"Ou é violação de segredo de justiça, ou é difamação, as duas coisas é que não"
quarta-feira, agosto 18, 2004
Vital Moreira diz hoje no Público que Ferro Rofrigues foi ««miseravelmente envolvido»» pelo Correio da Manhã ««numa campanha mediática de destruição pessoal e política, conduzida com base em supostos elementos constantes do autos»». E que o Correio da Manhã cometeu uma ««flagrante violação do segredo de justiça»».
Bem, se não é certo que os elementos noticiados estejam nos autos, a violação do segredo de justiça não pode ser flagrante. E se a violação do segredo é flagrante, entao é porque se sabe com certeza que os elementos estão nos autos. Se o jornalista diz que determinados elementos estão nos autos e eles não estão, não pode haver violação do segredo de justiça.
A notícia que Vital Moreira refere era metade falsa, metade verdadeira. E a metade que era verdadeira já tinha sido publicada no Expresso. O Expresso só publicou a notícia porque foi o próprio Ferro que disse que estaria a ser envolvido no processo. Ou seja, quando o Correio da Manhã violou o segredo de justiça, esse mesmo segredo já tinha sido violado pelo Expresso e por quem informou Ferro Rodrigues. Mais, é aparentemete verdade que Ferro Rodrigues é referido nos autos por pelo menos uma testemunha. O próprio Ferro já pré-anunciou um processo contra essa testemunha.
João Miranda in Blasfémias
Publicado por Manuel 03:24:00
10 Comments:
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Responda só a essa questão, e depois reflicta sobre a merda que escreveu este tempo todo, perguntando-se: porquê?
Vergonha suficiente para não ter pretenções de ser primeiro ministro há um mês átrás e agora se ter lembrado que realmente até está queimado politicamente.
Vocês falam, falam, insinuam, insinuam, mas não apresentam provas de nada.
São uns voyeurs, frustrados, talvez até incapazes de assunmir os vossos desejos intimos que vos metem medo.
Sempre me lembro do juiz que condenou Zola por imoralidade trazer estampas pornograficas no meio do seu missal...tal como vós!
Vocês falam, falam, insinuam, insinuam, mas não apresentam provas de nada.
São uns voyeurs, frustrados, talvez até incapazes de assunmir os vossos desejos intimos que vos metem medo.
Sempre me lembro do juiz que condenou Zola por imoralidade trazer estampas pornograficas no meio do seu missal...tal como vós!
- testemunha ou testemunhas acusam o político A de graves actos pedófilos;
- o processo decorre durante meses e todos observam escrupulosamente o segredo de justiça: ninguém, absolutamente ninguém, revela o que quer que seja ou manda qualquer "palpite" sobre o caso (!);
- findo o inquérito, o político A não é acusado;
- terminada a fase secreta do processo, os jornais e as TVs atiram-se, então, como abutres, aos autos, espiolhando tudo à procura de material que venda ou engorde o share;
- os depoimentos das tais testemunhas são divulgados, fielmente, com todos os pormenores, nos jornais e nas Tvs e é dada a informação de que não houve acusação, transcrevendo-se o despacho do MP.
Perguntas:
- a carreira do político A ficaria ou não irreversivelmente arruinada?
- contra quem estariam neste momento a dirigir, ele e o partido a que ele pertence, toda a sua (eventualmente justificada) raiva?
- o que é que o cu tem a ver com as calças?
PS: estou-me a recordar da fúria e da volúpia assassina com que o político A e o partido a que pertence, em 2002, espiolharam, na AR, uns autos em que figurava Paulo Portas como testemunha. Decretaram publicamente a sua condenação e exigiram veementemente a sua demissão, não porque houvesse depoimentos ou provas no processo a enterrá-lo, mas apenas com base em algumas referências constantes de um relatório da PJ - matéria que o MP já tinha devidamente apreciado e valorado, não tendo visto razão para acusar PP que nem sequer foi constituído arguido! Imaginem que o político A e o seu partido tinham seguido o mesmo critério quanto a Paulo Pedroso, meses depois...
Duvidador
Agora não penso que seja por maior escrúpulo moral que os adversários políticos não tiram partido do caso. Aí sou mais realista e basta-me olhar para todas as moviemtações em torno de alterações de lei e pactos sociais- penso que se cuidam.
E, já agora, para que fique claro que isto não é gosto por queimar qualquer portadores de ideologia; todos sabemos que o caso tem décadas e, como é natural terá passado de "mão em mão". E isto não é o julgamento de toda a pedofilia em Portugal.
´Parece-me lógico que, numa institução do Estado e entregue à tutela partidária a corrupção também teria de estar sujeita à alternância.
Como é óbvio, há coisas que só se partilham entre os pares. Por muito que os demónios possam ser comuns o gosto pelo sangue do combate partidário é maior. Prefeririam sempre matar-se mutuamente a retirar qualquer gozo porco em conjunto.
primo Sousa