Pobreza : População e Desenvolvimento

Actualmente vivem mais de 6 mil milhões de pessoas no mundo, o que representa um aumento de mil milhões em apenas 12 anos.

Apesar do abrandamento do crescimento demográfico nos últimos anos, os países mais pobres são os que apresentam taxas de crescimento mais elevadas, mais de 95% do crescimento demográfico regista-se nos países em vias de desenvolvimento.

Muitos destes países vivem à décadas com flagelo da guerra, da instabilidade política com repercussões na estabilidade macroeconómica, estes são também países com poucos recursos. A sua gestão assume assim importância vital para que se quebre o ciclo vicioso de pobreza em que vivem milhões de pessoas.

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), a população mundial passou de 5 mil milhões de pessoas em 1987 para 6 mil milhões em 1999.

As regiões do mundo com um ritmo de crescimento mais rápido são a África a sul do Sahara e algumas zonas da Ásia Meridional e Ocidental, no lado oposto estão os países Europeus, da América do Norte e do Japão onde o crescimento demográfico abrandou ou estagnou. Os Estados Unidos são o único país industrializado em relação ao qual as projecções apontam para grandes aumentos, este facto deve-se em grande medida à emigração.

Ora, no fenómeno da demografia, existem duas fortes tendências que tem contríbuido para este crescimento demográfico. O aumento da natalidade e a diminuição da mortalidade.


  • Diminuição da Mortalidade

    Desde 1960 a mortalidade foi reduzida para metade, no total da população mundial. Esta tendência começou já no século XIX, início do século XX, mas acentuou-se depois da segunda grande guerra, à medida que cada vez mais zonas do planeta foram tendo acesso a saneamento básico, a água potável e a cuidados de saúde.

    Ao mesmo tempo a esperança média de vida subiu de 46 para 66 anos. A população mundial, desde a infância até à velhice é hoje mais saudável do que nunca, no entanto existe um factor a que é necessário tomar atenção, e que pode provocar grandes alterações demográficas principalmente nos países menos desenvolvidos: VIH/SIDA.

    Nas regiões mais afectadas, invariavelmente as mais pobres, as taxas de mortalidade estão a subir e a esperança de vida a diminuir suficientemente depressa para eliminar os ganhos conseguidos nos últimos 20 anos. Uma grande parte dos infectados são jovens com idades inferiores a 24 anos.

    Em termos demográficos, é provável que o efeito futuro da SIDA seja relativamente limitado a nível mundial, mas terá um impacto devastador em diversos países africanos onde é hoje a principal causa de morte.

  • Aumento da Natalidade

    Apesar de na maioria dos países industrializados a fecundidade se situar ao nível da substituição ou mesmo abaixo dela, os países em desenvolvimento continuam a apresentar taxas de natalidade elevadas, apesar de ser um crescimento decrescente. A este facto não são alheias as campanhas de planeamento familiar e o aumento do nível instrução nos países mais pobres.

    Projecções das Nações Unidas apontam para taxas de fecundidade próximas dos 2,1 nos PVD’s até ao ano 2000.

    Apesar do decréscimo que se tem vindo a verificar no nº de filhos por mulher, a maioria da população destes países é bastante jovem e em idade de procriar, facto que nos leva a crer que os nascimentos anuais continuarão a estar perto dos níveis actuais durante grande parte dos próximos 20 anos.

    Este crescimento elevado tem obviamente custos para o desenvolvimento. Durante demasiado tempo o produto interno destes países cresceu no sentido inverso ao da população, tornando os pobres cada vez mais pobres.

    Ora, de que forma a população e as suas tendências demográficas, influenciam o crescimento económico de um país ?



    Fonte : PNUD - (c) Grande Loja do Queijo Limiano


    No quadro acima podemos ver a taxa média de crescimento da população de alguns países, bem como a taxa de crescimento do PNB per capita.

    Em relação ao primeiro indicador constatamos que na maioria dos casos tem tido descidas significativas, estando os PVD’s ainda longe das taxas de crescimento dos mais desenvolvidos. Este facto não tem necessariamente que ser negativo, pois enquanto a Europa tem que abrir as suas fronteiras à emigração, com todos os custos sociais que isso implica, estes países possuem mão-de-obra bastante jovem.

    Em relação ao segundo indicador, existe uma grande inconsistência nos países analisados. Estas economias sofrem frequentemente choques internos, como golpes de estado, guerras civis, catástrofes naturais, mas a sua fragilidade torna-os também bastante vulneráveis a choques externos.

    Ora, o próximo passo é relacionar, a população, o crescimento económico com os recursos naturais, e a forma como estes interagem e influenciam ou não a pobreza.

A seguir... População e Recursos - O Impacto na pobreza

Publicado por António Duarte 11:39:00  

0 Comments:

Post a Comment