes, deputados, juizes, gestores, etc.. que o povo a quem se destinam as leis, de nada sabe - e de um assunto que lhe diz directamente respeito.
Nem sabe sequer o peso da decisão que sobre essas leis embrionárias ou decisões de governo, terá o voto dos membros da Loja respectiva.

Sendo óbvio o interesse da maçonaria em ter Irmãos em postos de poder, também deveria saber-se quem são, como se sabe qual a filiação partidária.

Para além dessa entorse democrática, ainda há o problema sério da solidariedade activa e da fraternidade entre irmãos e que os obriga à interajuda. Esta questão que pode muito bem ser despicienda no caso de mações governantes, não o é de todo, no caso de mações juizes!

Um juiz, na sua particular função de julgador, corresponde a um órgão de soberania, per se! A independência e a imparcialidade que deverá ter e ataviar-se sempre interna e externamente, não se contemporiza inteiramente com as fidelidades e princípios maçónicos. Isso, parece-me bem, contenderá necessariamente com a Honra profana e o dever de obediência a consciência e à verdade que resulta da aplicação da lei..

Porém, tal obstáculo de consciência não tem impedido, não só de alguns juizes vestirem o avental da ordem, mas principalmente de o ocultarem, como é de preceito, por baixo da beca.

Assim, a pergunta que se impõe a estes juizes é :

perante um irmão que tenham de julgar e eventualmente condenar numa pena de prisão, seguem a sua consciência, obedecendo ao código de Honra como Homens, ou confundem este código com os valores da maçonaria?! Serão verdeiramente capazes da independência e imparcialidade no julgar, mesmo contra os valores da fraternidade e da ajuda mútua?! Se em casos de crimes graves e reconhecidos como tal, pela própria maçonaria, não se colocam problemas de maior, há um certo tipo de infracções que se relativizam na consciência colectiva: geralmente crimes de colarinho branco. E o problema coloca-se com maior acuidade, nos casos em que se politizam as decisões, por neles estarem envolvidos directamente, políticos e pessoas com poder mediático ou de grande influência na sociedade.

A única forma de obviar a este problema que assume foros de algum escândalo contido, na sociedade portuguesa, está na exposição pública dos interesses dos Irmãos.

Os membros da maçonaria, se querem apenas o aperfeiçoamento espiritual, nada devem temer por essa exposição.

Mas ainda assim, se preferirem em geral resguardar esse atavismo, perpetuando-o a contento, ao menos aconselhem os membros das lojas que ocupam cargos de poder público que o declarem, como fazem aos seus interesses mais temporais. Deveria ser obrigatório que todo o membro da Maçonaria ou da Opus dei, antes de assumir um cargo público, fizesse uma declaração de interesses que incluisse essa filiação!

A continuidade do actual estado de coisas, do secretismo acerbado e agravado pela pequenez do bolo nacional, faz irrmediavelmente pensar em desmandos que já ocorreram noutros lados e por isso não são de arredar como possibilidade.

O que aconteceu em Itália, nos anos setenta, com a loja maçónica P2 e por cá, como o caso da Universidade Moderna, deveria fazer reflectir alguns poderes públicos e a opinião pública em geral.

Tal como acontece com a Grande Loja da Inglaterra, precisamente na sequência de desmandos da maçonaria, seria muito interessante que em Portugal, os mações também, “On enquiry for acceptable reasons, Freemasons are free and will be proud to acknowledge their own membership.”

Exige-se, em Portugal, tal como na Inglaterra, um registo de interesses maçónicos. E da Opus Dei, igualmente!

Alguém poderá desatar os nós?! Nós queremos!

Publicado por josé 22:39:00  

37 Comments:

  1. Anónimo said...
    Pensava que era na construção civil que se encontravam mais pedreiros-livres, estilo independente a recibo verde!!

    Agora a sério:
    Quão longe ainda está a sociedade em rede, onde cada um pode desempenhar diferentes papeis sociais não determinados pela sua origem e condição social, qualificação e mérito profissionais, convicções filosófico-político-ideológicas, referentes culturais.

    Afinal estas organizações são típicas da ordem social da Revolução Industrial, modelo piramidal que garantia a posse e a reprodução do Saber e do Poder pelos grupos sociais dominantes.
    Será que Mozart aderiria à Irmandade nos nossos dias?
    Será que os fundadores do Google são obreiros de Deus?
    Afinal tanto se questiona a incapacidade do Islão em integrar a Modernidade(ocidental, está visto) e andamos nós a querer uma sociedade aberta,sem esquecer os avisos de K.Popper,e andam por aí uns homens(e as mulheres? É só para cozinha e cama?) que se acham no direito de receber mais LUZ que os outros.
    Deve ser por receberem tanta luz, que depois não reflectem(no duplo sentido) nenhuma: Absorvem tudo, absorvem tudo...

    Maria da Font II
    Anónimo said...
    Excelente! É o que eu digo... mais uns quinze anitos no “lombo” e o nosso amigo José vai a sábio.... eheheh ,já se notam os sintomas “;O))

    Agora a sério, na mouche! E aqui fica um link com uma prendinha. http://panotea.no.sapo.pt/beijo-dos-templarios.gif

    É só uma gravura do século XVIII com um ritual de iniciação de uma menina... era assim, pois, que a história maçónica começou por ter ligações aos cultos ao mafarrico. Era o beijo satânico. A alma vinha depois “;O)

    Mas os rituais das meninas eram muito mais completos. Aqui há tempos falei disso ao Manuel... se encontrar uma gravura dessas mostro-lhes.

    P.S é verdade, vejam o mail...
    Anónimo said...
    ups! esqueci-me de assinar:
    Melusine
    Anónimo said...
    Parabéns pelo post. É escrito por quem sabe do que fala e sabe escrever. Uma categoria. Força!
    Só queria aditar, mas honestamente pedindo vénia ao confrade, o seguinte: é que o poder em Portugal, segundo me contou um jurista que passou pelos serviços de apoio de um Conselho de Ministros -- e manter-se-á, crê-se-- os altos cargos de poder político são exercidos em percentagem: entre Maçonaria,Ópus Dei,Ordem de Advogados entre outros, X % a cada!
    E isto vinha numa conversa em que um Advogado meu amigo, que não se identifica com a Bastonaria, me fizia: "...convence-te, disto: quem governa é a maçonaria e a ópus dei.E ponto final.".
    Tenho dúvidas que os são valores teóricos da maçonaria, da bastonaria e da ópus dei, no poder, cultivem e apliquem tais valores. Soa-me a $$$$$!
    Parabéns. Fiquei mais ilustrado.
    Rui MCB said...
    Um ponto alto da Grande Loja sem dúvida!
    Anónimo said...
    Para destoar do unanimismo dominante por aqui, ficaram-me do texto algumas interroga��es, das quais acho mais pertinente a seguinte: qual o suporte constitucional de tal registo de interesses?

    JSNovo, http://ecosdaprovincia.weblog.com.pt
    Anónimo said...
    Embora subscrevendo quase todas as opiniões deste brilhante texto não resisto a uma pequena provocação. Será que a Maçonaria e a Opus Dei, a terem a suposta influência que se apregoa, não terão infiltrado todos os sectores da sociedade e não só alguns? Por exemplo, não existirão membros da Opus Dei e da Maçonaria na Procuradoria Geral da República e no Ministério Público? Quando um mação agente do Ministério Público tem que investigar um crime supostamente praticado por um irmão manterá a mesma independência de espírito no seu trabalho? Existem áreas do Estado imunes à penetração de membros de sociedades secretas/discretas? Em caso afirmativo seria bom divulgar a vacina que tomaram e distribuí-la de forma generalizada. O país agradeceria.
    Anónimo said...
    Meus caros, pensem numa coisa: assim como há o direito, num Estado de Direito Democrático*, à transparência de actuações, assim como há liberdade de expressão*, liberdade de reunião e associação*, etc., etc., também há o direito à intimidade e ao segredo.
    As sociedades em que não existe o direito à intimidade e ao segredo são as sociedades autoritárias e repressivas (big brother is watching you...). Talvez não seja coincidência que os Estados que perseguiram a Maçonaria foram a Alemanha Nazi, a Itália Fascista, a França ocupada, a Espanha Franquista, o Estado Novo, a URSS, e os Estados que hoje a perseguem são a Coreia do Norte, o Irão...
    Há maçons em altos cargos da Nação? Óptimo, mas... e daí? A condição maçónica, individual e íntima, assenta na obrigação do cumprimento das Leis da Nação antes de quaisquer outras.
    Bem sei que a comparação é grosseira, mas... não há também muitos benfiquistas no Governo? E sócios do ACP?
    Meus senhores, o direito ao segredo (apesar de não constar da Declaração Universal dos Direitos Humanos*) é um direito fundamental. A própria democracia assenta nele (como por exemplo, o voto), e a perseguição movida por alguns -decerto bem intencionados- arautos da transparência, serve apenas o interesse daqueles que querem ter acesso completo às consciências dos outros, de quem anseia por um big brother que tudo saiba, que tudo veja...
    (* conquistas da Maçonaria)
    Anónimo said...
    Parabéns pelo seu artigo, o qual peca apenas pela excessiva benevolência com que é tratada a Maçonaria em geral e o GOL em particular.
    O facto principal a reter da recente celebração de rituais satãnicos na Basílica da Estrela é o facto desta autêntica associação de malfeitores ter conseguido infiltrar-se até na Igreja Católica.
    E o mais chocante ainda é o facto da celebração desses rituais ter sido permitida precisamente ao GOL, que não representa a maçonaria regular, admitindo ateus e agnósticos no seu seio, e cujo historial (e presente) de perseguição à Igreja Católica é enorme.
    Anónimo said...
    A ‘tentativa de secularizar a ideia de nos unirmos a Deus’

    Não desejo nem poderia desmentir o esclarecido e oportuno autor deste artigo quando refere que ‘a democracia não se compadece com associações secretas cujos membros se cooptam entre si, uma vez instalados em centros de poder, nos lugares de chefia e poder’, porque experimentei as consequências da vilanagem de que alguns maçons (e alguns apaniguados de outras crenças) são capazes quando a sua volúpia e ambição se choca com os ideais de fraternidade e ajuda mútua (que, tanto quanto tenho verificado, utilizam apenas entre eles).

    Para aligeirar um pouco o nó e a propósito dos ideais de democracia, fraternidade e solidariedade, citarei Rorty *, que me convence quando diz:

    ‘A maneira filosófica tradicional de explicar aquilo que entendemos por ‘solidariedade humana’ é dizer que há algo dentro de cada um de nós – a nossa humanidade essencial – que ressoa com a presença dessa mesma coisa noutros seres humanos. (...) temos uma obrigação moral de sentirmos um sentido de solidariedade para com todos os outros seres humanos (...); ‘Resumindo, pretendo distinguir a solidariedade humana enquanto identificação com a ‘humanidade enquanto tal’ e enquanto dúvida própria que, gradualmente, ao longo dos últimos séculos, foi sendo inculcada nos habitantes dos Estados democráticos (...) A identificação parece-me impossível – parece-me uma invenção de filósofos, uma estranha tentativa de secularizar a ideia de nos unirmos a Deus’.
    * Rorty, Richard (1989), ‘Contingência, Ironia e Solidariedade’, Presença, 1994, pp 235-246

    MJ
    Luís Bonifácio said...
    Diz o Manuel:
    "Serão verdeiramente capazes da independência e imparcialidade no julgar, mesmo contra os valores da fraternidade e da ajuda mútua?! "

    Resposta:

    Evidentemente NÃO.

    Caro Manuel hoje envio-lhe, via mail um documento no qual está explicada a resposta.
    josé said...
    Tânia:

    Obrigado pela referência amável. Quanto a publicar o escrito, help yourself. "Copy Paste" como bem entender.

    Já escrevi noutra altura que o que escrevo dificilmente será original porque já outros, antes de mim, o disseram e escreveram- e até melhor,se calhar.
    Isto não é falsa modéstia. É apenas a consciência de que me limito a reproduzir ideias alheias, com as palavras que existem. É este, para mim, o melhor conceito de palimpsesto que conheço. Sem querer entrar em pedantismos ( já entrei...) é este conceito algo borgesiano que me agrada: poder escrever sobre coisas que já foram ditas e escritas por outros. É por essa razão que admiro Umberto Eco, cada vez mais. A única originalidade, talvez esteja no modo de tratar as palavras- e aqui, onde me esforço, falho, por vezes. Daí, ser-me muito difícil um qualquer deslumbre por causa de um escrito e não me levar muito a sério. A sério!

    É também por essa razão que prefiro, se entender publicar algo, ser anónimo. Um josé anónimo, voilà! Só dessa forma deverá ser publicado, pois assim o foi aqui.
    Além disso, o texto tem um ou outro errito( maçon, maçom, masson e mação... ).

    Se alguma coisa pretendi com este texto, foi suscitar discussão sobre o assunto. E vejo, pelo alto nível dos comentários que assim sucedeu. Obrigado, a todos que deram atenção. É isso que se torna estimulante também, mesmo sabendo que escrevo sobre outros escritos e em diletância. O texto do Eco que aqui foi publicado, é também um grande eco deste conceito.
    Carlos Rodrigues Lima said...
    Aqui entricheirado em Castelo de Vide, na Universidade de Verão do PSD, li um dos melhores textos sobre a maçonaria. Parabéns senhor José
    Anónimo said...
    Boa prancha, para fazer reflectir, dentro e fora, dos Templos, profanos ou outros.

    O problema são as várias dimensões dentro da fraternidade na procura da luz.

    E a Verdade? O que é a Verdade?

    Só aquilo que a uns é dado ver e, a outros, é dado compreender.

    E dentro da Verdade, quais os verdadeiros iniciados e os que servem de capa, como massas?

    É que há vários iniciados e vários graus. E dentro destes, quais os que se julgam Eleitos?

    Talvez buscando dentro de si o caminho da Idade do Ouro.

    Será suficiente?

    Boa interpretação. Cada qual os seus sonhos.
    Anónimo said...
    eu entendo o José... e o texto vale por si. Porque não publicá-lo ocm um pseudónimo? Até ficaria em boa companhia ";O)

    Não é I San, ó chabalo? o nosso josé ainda vai vai a sábio ";O))

    Melusine

    P.S. não faças barulho e consulta o mail...
    Carlos Rodrigues Lima said...
    A relutância do José em publicar no papel faz-me lembrar o Frei Luís de Sousa: «Romeiro quem és? Ninguém»
    Anónimo said...
    Isso é malta da "pesada", ó José. Aconselho-te a que leias (se é que já não leste) o que o Fernando Pessoa diz sobre o assunto.

    Dragão
    Anónimo said...
    Ó Dragão, não é por nada mas esses neo-sebastianismos esotéricos do Pessoa são do menos interessante que escreveu...

    (c'est moi.. )
    josé said...
    Dragão:

    F. Pessoa escreveu: "eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho de minha altura".

    Por mim, acho que nunca chegarei muito alto. Tenho vertigens.
    Mas, já que falamos nisto:
    No início de Dezembro de 1973, a Bertrand remeteu-me, à cobrança, Le matin des magiciens, de L.Pawels et Jacques Bergier, numa edição de bolso da Folio, com uma magnífica capa desenhada por Gourmelin. Ainda guardo a factura, datada de 7.12.1973.
    A págs. 595, Bergier fala do Aleph de J.L.Borges, um conto sobre um ponto. E fala de Teilhard de Chardin e do Omega.
    Como não ficar fascinado, em plena adolescência?!

    Desta realidade fantástica, passei os olhos nalgumas fantasias, e devo confessar que continuo fascinado com certas coisas. Por exemplo, o discurso sobre o Mal.O verdadeiro Mal. Ou a santidade; ou o génio. COisas raras, todas elas.
    Mas...quem é que se interessa por isto?!

    Fernando Pessoa, correspondeu-se e encontrou-se em Portugal, em Cascais, na BOca do Inferno com um "mago" inglês, Aleister Crowley.
    Chegado aqui, tenho vertigens. Mesmo depois de ler o romance de Umberto Eco, O Pêndulo de Foucault, um ensaio sobre a fantasia esotérica...
    zazie said...
    Ó José, eu como fantasia adoro essas coisas. Isso e X files na maior. Inserido na história e até na iconografia artística é do mais curioso. Agora levar para o campo da grande revelação, da sabedoria, ou da crença de um novo Quinto Império, passo...
    é daquelas coisas que dá para tudo. Até para ver chaves na planta da Batalha... e claro, uma chave tem uma circulo e um rectângulo, como tinham todos os conventos com capelas funerárias anexas ehehe Encontra-se chaves em tudo, o que é preciso é querer “:O)))

    P.S. por falar nisso, acho que vou mandar mais umas macacadas dessas para a Janela. Agora com os rituais satânicos ":OP
    P.S.2- viu o reizinho do Primeiro de Janeiro no Abrupto?
    Anónimo said...
    Aconselhado a vir a este blog para "ouvir" o que nele está escrito sobre maçonaria, não resisti ao seguinte comentário: para quem passou durante muitos anos pela moçonaria (embora já não lhe pertença)e conhece a sua história, depois de ler o post do José fica com um sentimento de (pelo menos) desconforto. O Post enfia no mesmo saco a Rosa Cruz, a maçonaria regular, a irregular e outras tradições secretas ligadas ao simbolismo esotérico, como é próprio de alguma literatura (tipo brasileira) que fala de coisas que não conhece. Não há no GOL maçons sem iniciação. O funcionamento das lojas tem duas componentes: uma de ritual e outra de debate (as pranchas). A mistica da maçonaria é, de facto, a construção de uma cidade mais justa e mais humana. Naturalmente, como em qualquer outra organização há gente oportunista, mas essa não é a razão de ser da maçonaria, como dos partidos ou de outras organizações. A maçonaria é, na sua génese, uma utopia: uma escola de disciplina mental e de defesa dos ideias da liberdade, da fraternidade e da igualdade. O problema do secretismo é recorrente nos próprios debates maçónicos. No último "forum" maçónico, realizado na Universidade Católica, isso veio a debate. Já Fernando Pessoa, num belissimo texto que está publicado, colocava esta questão e defendia o discretismo. O mesmo fez Norton de Matos. O general Silva Dias, num trabalho sobre "os primórdios da maçonaria em Portugal (4 volumes) trata este tema.A qestão como é posta por José parece-me, com todo o respeito, simplista e tendenciosa, mas não quero entrar em polémica. Fala-se da maçonaria exagerando questões que são marginais. A maçonaria que eu conheço (GOL) está, hoje, em profunda crise e tem um grão-mestre que pouco sabe da sua história. Esta maçonaria nada tem a ver com a loja p2, com a mçonaria que esteve associada ao caso moderna, nem com a Rosa Cruz. COnvém separar àguas para não ser injusto.
    zazie said...
    Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
    zazie said...
    Caro Anónimo, não foi o José que colocou tudo no mesmo saco e nem tem nada a ver com brasileirices essa mistura.
    A maçonaria descende, de facto, de uma série de seitas heréticas como os cátaros, por exemplo e deriva delas e de tradições alquímicas com variações nos Templários e Rosa- Cruz. Que hoje em dia isso esteja esquecido é uma coisa, agora que é falso é outra. Por acaso até ando superficialmente com o tema por outros motivos (neste caso iconográficos e, não se assuste se vir coisas mais escandalosas um dias destes no “Janela”.
    Houve ramificações diversas assim como a Maçonaria moderna não é a mesma da Idade Média ou da época das Luzes, mas os ritos têm um fundo comum e a própria espiritualidade idem.
    Quanto à defesa do hermetismo feita pelo Pessoa inseria-se em crenças de Quintos Impérios e na ideia de recuperação da “alma Pátria” que ele ambicionava, com muita fantasia à mistura. É por via desse novo sebastianismo que defende a maçonaria.
    Mas a questão política que o José colocou é mais pragmática. A saber: entre tantas exigências que são feitas para que alguém se torne juiz, não deveria também ser-lhe exigido não pertencer a uma ordem Secreta que o obriga a actos de solidariedade com os membros, que estão para além da exigência de imparcialidade num sistema em que a lei é igual para todos?
    A questão é esta. Não é outra. E não deriva de liberdade de secretismo que qualquer pessoa pode ter. Ser-se juiz também não é uma profissão igual a qualquer outra. Por isso tem exigências no acesso à carreira, já de si diferentes.
    Manuel said...
    Ao anónimo das 2.49.

    As organizações também são fruto das suas circunstâncias. O que esté em causa não é a razão última de ser da Maçonaria, nunca foi. O que está em causa são mesmo as tais questões que considera marginais.

    Em Portugal Maçonaria é sinónimo do GOL e vice-versa.

    Diz V. que a a maçonaria que conheçe/conhecia (GOL) está, hoje, em profunda crise e tem um grão-mestre que pouco sabe da sua história. Que "essa" maçonaria nada tem a ver com a loja p2, com a maçonaria que esteve associada ao caso moderna, nem com a Rosa Cruz. Que convém separar àguas para não ser injusto.

    Pois talvez convenha, mas você parece ter abandonado a maçonaria há mesmo muito tempo, porque se estivesse um pouco mais actualizado saberia que o "grande" mérito do actual grão-mestre do GOL foi mesmo e de arrasar com a concorrência; Toda a gente que conta para o totobola e que estava ligada à Casa do Sino (regular) está hoje no GOL - um exemplo público é o de Rui Gomes da Silva, ministro.

    Ninguém por estas bandas põe em causa genericamente a bondade e a boa fé de muitos maçons, mas o que parece é - e o que parece é que a maçonaria é presentemente e em Portugal um projecto de poder - puro e duro. V. diz que "saiu" e que a maçonaria está em profunda crise. Valoriza contudo o plano dos princípios. Eu valorizo os factos, e os factos é que nunca houve tanto "iniciado" e em tanto sítio como hoje.

    Se calhar até estamos de acordo...
    Manuel said...
    Zazie,

    Em nome do rigor meter cátaros e maçonaria no mesmo saco, ainda que num passado distante, é um "bocadinho" (simplista) demais. Lições de História condensada (tipo Leite em pó) normalmente dão muito maus resultados.

    N.A. No caso de você ser afinal um heterónimo do Dan Brown (o autor d' O Código Da Vinci) está desculpada e é um prazer tê-la a comentar por cá pesem a imprecisões... ;)
    zazie said...
    eu detalhes da maçonaria portuguesa não conheço. Conheço apenas e até muito por acaso algumas pessoas que fazem parte e trabalhos e financiamentos curiosíssimos, como, por exemplo, a abertura de campas e exumação de cadáveres em busca das famosas barbas do D. João de Castro . Isto parece ficção e dá vontade de rir, como me deu mas é verdade ehehe e dinheiro que para isto não falta, falta em muito para quem deseje preservar pergaminhos ao abandono e livros de horas a deteriorem-se... mas se é trabalho laico e sem irmandade não se chega lá...

    São lobbys e bem poderosos. Tal como o é a Opus Dei. E esta também é capaz de investir num jovem promissor, pagar-lhe os estudos, dar-lhe todo o tipo de financiamentos, a troco de o infiltrar em qualquer sistema de poder. E, por vezes, até em lugares muito mais simples e bem mais académicos...
    zazie said...
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    zazie said...
    quanto às iniciações a magote também lhes acho muita piada. Aquilo até já é familiar, vai o pai, o filho, a mãe, a cunhada, o clã todo. Quanto a seriedade de buscas de saber tmbém tenho as minhas dúvidas. Alguns são boys e mulheres dos boys do partido todos meio anlafabetos ":O)))
    zazie said...
    Ó Manel, tu lá sabes. Tu não me conheces de lado nenhum mas cheira-te logo a história condensada. Tu sabes mais que os historiadores.
    Dou-te só um nome: Jean Bricheteau

    Já agora, como tu topas logo a minha analfabetice no asusnto, diz-me lá onde fizeste tu o mestrado ou o doutoramento para eu consultar a tese.
    zazie said...
    Mas dou-te mais dois: o abade Pérau e Georges Lizerand
    zazie said...
    Mas se achares que estes também são fontes de história condensada, como o leite em pó, olha que aqui a analfabeta da zazie agradecia que lhe recomendasses bibliografia credível. Está certo, grão mestre Manel?
    Manuel said...
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    Manuel said...
    Zazie,

    Da mesma forma que a iniciação na Irmandade x, y ou z não faz de fulano ou beltrano automaticamente um Homem Bom, os títulos que se sacam as vezes também só valem o que valem...

    De qualquer modo delego no nosso comentador anónimo ex-maçon esclarecimentos adicionais. Estou de fim de semana e não me apetece dissertar sobre cátaros, Nag Hammadi e assuntos conexos...
    Manuel said...
    há ums súbtil mas não trivial diferença entre as obras de A, B ou C em abstracto e resumos unilineos das mesmas... Eu critiquei o hiper-simplismo, mas o problema parece ser outro, de hiper-sensibilidade ;)
    zazie said...
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    zazie said...
    Já agora, como não queres indicar a tua tese mas falaste nos resumos unilíneos que supostamente eu li, indica-me lá um do abade de Pérau que nem sabes o jeitão que me fazia. Com os bonecos e tudo. Acredita, meu...
    zazie said...
    Manuel, tu não criticaste nenhum hiper simplismo. Para criticares o que quer que fosse precisavas de saber do que se estava a falar. Tu não sabes do que eu estava a falar. Se soubesses até tinhas comentado os autores que te indiquei. Eu estava a falar de ritos antigos em comum. E sim, os ritos dos cátaros tinham algo em comum com os pedreiros medievais por via da ligação entre profissões. A tecelagem implicava também uma série de conhecimentos esotéricos e de alquimia. As tinturas e as proporções da construção do templo, por exemplo levam a estes profissionais adiram a cultos do “grande criador.” A Grande Obra não é criada por Deus, Deus não necessita de poderes terrenos para construir. Este dom associa-se ao Demónio. Não são os cátaros que são tecelões mas o inverso é verdade. Os tecelões aderiram à seita dos cátaros. A continuação destas ligações mais ou menos esotéricas até é possível de encontrar na simples nomenclatura dos bairros parisienses.
    Mas até nem foi por isto que falei no assunto. Falei apenas por ligação da tradição das siglas, simbologias e ritos que se podem detectar em gárgulas ou meras inscrições e adereços. Dou-te o exemplo dessas misturas no caso da iconografia da construção: o esquadro e o compasso, acompanhado da imagem do construtor e também da figura do demónio. Encontras isso na ermida da Encarnação do Funchal, e depois na Sé, e também encontras uma série de ligações entre estes símbolos e a obra demoníaca, seja acompanhada de figas (claustro dos Lóios, de Évora e S. Gregório de Valadolid) como encontras até a mão de Fátima numa Visitação Batalhina. Que é que isto tem a ver com a maçonaria moderna? Directamente nada. Indirectamente, na apropriação de simbologia alquimista e cultos templários e outros bastante. Perdidos no tempo os seus sentidos não são menos verdade os pontos de encontro em épocas remotas.
    Era a isto que me referia. E sim, aí entram os cátaros ao lado de pedreiros-livres. Quem diria...
    Como vês o José não escreveu disparates à custa de brasileirices (tem uma certa piada achar-se que todo brasileiro é ignorante por falar com se ouve na novela...). E eu também não tinha motivos para me melindrar com as tuas críticas.
    Claro que tu também não te melindras com nada... tu tens aquela vantagem que passa por cima de tudo- a capacidade de nem olhares para ti quando gostas de amesquinhar o próximo.
    Diverte-te rapaz, o fim-de-semana é para isso. E olha, desculpa se estavas à espera que a Zazie que assinou o comentário fosse outra pessoa que me tivesse usurpado o nick. Mas eu também fui tonta e esqueci-me que, com o vosso sistema de comentários disso ao menos estou a salvo “;O))

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